30.4.08

Galera,

A partir de hoje as atualizações deste blog serão postadas em www.oquesilencia.blig.ig.com.br

Tentaram me silenciar, mas a luta pela liberdade de expressão continua.

Conto com vocês por lá!

Abraço!

24.4.08

Hoje...

***
De ontem...

Quando se está assim, a gente pensa assado.
Eu estando assim agora, próximo ao fim do expediente (são 16h40 de 23/04/2008), penso em descer de escada correndo, sentar numa cadeira desconfortável no Tago's e tomar todas as cervejas que conseguir até o horário gritar e me fazer ir embora correndo e tenso, com medo de chegar na Barra Funda e não encontrar o último Jd. dos Francos parado no ponto.
Mas hoje, pela primeira vez, eu acho, pensei nisso e fui atingido por uma resposta que veio de dentro da minha cabeça: trabalhar de ressaca é um pé no saco.
Melhor fazer o de sempre, cérebro.

***

23.4.08

Da vida...

Nunca me disseram que seria fácil e eu jamais suspeitei que fosse o contrário. Sabia das dificuldades que enfrentaria. Sabia que desafios e mais desafios estavam por vir e que eu teria que superá-los, um a um, dia após dia, se quisesse chegar onde queria. E assim eu fui. Preparado para as tragédias cotidianas, para os erros, para o pior. Mas não sabia que estava errando desde o começo.
É a tal história de "quem não quer perder aquilo que já tem e fecha a mão pro que há de vir". Nessa de ficar sempre mirando o pior e vencendo os obstáculos, me esqueci de olhar pro lado e perceber as oportunidades que a vida me deu. Esqueci. Simplesmente ignorei o fato de que as oportunidades aparecem e PRECISAM ser aproveitadas. Perdê-las pode significar grandes problemas futuros. E aqui estou mais uma vez...
Errei em muitas coisas. Acertei em outras poucas vezes a decisão a tomar. Remexi, inventei, fugi, encobri, enrolei... fui indo e indo e indo, pesado e lento, quase me arrastando. Achei que a coisa se resolveria. Achei que tudo daria certo no final. Só não sei quando é que esse final chegará e, até lá, vou eu, pagando e corrigindo o que não deveria sequer ser um erro ou um problema.
As oportunidades que deixei passar, infelizmente, não voltaram mais. A vida não pára. Ela te empurra pra frente e você dá os passos para guiá-la. Eu, infelizmente, não dei só passos corretos. Hoje esses passos incertos significam tudo a minha volta. Tudo. Cada momento, cada dor, cada lágrima, cada sofrimento. Eu não sabia e nem teria como saber, porém, podia ter acertado se abrisse os olhos para o que acontecia a minha volta. Não o fiz. E hoje terei de fazer, sabe Deus de que jeito, com que essas coisas, esses "fantasmas" do passado, se resolvam.
Eu não tinha o que postar. As fotos de Salvador não estão comigo ainda, nem lembrei de trazer o CD, não há muita novidade a ser dita e eu estou um pouco inconformado com a atual situação da minha vida. Como se lamentar não adianta porra nenhuma, escrevi. Escrevi pra tentar explicar o que sinto - e fazer valer a extrema necessidade que o homem tem de se comunicar - e alertar a todos sobre os possíveis erros nessa estrada e o significado deles em nossas vidas.
É duro. Dá vontade de largar tudo, de desistir... mas, sempre há alguma coisa que te motive...
Hoje é um dia especial: 23 de abril, dia de São Jorge. Sou devoto de São Jorge, mas antes de saber que ele era São Jorge, soube que, no Candomblé, ele é o Oxóssi, o orixá caçador. Esse sincretismo deve-se ao fato de o Orixá e o Santo terem características em comum... o fato de um ser caçador e o outro guerreiro, as armas, as qualidades, enfim... Mas, acima de tudo, esse sincretismo foi adotado devido ao preconceito que os escravos enfrentavam em seus cultos afro-descendentes. Para "driblar" os senhores de engenho, os negros começaram a unir os santos católicos aos orixás da África. Daí vem o Candomblé e a Umbanda que, ao contrario do que muitos pensam, são religiões BRASILEIRAS, e não existem na África como existem aqui. Enfim... É só uma introdução necessária.


Oxóssi


São Jorge

Deixo no blog minha homenagem ao meu pai e padroeiro São Jorge, que ele me proteja sempre, proteja os amigos que passam por aqui, abra nossos caminhos e, acima de tudo, nos mostre a luz e a força para fazer dessa a nossa mais importante e significativa caminhada.

Okê... Okê Cavaleiro de Aruanda! Okê... Rei dos Caboclos e das Matas! Senhor Oxossi, que as suas matas possas estar repletas de Paz, Harmonia e Bem-Aventurança. Meu Pai Oxossi, Rei dos Caçadores, não permita que eu me torne uma presa dos malefícios nem dos meus inimigos. Okê, Okê, meu Pai Oxossi! Rei das Matas de Aruanda. Okê Arô!

16.4.08

O tempo continua de amargar, hein!? Fala sério... Já estou mal, tossindo, com corisa e dor no ombro. Nem cheguei ainda, vai vendo...

Esqueci de trazer o CD com as fotos da viagem, ou seja, não tenho nada aqui no computador. Ou melhor, quase nada. Tenho umas fotos que tirei do celular... alguns dos lugares por onde passei dias que não esquecerei jamais.

Um deles é esse aqui, Sauípe.



Os nossos amigos-compadres-guias-turísticos juraram que não era daquele jeito, mas o que vimos não nega: o progresso está chegando a Sauípe. Claro, Sauípe é diferente de Costa do Sauípe. Sauípe é uma vila. Simpática, modesta, cheia de gente simpática. O que eles disseram é que não tinha nada ali há alguns anos. Mas ainda bem que já tinha...
Estávamos cansados, mortos, meio bêbados e com fome. A sorte é que havia uma padaria, um mercadinho e até farmácia! Foi tudo de melhor... A praia é maravilhosa. Deu pra curtir um final de tarde fantástico. Paisagem, sol se pondo e uma brisa que faria qualquer um sentar ali e dormir até o outro dia. Realmente...

O outro é um ponto turístico conhecidíssimo de todos nós, o Farol da Barra.



Aí em frente, no prédio branco onde fica o camarote do Expresso 2222, trio de Gilberto Gil, funciona uma boate nova, onde o amigo-compadre-guia-turístico trabalha. Por sorte nossa, é só as sextas e sábados. Nesses dias, então, ficávamos pela cidade, caçando um canto pra encostar e deliciar as "roskas" à beira mar. A boate chama LOTUS. Tem aqui em Sampa também e em Nova Iorque... coisa fina! rs... Mas não é dela que vou falar...
Uma das praias que mais freqüentei em Salvador foi a praia do Porto da Barra. Aí, ao lado direito do farol, o mar é calmo, limpo, transparente, cheio de peixe e com a barraquinha da Dona Mara, simpática baiana que barateia o preço e dá um atendimento de primeira!
Pra se ter idéia, ela corre até o mar, enche um regador e molha os pés dos clientes e a areia, pra que ningém queime o pé. Quando se trata de criança, o cuidado é redobrado. Pedia aos meninos pra ir buscar água doce para que eu desse banho no Caetano logo depois que ele amoçasse pra que ele dormisse em paz, embaixo do guarda-sol - que lá se chama "sombreiro" - imenso que ela alugava pra gente.

Aqui é Jauá.



Essa praia fica na Linha Verde, estrada que liga Salvador a Aracajú, onde também estão Sauípe, Imbassaí, Itacimirim, Massarandupió, Praia do Forte e mais uma porrada que eu não lembro. Chegando lá em Sergipe, tem Mangue Seco, onde foi filmada a novela Tieta, em mil novecentes e cu quadrado, quando a Beth Faria tinha menos de três dígitos de idade...
Acho que é a primeira, não me lembro bem da ordem. A praia é bem legal e os quiosques antigos dão um clima bem calmo, tão tranqüilo que, para o tiozinho aparecer com a cerveja foram exatos 14 minutos...
O que é legal nessa praia são essas pedras que, praticamente, dividem a parte rasa da parte funda. Muito interessante... dá pra ir a nado... sem pressa... bem abaianado... rs...



O que tenho por agora é isso. O CD tem mais de 300 fotos... Claro, vou mostrar os lugares legais, os pontos turísticos, a Ilha de Itaparica, enfim, lugares bacanas, pra que o próximo que pisar na Boa Terra já tenha um roteiro pré-estabelecido! rs...

Por hoje é isso. Volto logo mais...

Abraço!

14.4.08

De volta à ativa...

De volta...
Escolhi a pior segunda-feira do mundo pra voltar de férias. Às 05h50, cinco minutos antes de o despertador me levantar, um trovão de uns 1500 decibéis me acordou. Sem querer eu já estava de péssimo humor.
Pensei no trânsito, no trem lotado, no bafo quente do vagão apertado e úmido, na cara de toda aquela gente sem vontade, nas poças d'água e no meu guarda-chuva quase todo arrebentado. Por pouco, muito pouco mesmo, eu já não rifei o dia todo.
Levantei, respirei, desativei o despertador, fui pro banho e fui, aos poucos, pensando nas possibilidades dessa segunda-feira dar certo. Eram poucas, me preferi acreditar que o dia seria melhorzinho...
Já na entrada, péssimas notícias. A empresa não vai como eles queriam que fosse. Tá mal. Não tem avião no mercado, nosso equipamento não corresponde às expectativas dos clientes, os vôos internacionais estavam dando prejuízo. Tudo isso fez com que acontecesse o que lutamos tanto para não deixar acontecer: cancelaram as rotas internacionais para a Europa. Perdemos tudo. Até os slots de Frankfurt que operávamos desde 1969 sem parar, a única linha que sobreviveu a tudo dentro da empresa, nossa maior receita a mais de muitos anos, será cancelada. Acabou. A Varig opera simplesmente América do Sul e Brasil. Tudo bem... ainda tenho meu emprego.
Passado o primeiro susto, veio o segundo. A irmã do Alessandro, amigo baiano com o qual passei 15 dias das minhas férias faleceu na madrugada do dia 12. Do nada. Fiquei branco... achei completamente estranho, mas, infelizmente, confirmou-se a história.
Sentei, respirei e abri o email: por um momento pensei ter resgatado o humor. Mesmo com toda essa turbulência, vão nos pagar o PPR. Sorri e respirei aliviado. Volta de férias é sempre um martírio. Essa grana me salvou... e, se pã, salvou até o show do Whitesnake.
De resto, normal. O trampo tá na mesma e tende a diminuir, uma vez que teremos menos vôos, teremos menos bilhetes. O que, por vezes, me assusta. Se for pensar racionalmente, menos vôos, menos bilhetes e menos trabalho significa menos funcionários. Mas, como nada aqui é tão lógico, deixei seguir o dia.
Não mudou muita coisa. O que mudou foi minha situação. Eu estava pesado, lento, tenso. A cada minuto aqui dentro eu diminuía alguns milímetros, me curvando com o peso de um Boeing nas costas. Foda. A ida à Salvador energizou os ânimos. Meu e do resto da família, que também aproveitou muito a viagem.
Conhecemos bastante a cidade. Vários cantos antes não explorados. Ir à Salvador fora das festas nos fez descobrir uma outra cidade. E apesar de ser o que é, essa outra cidade nem sempre é tão feliz, iluminada, limpa e alegre como conhecemos no Band Folia ou dentro das cordas do Camaleão. O buraco é mais embaixo... bem mais embaixo.
Andei de ônibus. Fui ao centro histórico, subi e desci ladeiras de paralelepípedo. Reconheci fachadas manjadas dos filmes. Fui ao Pelô, tomei cravinho e fotografei a paisagem. Vi um Pelourinho feio, abandonado, sem artistas de rua, sem Olodum, sem vida, vazio. As pessoas dizem que abandonaram Salvador de novo. Dizem que a violência está cada vez mais presente. Mãe Isabel me disse que evita ao máximo sair na rua e que, quando sai, não leva nada a não ser o extremamente necessário. Disse que tinham matado sete no bairro em que ela mora naquela mesma semana, pouco antes de eu chegar. Não tem emprego, não tem educação e, se esse surto de dengue atingir a cidade, a coisa ficará muito, mais muito feia mesmo. É triste. A visão de Mãe Isabel é a visão de muitos outros soteropolitanos preocupados. Uma das cidades mais bonitas do Brasil, que vive basicamente de turismo, largada nas mãos de políticos corruptos que não fazem questão nenhuma de retomar as rédeas. Ainda bem que esse ano tem eleição. E tomara que os baianos saibam direito o que fazer com os votos deles.
É... conheci outra cara, outros sabores, outros desgostos e, diferentemente do que acontecia quando embarcava de volta à São Paulo depois do carnaval, voltei meio triste, meio preocupado. A Bahia precisa de ajuda... e o povo de lá, PRINCIPALMENTE os artistas renomados, milionários, com apartamento na Barra, mansão em Villas do Atlântico e resort na Praia do Forte, tem que se conscientizar e abrir os olhos pra cidade fora do Campo Grande ou do Barra/Ondina. Há de se tomar atitude! Um povo que se orgulha tanto de ser o que é, se omite quando coisas desse tipo acontecem. Enfim...
Mas passei ótimos momentos, conheci pessoas fantásticas, aprendi muito, conheci praias e lugares onde jamais estive e deslumbrei com a beleza que só a Bahia tem. Ainda estou descarregando e escolhendo fotos, escrevendo alguns textos e tudo o mais. Assim que tiver coisas mais legais eu posto aqui no blog. Por enquanto, vou enchendo vocês de palavras tentando descrever as sensações desse retorno.
O blog volta a ativa finalmente!

Abraço à todos!

2.4.08

Estou de volta...

Pessoas, infelizmente voltei a São Paulo... a parte baiana das férias se foram. Mas vale dizer que foi exatamente o que eu queria que fosse.
Passei por Salvador e todo o litoral norte: Forte, Sauípe, Imbassaí, Jauá, Itacimirim... só de lembrar dá saudade.
Consegui perceber aspectos diferentes em Salvador. Longe das festas, uma outra cidade aparece. E, infelizmente, a Bahia é um caso complicado, difícil de entender e de explicar. Com o tempo vou postando as fotos da viagem e contando as histórias que ouvi por lá.
Logo mais, com mais tempo e mais cabeça (ainda não me habituei ao barulho, tempo cinza e poluição daqui) conto os causos e publico as fotos pra vocês morrerem de inveja! rs...
Grande abraço e até logo mais...