20.1.11

(aquela) noite...

era eu
uma mão, uma nuca, mil beijos
tesão, respiração ofegante,
teu cabelo no meio da minha boca
a língua passeando no mamilo
as unhas cravadas nas costas
um som gostoso de gemido


era eu e era você se entregando
se abrindo pra mim
mamilo em pé, mucosa rosa molhada
refletindo meu desejo
todo o tesão
todas as mãos
todos os dedos


muita saliva matando minha sede
mordendo meu lábio
cavalgando pesada
sentando as coxas no meu saco


intimidando
apertando os lábios
suspirando
lubrificando enquanto rebolava e me olhava
vibrando enquanto me dominava
e sorrindo enquanto sentava com força


era eu e era você pulando
acelerando, mordendo, implorando
pra ir com mais raiva
destilando a fúria
contraindo músculos
gritando


era você dando a ordem
e era eu esperando teu comando


só iria se você se já estivesse
e assim se fez molhando minhas pernas
com teu néctar de flor de outono
teu último gemido, tua última investida
a última entrada


era você esmorecendo e se entregando
desmaiando e me agradecendo, gozando


era eu no final, com tua cabeça no peito
um membro dormindo
um beijo na testa e um dia amanhecendo...

8.1.11

É assim que as pessoas crescem

Passei a semana feicebucando. É, agora isso é verbo e faz parte do dicionário da língua portuguesa. Pelo menos do meu, faz. Enfim... fui remexendo a parada, caçando daqui e de lá e comecei a garimpar velhos amigos, velhas pessoas, velhos amores (platônicos talvez) e velhas pessoas especias. Vaguei madrugas e mais madrugadas debruçado no computador caçando gente. Eu, o verdadeiro head hunter do facebook.

Eu não sabia bem o motivo desse garimpo. Não via motivo algum, pelo menos assim, de cara, pra estar atrás de gente. Conheço uma porrada de gente e uma porrada de gente me conhece. Mas não é só isso...

Reencontrei amigos da escola. Gente que andava lado a lado, sabia dos segredos, dos medos, dos desesperos, das verdades. Gente que compartilhava os momentos como um celebração sacra, como um ritual. As festas, as bebedeiras, as discussões... e tinham ideais, lutas (pessoais e sociais), história pra contar, inteligência pra argumentar e possuíam o dom divino de fazer amigos. Eram grandes amigos e faziam grandes amigos. Foi uma galera da qual até hoje eu me orgulho de ter feito parte, manja? E foi aí que a coisa bateu estridente no meu peito...

Vi uma porrada de fotos. Muitas fotos de muita gente que antes eu via todo dia. E as coisas mudaram pra caralho! Vi garotas casadas, caras carecas e barrigudos, uns derrubados, outras destruídas, outras mais gostosas... vi nas fotos deles uma vida inteira que passou. Fatos, relatos, depoimentos... tudo o que já tinha rolado em todas aquelas preciosas cabeças... Acabei me sentindo oco, vazio e completamente arrependido. Não por ser culpa minha. Porra, o tempo passa, a vida muda, a gente muda, mas... sei lá! Sinto que se eu tivesse dado um pouco mais de mim àquele bando extraordinário com o qual vivi tanto tempo, muita coisa teria sido positivamente alterada na minha vida. Deu pra sacar? Teria me dado melhor ao lado deles. Eu acho... não precisa ser uma convicção.

Fato é que o tempo passou e essa semana eu senti que ainda tenho muito amor por eles todos. Muito amor por cada um deles. Lógico, uns mais outros menos... sempre tem aquele que tá mais do teu lado o tempo todo... mas todos eles, TODOS, fizeram parte de mim e hoje eu sei que ainda fazem. Uma saudade filha da puta me invadiu essa tarde. Passei em frente ao velho colégio e, como uma faca na garganta, as lembranças voaram na minha cabeça. Não chorei porque tinha gente vendo... mas deixo aqui minhas lágrimas digitadas. Lágrimas, sim.

Tava tocando Morrissey e o nome da música diz muito sobre isso tudo. A música era “That’s how people grow up”. Guardadas devidas proporções (a letra do Morrissey é muito pesada pra situação), era o que passou pela minha cabeça. A gente se afasta de quem a gente gosta, se perde por aí, erra, acerta... anos depois, por causa de uma porra de um computador, a gente reencontra uma porrada de gente importante, se sente um merda por ter se afastado delas e descobre que ainda há muito o que ser “vivido” ao lado de tanta gente espcial. Se “é assim que as pessoas crescem”, descobrindo só depois de muito tempo o que fez de errado, eu devo ter crescido. E aos amigos que eu fiquei tanto tempo sem ver, que eu também sei que muitos de vocês devem se sentir assim também, ficam os meus votos de sucesso e aquele convite-lenda pra gente se encontrar, sentar, tomar brejas e dar risada pra matar as saudades.

To aceitando sugestões pra uma reunião desde já, ok?

6.1.11

Como se salvar em tempos modernos

existe um outro mundo, ele disse.

ela fez cara de interrogação. medo talvez... não sabia direito o que ele queria dizer com aquilo. sentindo a insegurança da garota, ele continuou.

lá não tem coisa feia, gente triste, pessoas pobres. todo mundo é bonito, se veste bem, tem as melhores fotos, as melhores famílias. não há problemas, não há violência. todo mundo é seu amigo, todos participam da sua vida ativamente e você pode escolher quem pode ver o que você está fazendo e quem não pode. é um mundo seu, você personaliza, você escolhe os jogos e os jogadores, você manda nele! o teu mundo do teu jeito!

ela, ainda espantada, resolveu arriscar ver qual era... sentou ao computador, entrou no facebook.com e passou a ser mais uma pessoa excessivamente feliz e cheia de momentos bons na vida.

3.1.11

O primeiro de 2011 (de cara limpa)

estranho ter tanto coisa pra escrever e, ao chegar aqui, não conseguir tirar nada de dentro da cabeça. eu vim com idéias brilhantes na cabeça dentro do carro ontem. foi uma virada de ano especial essa. coisas bacanas estão acontecendo comigo, sonhos estão se realizando, a família está em equilíbrio, eu virei vocalista de uma banda fudida e cheia de talentos, tenho milhões de projetos pra tocar em frente e, pela primeira vez, sinto vontade de fazê-los virar realidade. coisa de louco...
acho que me livrei de muita coisa. me desvencilhei de certos paradigmas, de certas manias, de certas pessoas e certos sentimentos talvez. ando me encontrando mais. de cara limpa mesmo, eu e eu mesmo, os meus defeitos, os vícios, os prazeres carnais e totalmente humanos. a gente tem mania de não assumir os vícios e os prazeres por pensarmos ou tentarmos sermos divinos o tempo todo. é impossível! tudo está aqui e não está aqui à toa. a gente pode e DEVE se lambuzar dos prazeres e dos vícios. isso liberta. liberta ainda mais quando descobrimos que eles são NOSSOS, que compõe o nosso CARÁTER e que podemos nos livrar deles pra nos olharmos de cara limpa.
acho que o grande lance de 2011, pelo menos pra mim, é estar aí para o mundo DE CARA LIMPA. sem máscaras, sem se esconder, vencendo os vícios, ponderando nos prazeres e me desocbrindo cada vez mais. esse é o lance. as coisas prometem e eu estou empolgadásso!

bora lá buscar o que o ano tem pra ofertar!!!