17.9.09

X

Parecia um fetiche. Uma coisa louca.
Você gemia descontroladamente e me mordia com raiva. Tentava arrancar minha camiseta. Me apertava. Me deixava te encoxando de propósito, se aproveitando e me deixando louco, com cara de idiota.
Eu nunca sonhei tão alto na vida. Nunca fui tão longe com pensamentos em espaços tão curtos de tempo. A cada vez que você me tocava e gemia no meu ouvido, eu ia ao céu e ao inferno ao mesmo tempo. Pensava em qualquer sentimento puro por frações de segundo e logo depois me enchia de desejos sujos, devassos, insanos.
Aquela mesa, aquela cadeira, o chão, o sofá, os outros olhos vendo. Tudo aquilo poluía minha mente e sujava minha carne de indecência. E você gemia mais alto. Eu me descontrolava cada vez um pouco mais.
Te apertei contra meu pau duro na bermuda, apertado, latejando, te desejando ardentemente. Você sentiu, mordeu meu pescoço, gemeu na minha orelha, me beijou e mordeu minha boca. Te peguei o rosto, apertei as bochechas com força enquanto seus olhos olhavam os meus bem no fundo, como que desejando saber onde eu queria chegar com aquilo. Onde eu queria e não podia. Te beijei de novo. Você se soltou, ficou me olhando de longe, ofegante, quase babando de desejo ou qualquer coisa asssim. Uma mistura insana de ódio e desejo, de repulsa e paixão, de vontade e necessidade. A fome e a vontade de comer.
Tudo isso ali, calado, amordaçado. Puro desejo reprimido. Tesão recolhido. Tudo mais puro e mais profano.Eu imaginava a temperatura da sua carne úmida, cheirando a cio, gritando meu nome.
E mesmo assim voltei pra casa sozinho, enquanto te olhava de longe na despedida.

14.9.09

O de hoje...

enquanto eu leio um monte de merda pra ocupar a cabeça e única coisa que não sai de mim é você. fico o tempo todo pesando e pensando a respeito, até onde vai, se é que vai, porque vai. analisando todas as coisas, ponderando, somando pontos como se resolver minha vida afetiva fosse estudar a probabilidade de algum time ganhar um campeonato de pontos corridos. o grande problema é que eu sou péssimo em matemática.

eu encontro falhas. e vem alguém e me dá soluções. quem eu substituí no último jogo por causa do baixo rendimento, surpreende no treino, passa à frente e, por algum motivo desconhecido nessa matemática toda, não consegue a vaga de titular do meu time. que não está ganhando pra eu não querer mexer e nem perdendo pra eu ter que mudar tudo.

é uma sinuca de bico. a parada toda vai ser decidida na estratégia. quem largou com mais combustível agüentará algumas voltas a mais e pode ter a chance de passar à frente quando os outros tiverem que abastecer. daí em diante, quem ganha é a experiência. não basta assumir a ponta, tem que saber guiar pra chegar ao final primeiro que os outros.

coisa de louco. é meio frio demais pensar nisso dessa maneira, mas, ao mesmo tempo, não tenho muito o que fazer. é um jogo mesmo, uma corrida, uma partida de futebol. eu to treinando meus sentimentos e condicionando o coração para que ele siga para o melhor lado, com a melhor companhia. ao mesmo tempo organizando as estratégias para os boxes, quem para primeiro, quem sai na frente podendo andar mais, enfim... só me vejo mais perdido. não sou o Brawn, nem o Briatore. mas tá tudo bem... passo-a-passo. tudo se encaixa. enquanto isso eu convivo com as surpresas, administro as novas contratações e treino o time pra montar o elenco adequado.

 

4.9.09

Faço suas as minhas palavras...

Melhor que ficar calado é ter alguma coisa pra dizer. Quando nossas palavras não são suficientemente decentes a ponto de serem publicadas, a gente apela. Claro que não é a mesma coisa, mas é um meio  de expressar o que se sente sem precisar falar demais. É simples e curto assim... e é exatamente tão confuso quanto o que há dias eu tento traduzir em palavras...
 
Belchior - A divina comédia humana.
 
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou viver satisfeito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que uma transa sensual
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
Fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando na filosofia
Eu quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno
Viver a divina comédia humana onde nada é eterno
Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
Eu vos direi no entanto:
Enquanto houver espaço, corpo e tempo e algum modo de dizer não
Eu canto