20.12.12

Poema Angustiado


É o dia que não começa
E quando começa não acaba
É a tarde que nunca chega
E quando chega passa voando e
Traz a noite que dura dias

Horas que voam quando deveriam arrastar
E arrastaram quando deveriam voar

Dia que dura semana
Semana que dura um mês
Mês que dura um ano
E um ano que dura um século
Um século que eu não sei mensurar

Isso tudo é o medo que me dá
Só de pensar em ter que esperar pra te encontrar

14.12.12

A arte de esperar em vão - eu


A gente não consegue mesmo
se acostumar com certas coisas.
Na maioria das vezes são coisas pequenas
que crescem
inflam
incomodam
e passam a machucar
apertar
espremer
macerar e aí
dilacera.
arranca um pedaço pequeno a cada segundo
num minuto te tirou quantidade significativa
de sentimento
de auto estima
de sanidade
de paciência
e assim, no final de um dia
de todo resquício de esperança.
Vem com a chuva, mas não vai embora com ela.
Nem quando o sol ressurge e as plantas secam.
Isso continua ali e precisa ser expulso
DE QUALQUER MANEIRA.
Aí você respira fundo,
Resigna-se.
Olha em volta, engole o choro
mastiga as palavras que poderiam machucar alguém
cala-se por alguns instantes
corre prum pedaço de papel e rabisca.
Rabisca e escreve um sentimento que te devora à toa.
Ou que você alimenta à toa.
A arte de esperar em vão
É ainda mais vã quando não sabemos o que estamos esperando.

"These words I write
Keep me from
total madness." - Charles Bukowski