27.12.07

Retrô

O "O que silencia?" caminha rumo ao 100º post e esse ano caminha para o fim.

Diferente do que eu esperava no final de 2006, 2007 foi meio diferente. Após o nascimento de Caetano, meu primogênito, as coisas viraram do avesso e a vida, mesmo que eu dissesse que não, se virou toda pra ele: com o maior prazer do mundo.

No campo profissional as mudanças foram dolorosas. Todos sabemos que "depois da tempestade, vem a calmaria", mas isso não vale em todas as terras não. Nessa aqui, adotaram a filosofia do Herbert Vianna: depois da queda, o coice.

Tomamos na cabeça meses e mais meses, consecutivamente. Testemunhei amigos, colegas e ótimos profissionais serem riscados do quadro sem maiores explicações. Pior que isso era saber que, assim como quem não tinha saído, eles ficariam sem receber nada por um bom tempo. Vi gente passar fome, pais se entregarem, mulheres se desesperarem. O campo profissional em 2007 foi meio que "provação" - apesar de ser contra essa palavra, não encontrei outra que se aplique tão bem à situação que enfrentamos. Foram meses e mais meses de luta. Na verdade a novela teve início em 2006 e se estendeu até setembro desse ano, quando, oficializada a venda da "parte que prestava" à um grupo novo, rico e muito mais forte, as coisas começaram a se acertar.

Saí do lugar onde eu trabalhava desde 2001 pra cair num prédio. Trabalhar em prédio é legal, mas é chato. Paradoxal mesmo... as pessoas que eu via todos os dias (os que sobraram depois do megacorte realizado em 31/07) a qualquer hora, não vejo mais. Não sei o ramal de todo mundo, uma vez que cada um tem o seu. Não me acostumo a ter que pegar elevador pra fumar, pra subir dois andares ou comprar um capuccino no mesanino. A adaptação foi e está sendo complicada. Mas estou feliz com minhas novas funções - diga-se de passagem, acumuladas -, meu novo lugar e o pessoal novo que conheci. É ruim estar longe do passado quando ainda se vive algo que realmente foi importante pra sua vida. Me entristece pensar nos amigos que saíram sem explicação e que passam por dificuldades sabe Deus quantas vezes maiores que as minhas. Nessas horas eu olho pra mim, valorizo o que faço e agradeço à Deus por ter meu trabalho.

Hoje, estabilizado, procuro me manter onde estou, arrisco reuniões, palpites e participo ativamente da, digamos, reconstrução da empresa. Querendo ou não ela está ligada à minha vida muito antes de eu nascer... e eu gosto muito disso tudo!

Com a banda não foi diferente. O Reverstereo enfrentou turbulências, mas já voa em calmaria, graças à Deus. O JARS também alça vôo rumo aos shows do ano que vem. Tudo limpo nos céus do hobby do Aldo Jr..

Com o meu time, basta ler alguns outros posts aí embaixo... me decepcionei, mas não o abandonarei jamais. Ainda mais agora que ele precisa do apoio da FIEL torcida. Nunca vou te abandonar, Corinthians!

Não ia fazer nenhuma retrospectiva pessoal no blog, mas não teve jeito. Iniciei esse post hoje porque vieram com uma ladainha de trabalhar sábado, dia 29 e domingo, dia 30. Saí com a cara mais feia que alguém poderia fazer da sala de reunião, desci pra um cigarro, voltei e chamei o chefe, que me pediu pra ir à mesa dele. Sentei lá, convoquei mais dois da equipe (além de grandes amigos, os mais sensatos que trabalham comigo) e expliquei o caso, claramente e sem gaguejar:

"Nós precisamos de mais gente. O serviço dobrou porque, graças a Deus, tá entrando grana, você sabe melhor que nós que quem efetivamente trabalha na receita são só 4 e o mês que vem serão 3, porque o fulano sai de férias. Eu não vivo pra trabalhar, eu trabalho pra viver. Hora extra a gente faz sem problemas, mas exploração num sábado de feriado prolongado, é apelação. A gente precisa é de mais um funcionário..."

Com ares de raiva ele respondeu que iria pensar sobre o assunto, mas não garantiu que estaríamos em paz no prolongado. O tempo vai dizer... amanhã saio daqui, desligo o celular e pego a estrada. Se me demitirem, que paguem o que me devem e que a estrada siga. Enfim...

Post extenso! To até cansado...

Desejo à todos vocês, leitores e amigos, um 2008 cheio de realizações e agradeço desde já à todos que por aqui passaram, comentaram, discordaram e me fizeram acreditar que escrever realmente vale à pena!

Obrigado à todos, que no ano que vem esse blog bombe de acessos e comentários e que nossa associação saio do papel e aconteça de verdade. Com direito, inclusive, a reuniões mensais regadas a cerveja.

Grande abraço à todos!!!

"Adeus ano velho
Feliz ano novo..."

19.12.07

The dreams are coming true


Eu já tive uns nove blogs. Sempre gostei de escrever e isso sempre me motivou a escrever pra quem fosse. Porém, devido aos poucos acessos e comentários, eu desistia. Largava a mão, cansava, entediava... por mais que eu defendesse a arte de "escrever pra ninguém", em pouco tempo tudo mudava.
Quando comecei esse blog, em maio (eu acho), resolvi mudar a estratégia. O blog em si começou com uma proposta completamente diferente da que tem hoje, mas como evolução sempre é bom, não liguei. Deixei que ele tomasse o caminho que quisesse. E tomou.
Resolvi passear em muitos outros blogs, assim divulgaria o meu e conheceria blogs interessantes, de gente interessante. Quando começou, demorou um pouco para o feed back, mas logo a coisa rolou. O Áldrin, o Fábio, o Marco, o Felippe, agora, mais recentemente a Laís, o Pablo, a Keila, enfim... meu blog passou a ter visitantes constantes! Não sei se isso é reflexo das visitas que eu faço ou se realmente o pessoal gostou do blgo, mas, enfim, pouco importa. Pelos comentários que leio, as pessoas lêem o que eu escrevo e isso me deixa feliz. Embora tenha dissertado mais sobre temas cotidianos que qualquer outra coisa.
O número de comentários crescendo, as pessoas sempre visitando e uma idéia que eu tive há um tempo, até cheguei a comentar com alguns blogueiros amigos, era de montar uma sociedade, uma "entidade" que ajudasse a divulgar e dar visibilidade aos novos blogs. Hoje, com esses vistantes inéditos, essa idéia voltou a rodear minha cabeça.
O "O que silencia?" está rumo seu 100º post. O número de visitantes e comentários não chega a tanto, porém, já motiva bastante. Vejo o blog dando certo e realmente me animo.
Aos amigos Marco, Fábio, Laís, Pablo e Áldrin, fica o aviso de que "precisamos conversar". Quem sabe essa história de sociedade dos blogueiros anônimos realmente não dê certo? Pode ser um grande passo... ainda mais quando um dos membros da sociedade já é até biógrafo...

Aguardo mais contatos!!!

18.12.07

A festa de fim de ano...


Li o post sobre a festa de fim de ano da empresa no blog do Medina e, apesar de concordar em parte com o que ele disse no post, fiquei meio assim com os exageros. Mas descobri sábado que não eram exageros.

Já participei, ou melhor, participo de festas de fim de ano de empresas há sete anos, ou seja, desde quando comecei a trabalhar... e estou até hoje na mesma empresa. Sempre existem os casos inusitados: um supervisor cuidando da churrasqueira e tomando whisky, fica bêbado, capota embaixo da ducha da piscina, os funcionários ameaçam e o gerente oferece cobertura a quem for lá e abrir a ducha. Graças aos deuses executivos o bom-senso prevaleceu e, mesmo com a cobertura do chefe, ninguém molhou o indefeso supervisor alcoolizado - embora vontade não faltasse.

Diferente das demais festas de "pós-expediente", a festa desse ano foi num sábado, saímos da sede da empresa às 7h, chegamos ao sítio do dono da empresa às 9h30 (em Itú, SP), tomamos café, participamos de uma mega-gingana-corrida-de-interação e, depois do cansaço, o merecido descanso: churrasco, buffet e MUITA cerveja. Quando digo MUITA é muita mesmo. E cerveja boa. Nada de segunda linha...

Quando a festa começou, dois ou três se atiraram na piscina, o resto, ainda tímido, abria cuidadosamente as primeiras latas de cerveja. Por volta da uma da tarde, a coisa já estava mais anárquica: o DJ tocava um axé ensurdecedor que me fazia lembrar da Bahia, as meninas rebolavam de biquínis, shorts e sainhas, os homens rebolavam sem jeito em volta delas segurando, já meio tortos, as latinhas de cerveja.

Todos viam e ouviam fotos, vídeos e, mesmo assim, poucos davam atenção. Ao invés de se comportarem frente às diabólicas máquinas digitais, riam, rebolavam mais, mostravam a língua, faziam careta... o resultado, quem está aqui sabe, ninguém merece!

Vídeos e mais vídeos de pura falta de noção do ridículo. Risos e mais risos, tombos e até forró com a chefe (confesso, fui eu...). Teve gente que acreditou ser um nordestino "retado" e, de tanto tentar dar nó na mulher, caiu, rolou e inaugurou a UTI móvel da Golden Cross que, sabiamente, o Sr. Vice-Presidente Financeiro colocou lá de cobertura. Volto a dizer: só tinha cerveja. Se tivesse qualquer outro tipo de destilado, sabe Deus se a festa já teria acabado.

Enfim... em meio a risos, violão, tombos, falta de bom-senso, gritaria, arriscaria dizer até uma "putariazinha" de leve, rolou mais uma festa de fim de ano. Essa, sem dúvida, inesquecível. Não posso tecer comentários públicos a respeito de tudo que vi por lá, mas deixo a mente de vocês voar um pouco... faz bem.

Hoje é terça. Amanhã é quarta e tem a confraternização da empresa toda... regada a open bar e show do Paralamas do Sucesso. Quinta tem o tradicional amigo secreto e sexta, a festa da saidera pré-natal, no bar aqui debaixo, com presença garantida de todos os cachaceiros de crachá.

Em um outro post eu vou falar sobre a febre alcóolica que assola a sociedade assalariada nessa época do ano. É incrível o aumento abusivo do consumo de álcool... mas eu gosto!

13.12.07

Da insatisfação com a tarde chuvosa...

Nada combina mais que uma tarde como essa (cinza, fria e chuvosa) que The Smiths e licor de cacau com conhaque, porém, pra fugir da mesmice, resolvi mudar a coisa toda.

Hoje, vou de vinho tinto do Porto, licoroso e doce, e um clássico, esplendoroso, "Nessun Dorma", na voz do maior tenor de todos os tempos. O favorito desse blogueiro "paga pau".

Acho que não é segredo pra ninguém a minha admiração profunda e cansativa por ele. Infelizmente ele nos deixou esse ano, mas o Youtube e suas grandes surpresas revelaram um momento histórico: a última apresentação do tenor em Turin, nos Jogos de Inverno do ano passado.

Confesso: assim que abri o vídeo e comecei a assistir, fiquei com medo. Pensei que ele não aguentaria. Entrou meio cansado, curvado, num frio intenso. Quando abriu a boca foi notável que nada ali tinha mudado por dentro. A carcaça estava mesmo um pouco cansada, mas lá de dentro ainda soava a voz mais admirada do mundo.

O cara é um ícone! Uma inveja! Responsável direto pela desnatação do mercado de música clássica no mundo. Conseguiu se juntar com Bryan Adams pra cantar "O sole mio", que também o fez com o Roberto Carlos (assunto pra outro post), com Liza Minelli na belíssima interpretação de "New York, New York", com os outros dois tenores, Plácido Domingo e Jose Carreras, com quem cantou até "Aquarela do Brasil" na apresentação que deu origem ao concerto, na festa de encerramento da Copa do Mundo de 1994, nos EUA.

Enfim... ladies and gentleman, Sir Luciano Pavarotti!

12.12.07

Da conformação do brasileiro


Sei lá se é herança cultural ou se a gente foi adquirindo esse dom de se conformar com o tempo. O brasileiro tem um senso de "ah, tá bom" que é invejável. Tem uma capacidade sagaz de fingir que não viu e passar o resto do dia pensando no futebol, no carnaval, na mulherada...
Poderia tomar milhões de situações cotidianas como exemplo, mas vou usar uma que conheço bem, que enfrento todos os dias: o transporte público de São Paulo. Meu Deus!
Saio de casa e tomo um ônibus pro Metrô Barra Funda. São 3 pontos, coisa de dez minutos e eu só uso o ônibus porque tem que atravessar a ponte do Limão - não fosse isso, juro, iria a pé... Por estar perto do ponto final, o Jd. dos Francos - Barra Funda - 9784, passa em casa com gente na porta. Nas duas. É difícil entrar tanto quanto é difícil sair. O pessoal se aloja na porta do ônibus. Pouco importa se ele vai ou não descer. Se alojam ali e ali ficam, parasitando e ocupando um espaço que deveria ficar livre, afinal, foi feito pra quem precisa DESCER do ônibus.
No trem a coisa piora. Educação não existe! E se a sua mãe te deu educação, não ouse usá-la numa estação de trem da CPTM: é perder tempo e correr o risco de não entrar e nem sair do vagão. O primeiro trecho é mais tranqüilo - Barra Funda/Presidente Altino, no trem que vai pra Itapevi. Já pra embarcar em Presidente Altino sentido Jurubatuba, pra descer na Vila Olímpia, haja paciência.
O trem já chega lotado. A porta, pra variar, é a parte mais disputada do vagão. Cheio! Braços, pernas, cabeças, bolsas mochilas, empurrões, nêgo gritando, e MUITA GENTE RINDO. Rindo! Como se aquilo tudo fosse engraçado! Como se fosse dever nosso pegar um trem daquele jeito pagando R$2,30! É a filosofia da hiena: come merda e dá risada.
Ontem, na volta, sentido Osasco, o trem estava de um jeito que eu não via há muito tempo. Tinha passado do "lotado" para o "não cabe mais ninguém", mas a porta abria. E, claro, se a porta abre, o povo entra. Empurra, espreme, xinga, bufa, cola a cara no vidro da porta, mas entra. Parece que quanto mais cheio mais divertido.
O brasileiro se conforma. Acostuma-se a pegar o trem daquele jeito e passa a achar graça de tudo aquilo. Acha legal contar para os amigos que enfrenta um trem lotado todo dia e se diverte com as histórias que conta. Acha normal ter qe pagar pra ir espremido, chegar suado e fendendo ao destino. Camisa passada? Esquece! Não chega mesmo, de jeito algum! Sem comentários!
Assim como o que acontece com o trem, acontece com muitas outras coisas. Coisas que pagamos para poder usufruir com dignidade e respeito, mas, mesmo sendo tudo inverso ao que esperávamos, a gente se acostuma, tolera e ri. Ri da nossa situação, da nossa desgraça, da nossa miséria.
A gente comemora dia após dia a nossa capacidade de não cobrar e se dar satisfeito. A gente celebra nossa falta de bom senso, nossa falta de educação, nossa falta de senso de justiça e de convívio em sociedade. Ignoramos o fato que DEVEMOS cobrar de quem nos fornece COBRANDO por um serviço que esse serviço seja bem prestado. A gente esquece e ri.

Observação importante: li no blog da Soninha, que vai sair candidata à prefeita em São Paulo no ano que vem, um monte de elogios ao tal "trem espanhol". Ela contou que foi assistir a F1 em Interlagos e usou o trem que, "além de ar condicionado, tem música clássica". Elogiou a limpeza, o conforto, mas esqueceu que usou o trem num DOMINGO! DOMINGO! De domingo a muvuca que usa o trem está em casa se preparando para encará-lo na segunda-feira!
Deixei comentário, escrevi, mas não obtive resposta. Não sei porquê... talvez porque ela tenha me ignorado ou talvez porque pensou ser nada a ver o que eu estava dizendo. Legal!

A gente se conforma...

10.12.07

Nas graças da audiência

É engraçado como as coisas acontecem. Assim como eu, milhões de outros brasileiros tem uma banda, um grupo ou sonham com o estrelato. Cada qual com seu motivo: realização, reconhecimento, dinheiro, fama, mulheres, limozines ou seja lá o que for.
Há quem diga que não, que jamais se tornaria uma pessoa "pública". Eu, particularmente, duvido: não existe um ego que não se infle com a possibilidade de o mundo saber que ele existe.
Quando comecei a entender o que era uma banda, meu objetivo, além da diversão, era ficar rico, famoso e ser reconhecido na rua. Isso seria a realização de um sonho: sonho que os quatro integrantes da minha primeira banda tinham em comum... isso nos idos de 99. Faz tempo...
A coisa era mais, muito mais, orgânica. Eu tinha cabelos verdes ou azuis ou vermelhos. Me vestia com jeans rasgado, usava um all star baleado (até hoje uso), óculos escuros enormes e de diferentes cores e fazia de tudo pra chamar atenção dos que estavam a minha volta. E conseguia.
Muito do que tenho hoje, falando de musicalidade e amizade, devo ao meu tempo de "fanático pela fama". Meu jeito de me vestir, pentear e "colorir" os cabelos tornou-se moda! Sim! Ao menos durante um ou dois anos, eu vi MUITA gente usando cabelos de outra cor na escola, no condomínio... na cidade de minha avó, onde passava as férias, tornei-me ponto de referência. Todos sabiam quem era o "menino do cabelo azul". Um dia entrei numa farmácia lá e a atendente sorriu e me perguntou onde eu comprei a tinta. "Não é tinta, nasci assim", respondi. Ela riu e eu saí sem responder que era azul de metileno, remédio pra garganta. Segunda a simpática atendente, metade da cidade tinha perguntado na farmácia qual era a tinta que o "menino do cabelo azul" usava. Eu achei MUITO bom.
Talvez essa tenha sido a experiência mais próxima da fama que eu tive. Ninguém sabia meu nome, mas sabiam quem eu era. Durante um curto espaço de tempo meu cabelo ditou moda numa cidade do interior. Isso realmente me fez feliz.
Hoje os tempos são outros. Minha visão de fama não é mais a mesma... mesmo porqe agora eu nem sei se quero mesmo ser "famoso". Queria era poder tocar o que eu toco no ensaio para o maior número de pessoas possível; queria que elas comprassem meu disco e gostassem do que eu faço; queria poder viver fazendo o que mais gosto de fazer. Não quero mais ditar moda. Não quero mais ser referência, ser "símbolo de uma geração" ou tentar salvar o país. A gente fica velho, tudo muda.
É necessário que eu diga que o fato de não pensar mais na fama como eu pensava aos 16 anos não quer dizer que estou lavando as mãos, empurrando com a barriga ou coisa que valha. Nada na vida acontece sem empenho e eu continuo empenhado a fazer da minha banda (ou "das minhas bandas) uma banda profissional, com shows, empresário, fã-clube, roadie (que beleza!), camarim... é... o sonho mudou mas não foi tanto assim.

5.12.07

Absurdo!

Além da decepção do rebaixamento, ainda somos obrigados a escutar uma dessas... AQUI.


Corinthians. Minha vida, minha história, meu amor... partidos ao meio.


4.12.07

Exigências da vida moderna

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.

Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).

Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.

Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.

E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.

As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.

Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.

Ah! E o sexo.
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.

Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.

Na minha conta são 29 horas por dia.

A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!

Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos e seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher.

Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésia.

Agora tenho que ir.

É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.

E já que vou, levo um jornal...

Tchau....

Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.

Luís Fernando Veríssimo

29.11.07

LUTO!


Enquanto o futebol do meu time continuar parecido com o da seleção brasileiro, terei de lamentar. E é realmente deplorável ver um Corinthians sem expressão, perdido em campo, com jogadores que não conseguem dominar uma bola, que não conseguem olhar pro lado pra ver se tem ou não agluém, que não conseguem parar a bola pra chutar e que, mesmo com o apoio da torcida e os incontáveis pedidos de "calma", se desesperam e conseguem criar ainda menos jogadas que criaram o campeonato inteiro.

O que realmente é de se admirar no Corinthians (e na seleção também) é a sorte. Isso sim é jogador de verdade! Contamos com 12 em campo desde o começo da novela na "zona de degola" do Nacional. O Santos ganhou domingo, beneficiou a gente e o Goiás tomou uma naba do Atlético ontem que salvou, ou melhor, adiou o possível rebaixamento para a semana que vem.

O que eu espero de verdade é que a minha torcida para o Grêmio durante a Libertadores não se manifeste contra o meu time. É que às vezes a gente se arrepende...

* * * * * * * * * *


E agora, pra descontrair a tensão do jogo de ontem e dessa quinta-feira, uma tirinha MUITO interessante...

27.11.07

Sozinho na multidão!


15h40 de um terça-feira cinza. No MSN tenho 26 "amigos" on line. Olho a lista incansavelmente. Não tenho vontade de falar com ninguém.

Qual a função de uma lista com 224 amigos se de todos eles eu conheço/falo com 15???

Loucura.

Péssimas notícias - pra variar...

Fazia tempo que eu não assistia ao Jornal da Globo. Estava dormindo cedo pra tentar repor o sono que perdi durante os 23 anos de vida que já tenho... mas descobri que é besteira. Teria de dormir durante uns 5 ou 6 anos seguidos e ainda há muito o que fazer.

Entre muitas notícias aterrorizantes, como o caso do carioca que roubou um cordão de ouro de um turista italiano, quando o filho do turista resolveu tirar satisfação, partiu pra briga, os dois caíram na rua, o assaltante fugiu e o italiano morreu atropelado por um ônibus. Seria só mais um caso vergonhoso pro Brasil carregar nas costas não fosse tamanha cara-de-pau do assaltante: apareceu na delegacia com um pastor e de bíblia na mão. Pode? Pode sim, e piora... O pastor tenta defender o acusado com a tese de "possessão". Sim, quando o rapaz assaltou o italiano não era ele quem estava lá. Uma "legião" (sei lá se era a Urbana, a Rural, a do Inferno, etc.) tomou conta da alma do rapaz que, munido de sentimentos diabólicos, resolveu assaltar o turista. Detalhe importante: depois que divulgaram a foto dele, mais quatro pessoas apareceram na delegacia afirmando terem sido assaltadas pelo mesmo rapaz. A "legião" estava dentro dele há tempos...

RESULTADO: ele vai mesmo ser indiciado por latrocínio, roubo seguido de morte. E o pastor, por milagre ou intervenção da "legião", está sendo acusado por ter abrigado o assaltante.

Outra notícia me chamou atenção, além do caso da menina presa em cela de homens no Pará. Políticos do PPS de Minas, de Pernambuco e de Santa Catarina viajam para um congresso na Argentina. "Chegando lá, mas que vergonha", não tinha congresso algum. A vereadora se preocupa com os tais comprovantes, que fariam a câmara pagar tudo, mas logo um funcionário esclarece que os tais comprovantes serão enviados para a cidade deles. Gozos múltiplos! Aparece a tal vereadora, Alessandra Alves de Lima, elogiando o quarto, um duplex, com baheira, "só faltou a hidromassagem", diz a representante do povo, fazendo piada.

O cara de Caruaru, sem dúvida, é um dos mais canalhas. Manoel Teixeira de Lima, PRESIDENTE DA CÂMARA DE CARUARU, se orgulha de ter criado mais 40 cargos públicos pra beneficiar os vereadores de lá. Explica quem paga as contas e quanto é a conta... pra se ter idéia, a diária dele era de R$800.

É realmente hilário. A tal Alessandra, explicando pro produtor do Jornal da Globo o que tinha achado da viagem. "Ótima! Melhor que se tivesse tido congresso!", e ri, feito hiena. Incrível! Uma viagem repleta de decisões de alto risco: "Vamos ficar 'doidinhos' não saberemos em que restaurante almoçar pois são todos incríveis"...

Ao final da matéria, cópias dos tais certrificados que, pasmem, apareceram na câmara com os nomes dos produtores do Jornal da Globo.

Aos que quiserem conferir, link pro vídeo AQUI.

E a gente bota fé nisso tudo... fala sério.

Às vezes cansa.

22.11.07

Fim de ano...



Li ontem no blog do Bruno Medina um post oficializando o começo do fim (!?) do ano. Entre um dos "sintomas" dessa época, ele citou as caixinhas de natal - que esse ano invadiram o Rio de Janeiro antes da hora - e o tal do "Amigo Oculto", que aqui em São Paulo é "Amigo Secreto".

Pois bem... as caixinhas de natal eu vi ontem, na padaria. Enfeitadinha, sobre o balcão, perto da estufa de coxinhas, empadas e outras delícias imperdíveis de padaria. Trazia uma singela mensagem: "Colabore com o natal de quem te serve tão bem!". Me comovi... mas como não tinha dinheiro algum, ficou pra próxima. Quem sabe no 13º salário... se sobrar.

Hoje, constatei que o fim do ano chegou. Recebi por email um edital de convocação para o "Amigo Secreto da Diretoria Financeira" - até o nome é de esfriar a barriga.

São umas oito gerências... cada uma com seus 10, 15 até 30 funcionários. Estou aqui há pouco menos de um ano e, claro, não conheço todo mundo. Começa o dilema.

Os velhos colegas da antiga sede encaminham o email com os comentários: "você vai particpar?", "começou!", "eu não conheço ninguém, não vou participar!"... na minha opinião o fato de não conhecer ninguém torna o amigo mais secreto ainda. Você tira um papelzinho com o nome da pessoa, lê e fica por isso mesmo. Começa a diversão...

O que comprar para presentear alguém que você NUNCA viu? Ou melhor, até já viu, mas não liga "o nome à pessoa". Estranho... mas é divertido. É um exercício de imaginação, adivinhação, sensibilidade... às vezes um nome te diz alguma coisa... lê num papel um nome como Ângela e pensa numa coisa... Daniele e pensa em outra... Jaílda, Teresa, Débora, enfim... é até engraçado! E eu, por força sabe lá de quê, só citei nomes femininos. Imagina encontrar num papel algo como "Jairzão"? Deus me livre!

Outro indício de fim de ano está no salão de jogos do prédio onde moro. Na esperança de uma partida de sinuca na segunda-feira, véspera de feriado, quebramos a cara quando vimos as mesas ocupadas por um batalhão de guirlandas, bolas douradas e vermelhas, restos de árvores e presépios cobertos por uma lona preta. É... tem seus contras...

Enfim... o final do ano realmente começou. Tenho que concordar com o Medina. É hora de começar a fazer os planos para 2008, planejar (aos atrasados como eu!) onde passará o Reveillon, o que dar de presente (presente!? AhUAhUAhUAHuH) ao pessoal... É... acabou pra começar de novo...

21.11.07

Da série "Comentando o comentário" - nº 635


Olha o Fábio:

O pior de tudo é a gente saber que foi a atual oposição, quando governo, que CRIOU a CPMF! E que o atual governo, quando oposição, votou contra a criação do imposto do cheque!

O Brasil continuará sem saída enquanto o poder estiver concentrado nas mãos de dois partidos políticos que brigam tanto - mas que, no fundo, no fundo, são rigorosamente iguais. Precisamos de uma terceira via, urgente.


É um gênio!

O Brasil é isso aí... dois partidos fazendo oposição como criancinhas contando vantagem... "eu tenho, você não tem". E a gente se lasca!

Cansa mesmo... mais que o Corinthians e a seleção brasileira...

19.11.07

Até onde vai?


Que existe uma richa grande entre governo e oposição todos sabemos, o que não sabemos é até onde essa richa, que deveria simplesmente ser parte da "democracia", beneficia a gente.

DEM e PSDB estão fervorosamente contra a prorrogação da CPMF - o imposto "provisório" sobre movimentações financeiras. Já propuseram, inclusive, algumas normas para o governo acatar e eles votarem a favor da prorrogação da "contribuição".

Hoje surge o impasse, de acordo com o que li na Folha On Line. Haverá mais uma votação para a cassação de Renan "não largo o osso" Calheiros. O PMDB, partido de Renan, é "base aliada" do PT. E o jogo de empurra fica aí:

Se o PSDB e o DEM votarem contra a prorrogação, os petistas podem se abster novamente na cassação de Renan e deixá-lo no cargo. Por outro lado, existe uma manobra interessante da oposição para adiar a votação da cassação para depois da votação da prorrogação da CPMF... e aí!? Onde é que a gente fica?

Na minha humilde opinião de brasileiro blogueiro que atualiza o blog durante o expediente, essa briga é injusta e não visa nem de longe beneficiar o povo. Uma vez que a prorrogação da CPMF é ruim e a não-cassação de Renan pior ainda. O que penso é que, nessas horas, governo e oposição deveriam olhar o congresso com os olhos do povo e deixar a richa pra outra briga...

Ê, Brasil! Às vezes cansa...

E o futebolzinho faz jus à nossa política!

12.11.07

Santo das causas impossíveis



Mais uma vez, se não é ele, não é o Corinthians.
Reitero o post da semana passada, ou retrasada, não lembro. Acho que o Corinthians não cai e a torcida deve muito a alguns jogadores que tem realmente demonstrado amor à camisa.
O Felipe é um deles. Em nome da nação alvi-negra, eu agradeço a bela defesa de ontem. Só o Dida faria uma coisa dessas... três vezes.

7.11.07

Comentando o comentário


A pretensão do Perma em passar aqui e dizer que deve ter um monte de gente que fuma Marlboro sonhando com ele esbarra na falta de bom-senso... e de conhecimento próprio.
Queria dizer (e alertar à todos) que o Perma fuma... Marlboro.

Tenho dito.

Flavonóides de Passiflora



Fico imaginando a dona de casa, ouvindo a propaganda, acompanhando todas aquelas mulheres cinqüentonas com pele de vinte, pensando em comprar o tal creme mas, assim como a maioria absurda dos brasileiros, sem saber o que são FLAVONÓIDES DE PASSIFLORA.

Desde a primeira vez que ouvi esse nome me passou pela cabeça a senhorinha humilde procurando o tal creme em qualquer loja. Já pensou a dificuldade pra pronunciar essa aberração? Meu Deus...

Confesso que precisei de alguns segundos pra arrumar o significado disso no Google. Fui atrás e descobri que FLAVONÓIDES DE PASSIFLORA são extratos botânicos da folha de maracujá que agem diretamente na prevenção dos microdanos da pele causados pelo stress, fumo, sol, poluição, etc. Os microdanos são a "porta de entrada" para as rugas... logo, a tal eficácia dos FLAVONÓIDES DE PASSIFLORA parece ser surpreendente.

O que realmente me surpreende é na quantidade de FLAVONÓIDES que vejo por aí. Estão em quase todos os produtos: sabão em pó, amaciantes, alvejantes, creme dental, enfim... tudo, tudo tem alguma coisa que você nunca ouviu falar mas que resolverá pra sempre seus problemas.

Um exemplo pode ser o VANISH PODER O2. O tal produto é efervescente, como uma Aspirina C. Na propaganda, a atriz joga um pouco de vinho num tapete branco, espirra o tal VANISH e pronto! A mancha some com apenas uma esfregadinha.

Outro clássico era o sabão em pó OMO MULTIAÇÃO. Dizia que deixava as roupas mais brancas e removia manchas de todos os tipo. Na propaganda milhões de crianças encardiam um tecido branco de uns 50 metros... depois, numa máquina de lavar transparente (?!) o tecido era lavado e pronto! Saia de lá como se fosse novo... não me lembro do mesmo resultado nas minhas camisas.

E o EASY OFF BANG? Genial! Com um nome desses não tem como não ser lembrado eternamente! E o creme dental de açaí e de guaraná? Já imaginou se eles resolvem lançar um com gosto de frango assado, carne moída ou até pastel de queijo? Ia ser o máximo!

A criatividade humana se supera a cada instante. Fico imaginando os caras pensando dias a fio pra lançar um EASY OFF BANG ou um creme com FLAVONÓIDES DE PASSIFLORA... realmente difícil.

6.11.07

Cigarro...



- O Camelo fuma?
- Fuma.
- Fuma. Nada a ver com ele...
- Ah! Já tinha visto em algum lugar... Ele estava de óculos, blusa verde e um cigarrão aceso no meio da barba... é verdade... o Camelo fuma!!!

O cigarro acompanha as pessoas mais cérebres que eu conheço - não estou me justificando.

Acontece que poetas renomados, em sua fatal maioria, fumam. É o caso do Drummond, do Vinícius e tantos outros. Músicos, artistas, pintores, maestros... eu queria, juro que queria entender a lógica disso. Mas me passa desapercebido toda vez que eu acendo um cigarro...

Já vi e ouvi diversas celebridades "justificando" o vício. O Paulo Autran, que nos deixou há pouco tempo, dizia sorrindo:

- Quando eu parar de fumar eu morro.

Morreu antes de parar de fumar. E o cigarro nem teve absoluta "culpa" na sua morte.

Outro que vi parar e voltar a fumar foi o grande Zeca Pagodinho. Ele se justificou no "Gordo Visita", no ano passado:

- Eu larguei. Mas aí um amigo me disse... vai chegar um dia que vc vai estar sozinho, pensando na vida e, triste ou contente, vai querer conversar com alguém. O cigarro estará lá, esperando por você no maço, sorrindo...

E lá foi o Zeca de volta ao maço de cigarro.

Sei lá... o cigarro é ruim, todos sabemos. O cigarro mata, todos sabemos. Mas só quem fuma é quem sabe o prazer que dá... e às vezes vai de companhia mesmo. Já tive diversos momentos solitários com um cigarro. Cada vez que a fumaça entrava dentro de mim e saia carregada, cinza, era como se um pedaço de uma idéia, de uma angústia, de uma tristeza ou uma nuvem de felicidade se dissipasse a minha volta.

Deve ser poético! Eu queria saber fazer "bom uso" do cigarro como esses grandes faziam. À mim o cigarro é só o cigarro... e quem me conhece sabe: eu fumo pouco. Mas hoje vou fumar durante a semana. Todo esse papo e esse copo de café na minha mesa me deixaram numa imensa vontade de fazer fumaça...

E eu fui atrás de uma explicação... olha só o que encontrei!

Mensagem Subliminar em Marlboro

Balança mas não cai

E o Corinthians, hein? Pelamorde Deus!

Parece que vai ficar na série A. Se é milagre, macumba, alinhamento dos planetas eu não sei, mas que tá dando a entender que começar do zero na série B não é o que os jogadores querem é verdade.

E o Reverstereo no estúdio...

Precisava comentar alguma coisa sobre o ensaio de sexta-feira. Dia de finados. E de certa forma creio que um velho Reverstereo se foi e um outro, muito melhor, está se formando. Estou orgulhoso das novas composições, do Marco cantando, do novo estilo (que não tem nada a ver com o anterior mesmo) e do compromisso que temos com a gente e com a banda: fazer música fazendo música. Se vai sair um saba ou um metalzão pouco importa. Essa é a alma do negócio... pelo menos no nosso negócio.

Estou devendo alguma coisa sólida nesse espaço, não?! Ando filosofando pouco e depois que comprei um super fone de ouvido com isolamento acústico, não escuto nada que se passa dentro do trem, não reparo em ninguém, me concentro na música e tenho vindo trabalhar com ótimo humor.

Nada como começar um dia cinza ouvindo Whitesnake.

1.11.07

LUTO

Amanhã é dia de finados. Todo ano as comemorações pelo "dia dos mortos" levam milhares de familiares aos cemitérios para "rever" seus parentes, prestar homenagens, relembrar bons momentos.
Amanhã não visitarei nenhum parente no cemitério. Não porque não tenho nenhum parente morto, mas sim porque creio que devo visitar quem realmente precisa. Amanhã, vou "comemorar" o dia de finados no Parque São Jorge. Levarei um caixão, uma coroa de rosas pretas, umas velas e um escudo do Corinthians em tamanho natural. Sepultarei o "corpo" de um dos maiores e mais tradicionais clubes do Brasil como ele realmente merece. Jogarei na calçada e atearei fogo em tudo. Ao mesmo modo que os dirigentes fizeram com as pessoas que durante anos a fio torceram e amaram um clube dirigido por filhos da puta mercenários que pouco se importam com o futebol.
Amanhã enterrarei o Corinthians e toda a sua história podre. Rezarei à Deus para que o time desça à segunda divisão do nacional para criar vergonha na cara e recomeçar a brilhar.

Ao São Paulo deixo minhas congratulações. Provou mais uma vez ser o maior clube do Brasil e provou que administração e futebol PRECISAM caminhar juntos.

31.10.07

Tempo

"Quanto menos dias tem a semana, mais ela demora pra passar..."

O tempo é rei mesmo, sábias palavras do Gilberto Gil.
Não me lembro se anunciei aqui, mas o Reverstereo, minha banda, passou por significativas mudanças há uns meses atrás. Talvez a que mais tenha surtido efeito tenha sido a saída do vocalista.

De uns tempos pra cá estamos em "retiro espiritual". Sem pressa, sem afobação, sem pressão... estamos escrevendo, compondo, nos reunindo, curtindo boas rodas de conversa e boas mesas de bar e revendo e recriando conceitos. Em suma, estamos "reinventando" o Reverstereo. E tem funcionado perfeitamente.

Essa sexta-feira iremos para o estúdio. Vamos ver o que vai rolar com o material que temos "em mente" e em "pré-produção" qdo estiver tudo plugado, ligado e com bateria - detalhe importantíssimo. Creio que não haverá maiores problemas, a única coisa que me preocupa é a surpresa... e espero ansiosamente por este momento.

Enquanto o Reverstereo se reinventa, o JARS toca a estrada. Essa quinta-feira estaremos em Santo André, no Castelo do Rock, pra mais um showzinho disso que virou praticamente uma tour de natal! rs... Espero que as surpresas também rondem o JARS... é bom pra todo mundo.

**Sim, sim... esse post é só pra não deixar acumular poeira neste blog. Minha criatividade está canalizada para outras coisa no momento... mas passa! Tudo passa...

24.10.07

Criação

Hoje ouvi o termo "criado pela avó" novamente. E mais uma vez num tom pejorativo... parei pra pensar e constatei que eu também fui criado pela avó. Sim, minha avó materna morava no apartamento ao lado do de meus pais (meu pai é que sabe o que é isso!) e como sempre tive pais que batalharam pra chegar onde queriam, eu e meus irmãos, depois da escola, passávamos o dia com a minha avó. Vejam bem: apartamento, criado pela avó.
Todo mundo associa esse tipo de criação com "nerds". E não é verdade. Nem eu, nem minha irmã e nem meu irmão somos "nerds". Mesmo porque esse não era o sonho dos meus pais nem da minha avó. A gente tinha liberdade porque tinhamos disciplina. E hoje em dia nós três olhamos pra trás saudosistas... era bom chegar, almoçar, fazer a "lição de casa", brincar lá embaixo com o pessoal do prédio, subir às 19h, tomar banho, assistir a maratona de programas da TV Cultura e, assim que o Heródoto Barbeiro desse "boa noite", ir deitar pra repetir a dose no dia seguinte. Não tenho o que reclamar.
Reclamo hoje... ter vivido tudo isso e sentir muita saudade. Bolinhos de chuva, bolo de fubá, o almoço caseiro, lanche da tarde...
Quando eu fui pra sétima série minha avó mudou pro interior. E desde essa época não sei mais o que eram essas tardes tranqüilas.

22.10.07

Amor?

A gente percebe que é amado e que ama mesmo quando ninguém diz nada.

Ela não sabe, mas eu sei. E está como está hoje, é porque ela me ama e eu a amo muito.

Sempre o amor...

18.10.07

continuando...

Os professores do Einstein são professores de outro estilo. Eles não estão ali apenas pra "aplicar matéria", cobrar na prova e dar a nota. Eles estão ali pra ensinar a pensar. E, convenhamos, ensinar uns e outros a pensar não é tarefa fácil.

Me surpreendi com a escola assim que cheguei para o primeiro dia de aula. Os portões ficavam abertos. O senso de liberdade e disciplina era do aluno e não da escola. Algo como "se vc quiser ir embora o problema é seu". Mas depois descobri que não funcionava bem assim. Existiam regras... se um aluno fosse atropelado no horário da escola porque estava fora dela, a escola seria culpada. Entendi, mas logo conheci o grande Seu Pedro, porteiro e "vigia" de alunos que quebrava muitos galhos.

No primeiro ano de Einstein minha vida mudou. Não só pelos amigos que fiz, mas pelo rumo que tomei sem querer. As descobertas eram diárias. E foi numa dessas que descobri que sabia tocar bateria. Montei a primeira banda, pintei o cabelo de azul, de verde, de roxo, raspei depois... rasgava as calças, usava boina, participava do grêmio, ia pra Av. Paulista gritar "fora FHC" e "privatiza a Dona Ruth", confesso, mesmo sem saber direito o que estava gritando e achava que a vida agora sim estava se tornando vida. Mas é pra falar dos professores, né!?

Carlos Verdasca. Ou "Sir" Carlos Verdasca. Figurássa! Lecionava português e literatura mas entendia de física qüântica, biologia, música, poesia e whisky. Vira-e-mexe faltava na segunda porque, diziam, lutava contra o porre do domingo. Ele era excepecional. Tinha um jeito próprio de dar aula, de falar, de se expressar e me ensinou a gostar ainda mais de português e de literatura. Realmente um grande professor...

Marli... ruiva. Me lembrava a Rita Lee. Dava aula de história e contava histórias do seu tempo no interior de São Paulo em Birigui. Numa delas acabou confessando que sua mãe deu um liqüidificador pra um de seus irmãos acreditando que ele fazia vitamina de abacate pra tomar... na verdade era loló! rs... Era fã de Pink Floyd, Janis Joplin, Led Zeppelin. Falava de política como se fala de futebol. Defendia o PT e o Lula... mas isso era em outras épocas. Lembro que uma vez o Seu Pedro vacilou lá embaixo e um cachorro entrou na escola. A Marli, não sei se por medo ou por susto, saiu correndo do cão no corredor e acabou caindo e torcendo o pé. Durou uns meses de molho... e foi qdo tivemos aula com a Léia... eu acho. Ela era fanha. E, claro, não conseguia dar aula como a Marli.

Sandra. Professora de Educação Física. Não sei porque diabos sinto saudades daquela aula... Era intenso. Mas era divertido, prazeroso. Muita saudade dos berros "joelinho alto", "mão no calcanhar" ou quando ela fazia a gente ficar de braços abertos e cantava "Aquarela" até a parte do aviãozinho. Era de foder! E se alguém baixasse o braço, ela começava de novo, sem pestanejar. Chamavam-na de "véia", mas era brincadeira. No fundo todos a admiravam muito e gostavam muito dela. A professora tinha até um grupo oficial de puxa-sacos que passava o dia na escola importunando-a na quadra.

Acho que esses três são os mais figuras, os mais importantes na minha formação. O Einstein em si foi uma experiência incrível que se não tivesse vivido, não seria quem sou hoje. Devo muito aos professores e à mim mesmo, que estudei pra estudar lá. E realmente valeu a pena.

Acho que já tá bom de puxação de saco de professor, né!? Logo volto com outras histórias... talvez assuntos menos meus e mais de interesse coletivo. Espero que tenham gostado disso tudo.

16.10.07

Aos mestres com carinho

Professores... esqueci de escrever aqui ontem em homenagem à eles. Ou melhor, a alguns deles.

Existem professores e professores. Alguns realmente passam batidos e somem da nossa cabeça assim que acaba o ano. Outros ficam na nossa cabeça por muito tempo enquanto praguejamos que ele e sua família seja abduzida por um grupo de alieníginas homossexuais ativos. Alguns outros fazem a diferença. E é sobre esses, professores de verdade, que eu quero dedicar o post de hoje.

Comecei a ir à escola aos 2,5 anos de idade. Nessa mesma escola fiquei até o pré, quando me formei, com direito a beca amarela e azul, no auditória da Igreja da Itaberaba. Dessa época lembro com carinhos das "tias" Adriana e Silvinha... eram simpáticas, alegres e conversavam muito com os alunos. O que as diferenciava de algumas outras "tias".

Fiz a primeira e a segunda série numa outra escola. Tive só uma professora. Chamava-se Marta. Também era legal, embora um pouco mais rigorosa... mas acho que era porque nós ainda não sabíamos que as coisas precisavam mesmo estar na linha. Depois de alguns anos passei a associar a professora Marta ao baterista do Kiss, o Eric Singer. Realmente eles se parecem...

A terceira e a quarta fiz em outra escola. Era meio que "religioso", mas nada muito sério. Tinha um pátio enorme no meio e as salas eram em volta dele. Dois andares. Escadas, alunos mais velhos, muita coisa diferente. Minha professora era a Fátima. Bem simpática também... o problema nessa escola era a diretora. Ela fazia todos os alunos se reunirem todas as manhãs, rezarem o "Pai Nosso" e cantarem o Hino Nacional. Tinha uma cara nada amigável... mas juram que era boa gente.

Da quinta pra frente que as coisas começaram a fazer diferença. Mudei de escola de novo e comecei a ter professores mais "adultos", eu acho. Tive um que se chamava João, dava aula de matemática e geometria. Ele dava aulas em colégios do Estado também e via-se, no rosto dele, que ele gostava daquilo. Contava com orgulho das vezes que subiu a pé os morros da Vila Zatt pra dar aula particular pra aluno que precisava de mais atenção na escola. Tem gente que faz a diferença.

Nessa época ainda tive a professora Kátia, de inglês que, além de ótima professora, era bonita pra cacete; e a Neusinha, de português. Um carrasco! Deiva ter cerca de um metro e meio. A cara é ruim, mas o coração era grande! Dava aula de português e literatura e, certamente, daí surgiu minha paixão por ler e escrever. Me dava bem com ela porque me dava bem com o português... e mantínhamos uma relação amigável. Acabou que senti falta, muita falta, dela nos anos seguintes.

Saí dessa escola e pela primeira vez me matriculei num colégio estadual. Pela fama que o colégio levava, pensei que entraria e jamais sairia de lá vivo. No fim, deu tudo muito certo. Fiz amigos legais, vivi muita coisa interessante, mas não me lembro de nenhum professor em potencial. Talvez a Cleudir, mas só me lembro dela por causa da peruca... as aulas não faziam diferença.

No segundo semestre da sétima série, mudei de escola de novo. Pra outra do Estado. É triste, mas não me lembro de nenhum professor que fizesse a diferença. Talvez o Marcelo, que dava aula de matemática e deu aulas particulares para o meu "grupo de estudos" pra vestibulinho e o Danilo, vulgo "Batatão", que dava aula de biologia. Eram bons professores sim... talvez um pouco menos "aplicados" que os outros que tive, mas eram esforçados, mantinham a sala na linha - o que já é vitória! - e ensinavam muito bem. Além de acompanhar os alunos que precisavam.

Terminei a oitava nessa mesma escola e passei num vestibulinho para a ETE Albert Einstein. E isso mudou definitivamente minha vida...

(Continua...)

11.10.07

Na falta do que fazer...

O jeito é escrever no blog.

Queria escrever algo decente hoje. Largar pra trás a discussão de sempre, os comentários de sempre e partir pra algo novo. Mas não tenho nada na cabeça. Sei do que preciso, mas não posso resolver agora. Infelizmente.

Ressucitei meu discman hoje. Descobri que tinha muita coisa que eu não ouvia fazia tempo porque me apegei demais ao MP3 Player. Estou nesse momento olhando meu carregador de pilhas e rezando que carregue logo pra eu poder ouvir minhas velharias... velhas mesmo.

Levantei animado, mas uma puta dor de garganta me tirou o ânimo dessa véspera de feriado. Lá fora um sol de uns 27º e eu sem poder sequer molhar o bico numa latinha de Skol. Esse fim de semana mando essa dieta pro inferno.

Saí de casa em cima do laço. A hora me apertando o pescoço. Peguei uma lotação (literalmente!) e depois um trem. Toda vez que entro no trem eu penso no Chico, no Malandro e no trem da Central. E sempre tem um metido a malandro pra me encher o saco logo cedo.

Entrei. Andei o máximo que pude pra sair de perto da porta, afinal, uma pessoa de bom senso só deve se aproximar da porta quando for descer. Deve ser por isso que o trem sempre está lotado na porta: brasileiro tem bom senso. Um cidadão fedendo a sovaco (nem sei escrever isso! rs... Acho que é a primeira vez! rs...) e pinga às 7h15 da manhã, olha pra minha cara e me empurra, como se pedisse licença. Olhei bem pra cara do indivíduo e não me afastei um centímetro. Taí uma das vantagens de ter 1,88 e pesar mais de 100Kg: dificilmente alguém vai te empurrar outra vez.

Mas o "malaco" tentou de novo. Virei e olhei na cara dele:

"Você vai descer?"
"Não."

Continuei no meu canto. Ele aguardou uns segundos e empurrou de novo. Aí fui obrigado a usar do meu tamanho.

"Vc vai ficar empurrando mesmo?"
"Eu preciso passar..."
"Passar pra onde? Quer apertar mais essa porra aqui?"
"Preciso passar..."
"Blz... qdo você for descer você passa. E pede licença que é melhor que ficar empurrando, caralho!"

Todo mundo olhou. E eu larguei um ar de FODA-SE bem grande. Uns com ar de aprovação puxaram papo, outros acharam que fui ignorante e ficaram com arzinho de deboche. Cansa! Chega uma hora que cansa!

Quando fui descer o cidadão filho da puta se cravou na minha frente feito um Pau-Brasil. Não pestanejei. Com a bolsa numa mão, enfiei o braço num vão na altura do estômago do sujeito e empurrei com força. Ele pode até ter me xingado, mas eu comecei o dia diferente.

10.10.07

BURMA

As coisas parecem estar mudando.

Tem gente que diz que às vezes "cai um raio" na nossa cabeça. E eu concordo.

Queria aplaudir de pé os soldados e os generais que baixaram as armas para os monges do país. É o começo da mudança. E esse blog apóia essa mudança.

Comentando o comentário

O Felippe passou por aqui e disse que a imagem que eles passam do BOPE no filme não é a correta. Disse que deveriam trabalhar mais a questão política.

Só pra dizer que eu discordo piamente disso. O que eles fizeram foi trabalhar a imagem da POLÍCIA. E é essa que precisa impor respeito. A política não tem moral nem com quem "precisa" de Bolsa Família.

Podem me chamar de fascista, foda-se! Pode parecer errado o cara torturar um moleque pra conseguir informação, mas mais errado ainda é um muleque desafiar a polícia pra se tornar cúmplica do tráfico. Tem que responder! E tudo fica bem claro depois que eles FINALMENTE dizem o que sabem. Será que o tráfico é tão mais valioso que a vida deles? Acho que fidelidade a gente deve à Deus e aos nossos pais, pra traficante fica meu dedo médio bem erguido.

É bem real o que eu li num texto que recebi no email hoje. Foi-se o tempo que o pessoal que morava em favela era trabalhador e honesto. É triste, mas passa pela minha cabeça que as famílias devem achar o máximo ver o filho virar aviãozinho pra ter dinheiro pra desfilar um Nike Shox.

Enganado? Todos estamos. Ninguém sabe qual é a verdade de cada um. Onde o calo aperta. Estou aqui expondo minha opinião e concordando em gênero, número, grau e atitude com o Padilha. A fotografia tá lá. E a cidade está como está porque alguns "ricos com 'consciência social'" insistem em se manifestar quando não precisa. É bem verdade também que eu NUNCA VI manifestação nenhuma por traficante ter matado algum PM...

5.10.07

Tropa de Elite

Incomparável. Não há o que comentar.
O filme te força a uma reflexão dura, real e absolutamente cruel. Não estou falando só dos morros do Rio, do tráfico de drogas, da corrupção na polícia, nada disso. O buraco é mais embaixo. Muito mais embaixo. O "lição" do filme é social, ética. É fácil protestar a morte de um jovem da classe média, de um chefe do morro. Pra isso existem ONG's e mais ONG's... o foda é mesmo é tirar chapéu pra policial. Desde que o tempo é tempo, sei que o prestígio da polícia é uma merda. E olha que tem policial na família.
Numa das cenas, um dos protagonistas, que estudava direito numa das melhores faculdades do Rio com o suor de sua testa, escuta o bando de playboys maconheiros e até "traficantezinhos" escrachando a PM do Rio. O coitado sequer tinha dito que era da PM e resolveu defender a corporação. Primeiro a elite rui, depois escutou. E calou a boca. Detalhe importante: ele era negro e pobre.
O que o "Matias" disse à sala depois que ouviu tudo calado foi: "É que vocês não sabem quantas crianças morrem para um playboyzinho enrolar um baseado. Da janela de vocês não dá pra ver...". E é nesse ponto que o filme te impõe a reflexão. Outro detalhe: os playboyzinhos trabalhavam numa ONG dentro da favela.
O tempo todo assitindo o filme e pensando no meu filho. Pensando no que já fiz pra "colaborar" com o tráfico de drogas. Tudo no longa deixa bem claro que quem "financia" o tráfico, é cúmplice. Faz você se incomodar putamente com a condição dos outros e com a sua. Olhar pro seu umbigo e perceber que ele fede mais ou como o umbigo dos outros. Incomoda. E incomoda muito.
O tempo todo vendo a aflição de policiais que acreditam que as coisas podem e TEM que mudar. Lutam com a vida pra salvar gente que merece ser salva. E matam porque precisam matar. Sinceramente: eu não faria diferente se estivesse lá. "Põe na conta do Papa". Enfia-lhe um balaço cabeça à dentro é um outro "soldado do mal" enviado pro inferno. Com a graça de Deus.
Claro... isso é um blog e estou postando aqui minha opinião para que apareça alguém que, claro, não concorde comigo. Natural. Vão me dizer que é culpa do governo, da direita, do capitalismo, do Brasil que não dá escola, que não dá saúde... todo mundo corre pro tráfico porque o tráfico garante comida na mesa. Comida na mesa, proteção e uma vidinha de merda. Bem dessas que esses brasileiros, ressalto, também corrputos e cúmplices, estão acostumados a levar. Tudo ás custas do comodismo.
É muito mais fácil aceitar que é preto, pobre e que não vai conseguir nada por isso cai no tráfico que aceitar que vai ter de batalhar que nem gladiador pra entrar numa escola mais ou menos, estudar pra caralho e precisar pagar uma faculdade depois. Comodismo. Safadeza.
Enfim... não era isso que eu ia comentar. Era pra falar do filme, mas como dá pra ver, a reflexão passa muito mais além que a história na tela. É realmente uma lição social a qual todos nós deveríamos nos ater e refletir muito a respeito. Me incluo nessa lista. Acho que não é justo pais e mães perderem filhos para um sistema que alimenta sonhos e desejos da classe mais abastada e mais suja do país: a playboyzada.
É de se pensar e se assutar ao mesmo tempo. É necessário que o país todo veja e reveja os conceitos exibidos no filme. É necessário que começemos a pensar direito e encarar os fatos de frente: temos culpa nessa merda sim. A maconha que você fuma, o pó que você enfia pelas narinas, as balinhas da rave... tudo isso financia seu medo. Paga por prazer e paga pra sentir mais medo. É foda... mas é verdade.
O problema das drogas no Brasil é assunto pra outro post. Papo de legalização e essas coisas "utópicas" são pra teses de mestrado de sociologia na USP, não pro meu blog. O que é certo é que esse é o meio de se acabar com a instituição "Comando" ou "Morro". Derruba o negócio e estatiza as fronteiras, a coca, o ecstasy, enfim... Como eu disse, deixa isso pra quem entende.

A mim restou uma imensa interrogação na cara e a preocupação com o que fazer daqui pra frente.
Ô filmezinho filho da puta!

4.10.07

Abaixo a ditadura!



Esse blog se alia a rede mundial de blogs que defende a libertação da Birmânia!

Em tempos cada vez mais conturbados, onde sempre colocamos a tal da "liberdade de expressão" em cheque, vale a pena se aliar a causa.

O gover na Birmânia, como se não bastasse o que já tem feito, começou a censurar blogs e blogueiros que transmitam informação para fora do país ou que expressem-se contra a ditadura. Chegaram ao cúmulo de cortar linhas telefônicas e isolar o país do resto do mundo.

Você, internauta leitor, passe adiante essa mensagem e, se for um blogueiro, pegue sua bandeira no www.freeburma.org e alie-se à luta.

ABAIXO A DITADURA!

3.10.07

A "chefa"...

Entra na sala do nada. Olhando o setor inteiro começa a falar. De voz baixa, porém extremamente autoritária:
"Preciso disso, daquilo e daquilo outro pra fazer um pagamento hoje. Me arrumem essa informação e levem à minha mesa, no terceiro andar. Obrigado."
Todos se entreolham estranhamente. O silêncio toma conta da sala. Ela sai.
Não demora muito volta. Com outra cara. A testa franzida, a sombrancelha fina levantada e a voz um pouco mais alta.
"Eu preciso do número dessa conta pra fazer o pagamento." O infeliz do "gerente" não está no setor. Saiu pra uma reunião. Claro que a informação que ela precisa está numa das máquinas deles. Mas não há quem consiga acessá-la e procurar o maldito número da conta. Anda de um lado pro outro ao celular. Fica mais irritada ainda quando vê que a informação estava centralizada a uma pessoa que não está ali na hora que ela precisa.
"Ou vocês me arrumam ersse número aqui ou vão atrás do 'gerente' onde ele estiver". Cala-se, vira-se e desce. Logo volta. Pega um funcionário e leva junto. Logo ele volta. Ela não.

Via-se no rosto, na expressão, que a cidadã deveria ter saído daqui (empresa onde trabalhamos) depois das 22h. Acabada, coitada. Uma vida inteira num escritório, anos e mais anos no mesmo ramo, pulando de empresa em empresa até pegar a empreitada que pegou no último ano. Tarefa realmente difícil.

Eu não teria a mesma coragem. Jamais! Dedicar uma vida inteira ao stress, aos problemas, ao escritório, aos funcionários... é de dom mesmo. Já nasce com a pessoa... bem que eu queria ser um executivo bem sucedido. Além de chique, é muito bem visto. Mas sei lá... minha vida como blogueiro-roqueiro-boêmio-fulêro é interessante demais compara a deles.

E não é de se espantar: acharam o gerente e ele já está aqui. E ela acaba de entrar de novo por aquela porta. Dá um medinho...

2.10.07

Hilário...

Cada vez que vejo meu chefe tentando falar espanhol saio da sala pra não rir na cara dele...

**

Segundo dia de regime de fome

Almoço: um bife grelhado e salada de frutas a vontade. Meu prato saiu caro hoje... R$2,33. Acho que nem um pardal come tudo isso de alpiste por dia, não!? Estranho...

Me entubei de abacaxi e melancia... to mijando mais que leão tomando breja.

Me sinto mais leve, com mais sono e, claro, com muita fome!!!

1.10.07

Bom pra saúde e pro bolso

Existem momentos na vida de um homem em que somos obrigados a tomar um rumo, decidir, centralizar a estrada e seguir o caminho, por mais difícil que seja.
Hoje começo uma nova etapa na minha vida. E toda essa papagaida é só pra dizer que, mais uma vez, estou de regime! Dieta! Passando fome! Boca seca mesmo!

Já fiz essa dieta um tempo atrás, qdo era mais novinho, e perdi milagrosos 15Kg em milagrosos 15 dias. Passei fome, mas funcionou. Esse papo de nutricionista não rola comigo... tem de ser na base do choque, passando fome mesmo! E cá estou... com o estômago ameaçando comer o fígado... Não! Melhor que ele coma um rim, porque o fígado eu uso muito ainda...

Enfim... gastei R$2,69 pra almoçar hoje! Uma variedade incrível de tons de verde no meu prato... alface americana, alface crespa, rúcula, agrião, acelga, cenoura ralada e dois apetitosos ovos cozidos... R$2,69! Imaginem o qto não terei no Ticket até o fim do mês?! Tá vendo... tem lá suas vantagens.

A verdade é que esse quase-blogueiro passou do que deveria ser seu peso ideal qdo soube que seria papai... já faz quase um ano... afinal, Caetano já está com seis meses e eu não emagreci lhufas! Acontece que as mudanças me deixam aflito, ansioso. E eu como! Como mais que o necessário e que o de costume... resultado: um quase cover do Vinnie Paul!

Mas, cá estamos. Estou disposto a perder a pança que Deus me deu. Pra isso, sei que precisarei de muita força de vontade e nenhum puto no bolso... se me conheço, aqueles pães-de-queijo do metrô me atacariam fácil, fácil.

Vou postando as novidades e os delírios que a fome me causar... logo volto com novas!

Abraço!

25.9.07

Ah, a primavera...

Frio, vento, nublado, chuva... a cara da estação das flores, não!?

Ainda matutando muito a respeito do que a humanidade está virando. A cada dia que passa eu me impressiono mais. Hoje, no trem...

A invenção dos telefones celulares com tocadores de Mp3 é realmente brilhante. A cada dia que passa nos aproximamos mais do que nem parecia verdade nos filmes do 007. Fora o IPhone que por aqui ainda não funciona, mas o pessoal já espera árduamente sua chegada. Pois bem, seria legal se essas invenções fossem usadas da maneira correta. O povo estranho contraiu um novo vírus de auto-apresentação pessoal. Não sei se é pra fazer charme ou pra mostrar à alguém que ele tem o "telefone do momento". O indivíduo, pendura o celular no pescoço e deixa a música rolando, como se estivesse no sofá de sua casa com o microsystem ligado. Pode?

Lógico que, pra piorar, esse pessoal tem "aquele" gosto pra música... Eram 7h05. Ele escutava algo do tipo, "late, late, late que eu to gozando". A princípio não pensei que o som viesse do celular do cidadão, mas vi que ele mudava a música quando queria. E não melhorou... aquele monte de black music terrível, funk e mais funk, umas baladas de trilha sonora de novela, enfim, uma seleção de sons terríveis que ele obrigava o resto do trem a escutar. Sem comentários...

É bom isso ir acabando. Se essa moda pega e uma porrada de gente resolve começar a escutar música alta no trem os Mp3 Players não terão mais vez. E eu serei obrigado a surtar e sair por aí arremessando celulares pela janela.

Aproveito o gancho - telefone do momento/banda do momento - pra falar sobre o NxZero tocando Paralamas do Sucesso no Faustão: tem coisas, que só a Globo faz pra você.

E como se não bastasse... bastou.

Abraço.

21.9.07

No trem...

Ontem, 17h40, trem lotado, sentido Osasco.

O tal trem espanhol tem música ambiente. Toca música clássica o tempo todo, em todas as viagens, a qualquer hora... e eu desconfio que a CPTM só tenho UM disco do gênero.
Dois nordestinos ao meu lado... um em pé e outro sentado.

- Rapaz... música abusada essa! Musiquinha "malassombrada"...

Na hora pensei na crise imobialiária dos EUA pra dar uma alta e sonora gargalhada. Mas assim que saí do trem, até agora, lembro do sujeito e da música "malasoombrada" e rio. Rio muito!

20.9.07

PIADA MAROTA

Um bêbado, na porta de um boteco pra lá de sujo numa ruazinha escondida de Belford Roxo, tomava seu quinto copo de cachaça-veneno e observava a rua, quando avistou uma procissão.
No andor, uma santa que não identificou estava envolta em flores e adornos verde e rosa. Sem pestanejar o bêbado gritou:
- Olha a Mangueira aí gente!
O padre, fulo da vida com a atitude do bêbado, parou a procissão:
- Ora, seu excomungado! Fique aí com seu vício e nos deixe em paz com a nossa fé!
Mal o padre acabou de falar, a procissão prossegue, a santa bate no galho de uma mangueira, cai do andor e se espatifa no chão.
A multidão perplexa olha pro bêbado, que se justifica:
- Eu tentei avisar, mas o padre é estressadinho...

Deixa rasgar! (a seda, a seda...)

Talvez eu tenha mesmo algo mais interessante pra postar aqui. Talvez alguns assuntos que interessem o leitor e não falem da minha vida. Mas... o que é um blog além de uma coletânea de pensamentos do próprio autor? Sendo assim, escrevo o que me der na telha e quem quiser que leia. Tô certo ô tô errado?

Pois bem... ontem, depois de alguns meses sem ter contato nenhum com ela, reencontrei-a no MSN. Um nick profundamente interessante, tal qual a dona dele: "será que existe alguém ou algum motivo importante que justifique a vida ou pelo menos esse instante?". Soube cortar a música no ponto exato, a intersecção entre o eixo X e o Y.

Keila, de quem vos falo, é uma personalidade ímpar, única. Contribuiu generosamente para o meu crescimento pessoal, meu conhecimento musical, minha cultura e minha paixão, até outro dia escondida, pelo mestre Chico Buarque de Hollanda.

Minha prima sim, porém, contato de verdade só fomos ter depois de velhos. No melhor sentido da palavra. Morávamos longe, eu em Sampa e ela em Goiás. Raras vezes passeava por aqui, casa da tia, dos primos... numa dessas indas e vindas nos indentificamos e vimos que essa loucura unida, seria, no mínimo interessante.

Me chamou pra ir à Brasília onde foi morar quando trabalhava no Congresso Nacional - chique, né!? Também prestava serviços a uma produtora responsável pelo maior festival de música independente do Brasil: o Porão do Rock. E foi nesse cenário triste, sem sal e sem graça nenhuma (ha ha ha) que descobrimos que era verdade mesmo: nós dois juntos somos mesmo, no mínimo, interessantes - ao menos pra nós dois.

Disse à ela ontem que tinha esse blog. Ela me mandou o endereço do dela. Devorei-o em alguns minutos: brilhante! Esse LINK podia reluzir quando alguém passasse o mouse, porém meus conhecimentos internéticos proíbem-me de tal feito. Cobrei, sutilmente, que colocasse no blog dela um link para o meu. E ela colocou. Mas não foi só:

O que silencia - Adoro essa mente! Adoro esse ser!

Eu, como bom leonino que sou, nem preciso dizer que me enchi feito balão. Receber um elogio é sempre bom. Uma declaração é ainda melhor! Da Keila então, nem se fala...

Esse post é humildemente escrito à uma pessoa e uma mente que também adoro.

Keila, volte logo! São Paulo sem seus cachos "cor-de-tacho-que-cigano-mouro-vende" começa a ficar sem graça... sem sal... sem vermelho.

19.9.07

CAZUZA



O NOSSO AMOR A GENTE INVENTA!

Tramóias da língua portuguesa

Li um blog interessante essa manhã... chama-se DESORDEM. Tinha um texto legal, meio clichê, mas narrado de uma forma que o distanciava de outra história qualquer. Quis deixar um comentário mas deu pau no site e não salvou nada do que escrevi. Fiquei muito puto e saí fora... mas li os outros comentários antes.

Num deles, uma outra pessoa falava do texto do cara com certo ar de superioridade e, entre outras palavras dizia: "pelo menos tente fazer um igual a este...". Já que estava ali mesmo, não custava clicar no link que ela havia deixado ali e ler o que ela tanto valorizava.

Encaro o texto de frente. Logo de início, pra começar a me preocupar, a pessoa que escreveu tinha a estranha mania de usar "espaço, vírgula, espaço" no texto. Por questões estéticas e por simples implicação minha, já torci o nariz. Mais abaixo, vi que os pontos finais, também eram separados por espaço. Tipo assim . Feio, né!? Mas não parou por aí.

O texto, outro bem clichê, conta a história de Helena, uma mulher de certa idade (que creio ser a autora se referindo a ela mesma) mas que preferiu não se casar (é, solteira por opção!), se apaixona por Orlando, um rapaz mais novo que ela encontra religiosamente na loja de conveniência onde faz suas compras.

No fim do texto, Orlando convida Helena pra se encontrar com ele. Com outro clichê, agora entre parênteses, ela aconselha: "nunca olhe profundamente nos olhos de alguém se não quiser se apaixonar...". Mas Helena aceita o convite do rapaz.

No dia do encontro, Helena chega ao local combinado mas Orlando não está. Nesse momento pensei em desistir do resto da história. Mas vi no parágrafo abaixo que ele apareceria sim. Menos mal. Pois bem, Helena avista Orlando do outro lado da rua, mas ele não chegará a encontrá-la. Eis a parte do texto que mais me causou espanto:

"Mas Orlando não seja a encontrá-la, na tentativa de atravessar a avenida e com pressa... é morto atingindo por um carro. E morre imediatamente ."

Brilhante não! Um fim trágico! Matou o Orlando e o português! rs...

Além de não entender o que a palavra "seja" está fazendo no meio da frase, também não entendi como pode o pobre Orlando ter sido morto por um carro e morrer imediatamente ao mesmo tempo! rs... Para dar continuidade a minha série de indignações cotidianas:

Vai entender!?

E pra quem tiver coragem, AQUI está o texto a que me refiro.

18.9.07

Sei lá!

No elevador, agora à tarde.

- Desce!

Entrei no elevador e não deu pra não sacar... tinham peidado ali! E quem peidou estava podre! Pior: havia uma mulher no elevador.

Agradeci e olhei pra cara dela. Claro, não estava me olhando. Pensei comigo... "peidorrêra do caraio! ainda quer disfarçar...".

Ao que ela vira-se e responde:

- O pessoal é mesmo cara de pau, né?! - eu reparei que a guria estava roxa de vergonha.
- ?!
- Entrei no elevador no sétimo. Dois caras desceram no quinto. Você entrou no quarto. Tá um cheiro horrível aqui dentro e, claro, deves estar pensando que fui eu que causei aqui dentro...
- Não, não, qué isso! - risos muito sem graça.
- Normal... qualquer um pensaria a mesma coisa. Mas tudo bem... dá pra acreditar que não fui eu, né!?
- Claro.
- Ótimo.

Vai entender?!

13.9.07

Papo Chato

Renan Calheiros é absolvido!

E teve senador que ficou em cima do muro...

"... Vamos pedir piedade, senhor, Piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade, senhor, Piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem."

11.9.07

Esses caras...



Chico e Caetano falam pouco, mas falam sobre a arte de se escrever músicas com eu lírico feminino. Os dois têm um histórico rico em composições desse tipo, mas o Chico ainda ganha do Caetano: "Tatuagem", "Sob Medida", "Com açúcar, com afeto" e mais um milhão delas, todas compostas como uma mulher.

Queria que vocês se atentassem para o comportamento dos dois no vídeo. É, ao mesmo tempo, íntimo e distante. Um admira tanto o outro que, pra não tansparecer aquele negócio da tietagem, eles se bloqueiam e dá no que dá: uma quase sem gracisse cheia de graça pra quem está assistindo.

Pérolas do YouTube!

Aos mestres da nossa música, toda minha admiração.

11 de setembro

Hoje é 11 de setembro. Todos se lembram daquele 11 de setembro de 2001, não? Pois é. Não vai ser fácil esquecer. Por mais que apareçam os amigos esquerdistas e "comunistas", com bandeiras e camisetas do Che Guevara e sem a menor condição de seguir essa linha política que assola países como Cuba, por exemplo, eu preciso dizer que aquilo foi extremamente doente. O reflexo de uma religião extremista e intolerante. É fácil alguém querer se matar vivendo num regime onde não podem sequer olhar mulheres de biquini na praia, tomar cerveja, presenciar um show da Ivete Sangalo ou um domingo de futebol. Morrer, pra eles, é sair de lá pra um lugar legal. E isso vale a pena.
Mas o que eu quero aqui é propor um raciocínio absurdo. Vi na Folha OnLine hoje que "EUA querem investigar Bush sobre 11 de setembro". Esse é o resultado de uma pesquisa encomendada alguns dias antes de hoje... tipo semana passada. E o resultado é que mais da metade dos americanos "duvidam" de alguns acontecimentos no dia do atentado.
Vamos ao raciocínio absurdo: o Bush não é uma pessoa normal, todos sabem. Vimos o que ele foi capaz (e ainda é) de fazer para conseguir o que quer. Vide a merda que está a tal da guerra no Iraque. Digamos que, ameaçado pelas próprias cagadas, ele tenha se desesperado e dado um jeito de resolver o problema focando todos os holofotes em sua cara. Ela liga para um amigo da Al Qaeda, solicita um atentado e paga por ele, fortalecendo assim a fortuna e o poder de Osama Bin Laden.
Bin Laden, por sua vez, não aceita o tal acordo. Diz que é contra o pedido de Bush e que isso vai de encontro às Leis do Islã. Não se faz um atentado por correspondência. Não é assim que funciona.
Mesmo assim, inquieto e com pouco tempo (tempo pra quê?!), bush insiste na idéia e, com a ajuda dos setores americanos responsáveis, localiza alguns jovens de origem islâmica e os recruta para enviá-los para a Al Qaeda. Em retribuição, a rede terrorista de Bion Laden manda aos EUA outros jovens prontos para o que eles precisassem e dispostos a morrer por "amor a Alá".
Eles seqüestram os aviões sem muita dificuldade e entram nos mesmos com a ajuda da própria policia federal no aeroporto. Rendem o piloto e a tripulação, e assumem o comando dos aviões. Pouco tempo depois, numa manobra arrojada e muita bem-feita, um do aviões se choca contra uma torre. Minutos depois, o segundo, na segunda terro. E uma "chuva de aviões" caiu sobre o EUA.
Bush recebe a notícia durante a leitura de um livro de cabeça pra baixo numa escola para crianças. Faz ar de perplexidade, mas, no íntimo, comemora o feito: poderá usar todos os argumentos para "defender" seu país. E por aí a coisa flui até hoje...
Claro que isso ainda é coisa da minha cabeça. Quer dizer, não é claro... aí é que está o ponto intrigante desse meu post. A verdade sobre os atentados de 11 de setembro está longe de ser desvendada por inteiro. Se é que viveremos pra ver isso. O que há por trás, ninguém sabe. E eu não consigo entender os motivos do Bin Laden fazer tanto mal pra uma gente que, sequer falava no povo dele.
Rejeição? Revolta? Inveja? Quem sabe... Só acho que terrorismo se combate com terrorismo. Devíamos invadir o afeganistão com mulheres sem roupa, a mangueira, o Chico Buarque, o Bonde do Tigrão, toneladas de limão, açúcar, gelo e um carro pipa da mais pura Pirassununga 51 e instituir o carnaval na terra do barbudo. Não mataríamos ninguém e ensinaríamos o povo dele a passar por cima de qualquer problema social, desvio de conduta dos governantes, falcatruas, fome, miséria, corrupção: ensinaríamos os afegãos a serem brasileiros! Desses que não desistem nunca...
Sofreriam, mas seriam um povo mais feliz! Pediriam dinheiro aos cofres do Tio Sam, comeriam Pizza Hut e McDonald's e dariam risada de toda essa babquice que, graças a Deus, aqui não tem.

10.9.07

Ainda sobre blogs...

É extremamente excitante ver que alguém comentou em seu blog.

Eu comecei a escrever em blogs há muito tempo. Já tive uns setenta, oitenta talvez. Abandonei todos. Cansava escrever pra ninguém. Mas um dia um raio caiu na minha cabeça: "fodam-se todas essas pessoas que dizem que vão comentar e não comentam. Eu vou continuar escrevendo". E assim foi.

Depois disso li uma frase extremamente animadora: o número de comantários não tem a ver com o número de leitores. E é a mais pura verdade. Na última meia-hora passei em uns três blogs e não comentei em nenhum. Simplesmente porque não tinha o que falar. Apenas li, gostei e joguei nos favoritos: eu volto lá qualquer dia. E um amigo me provou a tese qdo entrou comentando meu post no trabalho. E não havia comentário algum no blog.

Isso me animou. Continuei escrevendo e entrei em colapso novamente: meninas. As meninas... uma em especial me enche a vida. E dela partiu a expressão mais doída que já ouvi: "isso é carência. Esse pessoal que faz 'diário na internet' é carente. Precisam de amigos...". Não deixa de fazer sentido, mas não é verdade. Existe algo que algumas pessoas não têm. E outras não gostam porque simplesmente são... são... xá pra lá.

Eu tenho doença de escrever, de ler, de falar, de comentar. Sou "escritor compulsivo". Rabisco o tempo todo e escrevo até letras de música para comentá-las. Rabisco e penso... desenho, escrevo, imagino, assumo personagens, enfim. É uma doença... e nem todo mundo consegue entender isso.

Qdo comecei esse blog ele tinha outro intuito. Era de provocar mesmo... tb estava puto com o governo, com o Lula, com o Brasil. Mas vi que estava me tornando alguém extremamente chato. E mudei o sentido da coisa. Ainda comento política, mas não como um jornalista frustrado, chefe de redação e editor-chefe do próprio blog. Comento como humano. Cidadão. Comento como isso influi no meu dia. E isso fez o blog ser mais legal.

Saí a procura de outros blogs e presenciei algumas surpresas dos blogueiros a quem deixava comentário. Vi que é daí que partem os outros comentários. E estou profundamente feliz com o "crescimento" do meu blog.

E sinto, lá no fundo, que esse papo de CNB está me subindo á cabeça. E continuo pedindo apoio.

Abraço!

10 de setembro

Depois de merecidos três dias sem fazer porra nenhuma, volto a "atividade". Pelo menos no cartão...

Tenho percebido significante movimentação blogueira nos blogs amigos. Como disse aqui há um tempo atrás, e os blogueiros amigos comentaram, estou mesmo afim de criar a CNB - Comissão Nacional dos Blogueiros. Algo que defenda e garanta nossos direitos. Ao menos o de escrever o que der na telha. E, claro, aumente ainda mais os leitores e o número de comentários em nossos blogs.

A idéia, a princípio, é só uma idéia. Estou aberto a sugestões, palpites, mais idéias. O que tenho em mente é criar um outro blog: o CNB. Nele, alguns dos blogueiros amigos mais legais teriam lugar cativo e publicariam suas idéias semanal ou mensalmente. Daí espalharíamos ainda mais na rede: comunidade no orkut, links em todos os blogs... até a criação de um estatuto, porque não?

Aos que, assim como eu, acreditam que isso é utópico e doente, mas que acham que pode dar certo, peço que mandem emails para aldo.deoliveirajunior@gmail.com e escrevam as sugestões. tudo o que eu receber lá, publico aqui. Como em uma conferência, vamos opinando todos juntos para poder concretizar o projeto.

E desde já, conto com a colaboração de todos os blogueiros amigos.

Vamos bombar na rede!

6.9.07

Quase dá pra ter fé na humanidade

Cena inusitada:


Saindo do trem, na estação Vila Olímpia, ao lado da Daslu. Chique, não? rs...


Meu bolso esquerdo estava furado e eu não percebi. Guardei um troco no bolso... R$0,75. Caiu uma moeda de R$0,10. Um senhor, abaixou e pegou. Eu e meus pensamentos imundos, decorrentes de um convívio intenso com a sociedade podre que habita a paulicéia: "ele vai pegar meu dinheiro". Aí um raio caiu na minha cabeça...

- Ó, caiu dez centavos seus aqui.


Quase dá pra ter fé na humanidade, né não, Luís Mauro?




Li a triste nota sobre a morte de uma das mais belas e potentes vozes do mundo: Luciano Pavarotti.
Não sou de demagogia, nem gosto de charme de intelectual, mas gosto de música clássica. O pouco o bastante pra saber quem são os três tenores e conhecer um pouco dos mais famosos compositores da história.
Aprendi a ouvir música clássica com a minha avó. Nunca fiquei ao lado perguntando quem era, de onde era ou coisa assim. Ela ouvia e eu ouvia junto. E me acostumei com aquela coisa que eu chamava só de Ópera.
Assisti a uma apresentação dos trenores no Brasil pela Rede Globo. Não me lembro em que ano foi, sei que ainda era criança, mas aquilo ficou marcado pra sempre em minha memória. Gostei muito do Pavarotti, do Plácido Domingo e do José Carreras, que não tinha nem tamanho, mas esbanjava um vozeirão incrível. Particularmente, acho um saco "O sole mio", mas gostei muito dessa mesma música aquele dia. E o Pavarotti que estava cantando. Também me lembro de "Perhaps Love", que o Plácido Domingo cantou com o Jonh Denver num LP que minha mãe deu pra minha avó. E por causa do pop eu fui me ligando cada vez mais aos tenores.
Comecei a ir atrás de coisas sobre o Pavarotti e escutei até uma versão de "Roots Bloddy Roots", do Sepultura, que supostamente era cantada por ele. Depois me frustrei e descobri que não. Mas tive a gostosa supresa de ouví-lo com o U2, cantando "Miss Sarajevo". Música linda que me arrepia até hoje.
Pavarotti é um daqueles seres humanos que podem até não ter muitos fãs, mas com certeza não desperta ódio de ninguém. As pessoas não gostam do estilo, mas é meio que inatingível. Se ouvirem cantando ou o virem em algum lugar, saberão quem é e saberão que é o cara do vozeirão. Privilégio de poucos.
Com certeza é responsável pelo estouro da música clássica. Ele, junto com Domingo e Carreras, fizeram o mundo gostar de música clássica. E pelo que tenho lido, tinha uma personalidade extremamente afável e sempre foi um grande amigo.

"Sempre admirei a glória divina de sua voz, aquele timbre especial e inconfundível que ia do começo ao fim do alcance da voz de tenor. Quando fizeram Luciano, jogaram o molde fora. Ele será lembrado para sempre como um artista único nos anais da música clássica." - Plácido Domingo.

"Temos que lembrar dele como o grande artista que era, mas também como o homem que tinha uma personalidade carismática e maravilhosa, que era um amigo muito bom e que era um excelente jogador de pôquer." - José Carreras

Os três se apresentaram pelo mundo durante quatorze anos e o álbum The Three Tenors in Concert (de 94) é o álbum de música clássica mais vendido na história.

E, de novo sem demagogia, estou profundamente triste com a notícia.

4.9.07

"... mas o malandro que é não espalha
Aposentou a navalha
Tem mulher e filho
E tralha e tal
Dizem as más línguas que ele até trabalha
Mora lá longe e chacoalha
Num trem da central..."

Homenagem ao Malandro - Chico Buarque

Eu não sou malandro. Não existem mais malandros, isso é fato. O trem também não é da Central, mas é da CPTM. E chacoalha muito.

As mudanças acontecem sempre em nossa vida. E nós precisamos estar abertos e prontos para elas. Minha vida mudou um bocado esse ano. Primeiro pela nascimento do meu filho. Mesmo que vc jure que não vai mudar, vc muda. E todo mundo percebe, menos você. Outra mudança significativa foi no trabalho.

Trabalho no mesmo lugar há seis anos. É o meu primeiro e, até hoje, único emprego. Todo esse tempo estive no mesmo lugar, na mesma mesa, com as mesmas pessoas. De uns tempos pra cá fui comprado. Toda a empresa foi comprada. Aí mudamos para a sede dos novos donos, na Vila Olímpia, aqui em São Paulo mesmo. E daí que a música do Chico se encaixa na minha vida...

Estou chacoalhando todos os dias. E ao contrário do que o povo disse, o trem não é lá essas piores coisas do mundo. É ruim, mas nem tanto.

Saio de casa às 6h30. Vou de ônibus/lotação até a Barra Funda. Lá embarco no CPTM com destino Itapevi. Desço em Osasco e pego o outro trem "alemão" sentido Jurubatuba. Desço na Vila Olímpia e caminho uns 500m até o prédio novo. Pode parecer um maga roteiro demorado e cansativo, mas não é. Pelo menos por enquanto.

Todo esse percurso demora 40m. Eu vou pro serviço e volto pra casa MUITO MAIS RÁPIDO que antes. Incrível, não?! Se vcs soubessem o terror psicológico que enfrentei pra poder aceitar que viria de trem, com certeza estariam rindo. Como eu estou. Não tem nada demais... até aparecem algumas pessoas estranhas, mal (muito mal) encaradas, mas não sou todas. E o trem "alemão" tem música clássica o tempo todo, ar condicionado e bancos estofados. Para os poucos que consegem sentar...

Enfim... vivenciar a mudança tem sido bem interessante pra mim. Esse começo onde tudo é novidade é extremamente excitante. Além do mais, o prédio é bonito, meu micro é novo, as pessoas são mais jovens e com um outro ar que não aquele velho de cansaço e saco cheio e eu estou me sentindo muito bem com isso tudo.

E volto, claro, assim que mais novidads se revelarem.

31.8.07

Corrente Nacional dos Blogueiros

É interessante como a internet é rápida. E como essa frase é batida...

Montei um blog. Esse blog me fez visitar outros blogs. Lia e deixava comentários, afinal, foi isso que sempre quis que acontecesse com o meu blog: que deixassem comentários.

De um dia pro outro, o Aldrin apareceu aqui, em resposta do meu comentário de lá, e deixou um comentário. Segundo o que ele escreveu, ele leu o que escrevi. Fiquei feliz!
Hoje o Fábio, do "Meus Pitacos" apareceu aqui, também em retribuição a um comentário de lá, e deixou um comentário. E mais que isso: disse que o "O que silencia?" ganhou um leitor fiel e chato. E isso me deixou mais feliz ainda!

Posto aqui quase que diariamente. Amigos da banda sempre aparecem e deixam seus pelpites, mas pessoas que eu não conheço, dificilmente acessam o blog e, mais dificilmente ainda publicam algum comentário.

Esse post é dedicado aos blogueiros simpáticos do Brasil! Blogueiros legais, que retribuem um acesso com outro acesso, motivando os outros blogueiros a continuarem a postar suas idéias e reflexões na net. Isso é importante num país que se diz livre e democrático.

Obrigado aos que tem acessado esse blog. Eu continuarei acessando os outros.

Vamos criar a CNB. Defender os direitos e os ideais dos blogueiros.

Estamos aí!

29.8.07

PRONASCI

Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - alguém já ouviu falar disso?

Por mais que esse blog tente se desprender das raízes oposicionistas políticas, a atual situação do país me proíbe de ficar quieto. É tanta vergonha junta, que incomoda o fato de poder falar e não o fazer.

O Sr. Luís Inácio anunciou na segunda-feira, 20 de agosto, um novo "pacote" de desenvolvimento para os policiais e a nossa "segurança" pública. Baseado num mapa dos 11 "territórios" mais violentos da país (Vitória, Recife, BH, Maceió, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Curitiba, Brasília, Porto Alegre e Belém - do índice mais alto ao mais baixo), o governo bolou planos para diminuir a taxa de homicídios.

A Carta Capital de 15 de agosto de 2007 já anunciava com exclusividade as novas medidas do governo. Na mesma matéria, um artigo de Jaqueline Muniz e Domício Proença Júnior, ambos diretores científicos do Instituto Brasileiro de Combate ao Crime, conta como e porque um policial acaba envolvido com tudo sem perceber quase nada.

O "X" da questão toda está no salário. Porto Alegre, por exemplo, tem a PM com o menor salário do país: R$753 mensais. Reflita, internauta, é possível viver e colocar-se em risco por essa ninharia? Existe alguém no mundo que ame tanto seu país e seu povo a ponto de colocar-se à prova para correr o risco de passar fome? Há quem diga que existe. Mas eu não acredito muito nisso não.

Como pode alguém com R$753 sustentar a casa, locomover-se até o serviço, comer, vestir-se e motivar-se a prestar serviço para a sociedade? Troca de favores. Serviços mecânicos na viatura na mecânica do Paulão, lá na Vila. Em troca, um favorzinho. Passagem livre no busão do Jair. Em troca, mais um favorzinho. Um bico pra completar o salário de fome que o governo paga. Pede-se um favor pra um colega cobrir um turno, pra um superior aliviar o horário de entrada. Marmitex com desconto no "100 Freskuras". Em troca, outro favorzinho. O superior que aliviou a carga horária do soldado que precisa de um bico acaba entrando numa de pedir propina. A troca de favores impede que o pobre policial quase honesto denuncie alguém que o ajuda. O colega que cobre o turno, repassa todos os papelotes de cocaína que apreende em operações na noite, mas não se pode dizer nada, já que ele te quebra um galho.

Viu como se torna um ciclo vicioso? Viu como é fácil, de repente, estar no meio da sujeira sem se ligar? Viu como tudo isso está diretamente ligado ao salário dos policiais?

É preocupante. Fosse só esse problema, seria ainda mais fácil de resolver. Ou pelo menos amenizar. O problema é que ainda tem policial que, além de corrupto, abusa do "poder de polícia". Acaba por agredir gente inocente, levar pra delegacia só pra "dar canseira", bater, matar, acusar falsamente, plantar flagrantes, enfim. Tudo isso porque não recebem direito? Calma. Nesses outros casos é gente que já vem torta desde o início.

Enfim... é difícil falar sobre uma coisa que, apesar de estar diretamente relacionada comigo e com todos os cidadãos, prefiro que esteja tão distante de mim quanto os bandidos. Peço à Deus pra não ter problemas nem com um e nem com outro. Falta de credibilidade da instituição? Talvez. Acho que é mais por não querer confusão. Não devo nada, mas como vimos, é fácil nos enrolarmos sem saber.

Espero que esse plano tenha sucesso. Elas vão "tomar" as comunidades pacificamente. Onde forem aceitos, uns agentes da cidadania vão subir os morros, conversar com jovens, com mães e orientá-los sobre direitos e deveres de cidadão. Onde não forem aceitos, a polícia sobre primeiro. Tapa com luva de pelica. Só não sei quantas outras chacinas ainda aconteceram pra que esse "pacote" seja posto em prática.