27.12.07

Retrô

O "O que silencia?" caminha rumo ao 100º post e esse ano caminha para o fim.

Diferente do que eu esperava no final de 2006, 2007 foi meio diferente. Após o nascimento de Caetano, meu primogênito, as coisas viraram do avesso e a vida, mesmo que eu dissesse que não, se virou toda pra ele: com o maior prazer do mundo.

No campo profissional as mudanças foram dolorosas. Todos sabemos que "depois da tempestade, vem a calmaria", mas isso não vale em todas as terras não. Nessa aqui, adotaram a filosofia do Herbert Vianna: depois da queda, o coice.

Tomamos na cabeça meses e mais meses, consecutivamente. Testemunhei amigos, colegas e ótimos profissionais serem riscados do quadro sem maiores explicações. Pior que isso era saber que, assim como quem não tinha saído, eles ficariam sem receber nada por um bom tempo. Vi gente passar fome, pais se entregarem, mulheres se desesperarem. O campo profissional em 2007 foi meio que "provação" - apesar de ser contra essa palavra, não encontrei outra que se aplique tão bem à situação que enfrentamos. Foram meses e mais meses de luta. Na verdade a novela teve início em 2006 e se estendeu até setembro desse ano, quando, oficializada a venda da "parte que prestava" à um grupo novo, rico e muito mais forte, as coisas começaram a se acertar.

Saí do lugar onde eu trabalhava desde 2001 pra cair num prédio. Trabalhar em prédio é legal, mas é chato. Paradoxal mesmo... as pessoas que eu via todos os dias (os que sobraram depois do megacorte realizado em 31/07) a qualquer hora, não vejo mais. Não sei o ramal de todo mundo, uma vez que cada um tem o seu. Não me acostumo a ter que pegar elevador pra fumar, pra subir dois andares ou comprar um capuccino no mesanino. A adaptação foi e está sendo complicada. Mas estou feliz com minhas novas funções - diga-se de passagem, acumuladas -, meu novo lugar e o pessoal novo que conheci. É ruim estar longe do passado quando ainda se vive algo que realmente foi importante pra sua vida. Me entristece pensar nos amigos que saíram sem explicação e que passam por dificuldades sabe Deus quantas vezes maiores que as minhas. Nessas horas eu olho pra mim, valorizo o que faço e agradeço à Deus por ter meu trabalho.

Hoje, estabilizado, procuro me manter onde estou, arrisco reuniões, palpites e participo ativamente da, digamos, reconstrução da empresa. Querendo ou não ela está ligada à minha vida muito antes de eu nascer... e eu gosto muito disso tudo!

Com a banda não foi diferente. O Reverstereo enfrentou turbulências, mas já voa em calmaria, graças à Deus. O JARS também alça vôo rumo aos shows do ano que vem. Tudo limpo nos céus do hobby do Aldo Jr..

Com o meu time, basta ler alguns outros posts aí embaixo... me decepcionei, mas não o abandonarei jamais. Ainda mais agora que ele precisa do apoio da FIEL torcida. Nunca vou te abandonar, Corinthians!

Não ia fazer nenhuma retrospectiva pessoal no blog, mas não teve jeito. Iniciei esse post hoje porque vieram com uma ladainha de trabalhar sábado, dia 29 e domingo, dia 30. Saí com a cara mais feia que alguém poderia fazer da sala de reunião, desci pra um cigarro, voltei e chamei o chefe, que me pediu pra ir à mesa dele. Sentei lá, convoquei mais dois da equipe (além de grandes amigos, os mais sensatos que trabalham comigo) e expliquei o caso, claramente e sem gaguejar:

"Nós precisamos de mais gente. O serviço dobrou porque, graças a Deus, tá entrando grana, você sabe melhor que nós que quem efetivamente trabalha na receita são só 4 e o mês que vem serão 3, porque o fulano sai de férias. Eu não vivo pra trabalhar, eu trabalho pra viver. Hora extra a gente faz sem problemas, mas exploração num sábado de feriado prolongado, é apelação. A gente precisa é de mais um funcionário..."

Com ares de raiva ele respondeu que iria pensar sobre o assunto, mas não garantiu que estaríamos em paz no prolongado. O tempo vai dizer... amanhã saio daqui, desligo o celular e pego a estrada. Se me demitirem, que paguem o que me devem e que a estrada siga. Enfim...

Post extenso! To até cansado...

Desejo à todos vocês, leitores e amigos, um 2008 cheio de realizações e agradeço desde já à todos que por aqui passaram, comentaram, discordaram e me fizeram acreditar que escrever realmente vale à pena!

Obrigado à todos, que no ano que vem esse blog bombe de acessos e comentários e que nossa associação saio do papel e aconteça de verdade. Com direito, inclusive, a reuniões mensais regadas a cerveja.

Grande abraço à todos!!!

"Adeus ano velho
Feliz ano novo..."

19.12.07

The dreams are coming true


Eu já tive uns nove blogs. Sempre gostei de escrever e isso sempre me motivou a escrever pra quem fosse. Porém, devido aos poucos acessos e comentários, eu desistia. Largava a mão, cansava, entediava... por mais que eu defendesse a arte de "escrever pra ninguém", em pouco tempo tudo mudava.
Quando comecei esse blog, em maio (eu acho), resolvi mudar a estratégia. O blog em si começou com uma proposta completamente diferente da que tem hoje, mas como evolução sempre é bom, não liguei. Deixei que ele tomasse o caminho que quisesse. E tomou.
Resolvi passear em muitos outros blogs, assim divulgaria o meu e conheceria blogs interessantes, de gente interessante. Quando começou, demorou um pouco para o feed back, mas logo a coisa rolou. O Áldrin, o Fábio, o Marco, o Felippe, agora, mais recentemente a Laís, o Pablo, a Keila, enfim... meu blog passou a ter visitantes constantes! Não sei se isso é reflexo das visitas que eu faço ou se realmente o pessoal gostou do blgo, mas, enfim, pouco importa. Pelos comentários que leio, as pessoas lêem o que eu escrevo e isso me deixa feliz. Embora tenha dissertado mais sobre temas cotidianos que qualquer outra coisa.
O número de comentários crescendo, as pessoas sempre visitando e uma idéia que eu tive há um tempo, até cheguei a comentar com alguns blogueiros amigos, era de montar uma sociedade, uma "entidade" que ajudasse a divulgar e dar visibilidade aos novos blogs. Hoje, com esses vistantes inéditos, essa idéia voltou a rodear minha cabeça.
O "O que silencia?" está rumo seu 100º post. O número de visitantes e comentários não chega a tanto, porém, já motiva bastante. Vejo o blog dando certo e realmente me animo.
Aos amigos Marco, Fábio, Laís, Pablo e Áldrin, fica o aviso de que "precisamos conversar". Quem sabe essa história de sociedade dos blogueiros anônimos realmente não dê certo? Pode ser um grande passo... ainda mais quando um dos membros da sociedade já é até biógrafo...

Aguardo mais contatos!!!

18.12.07

A festa de fim de ano...


Li o post sobre a festa de fim de ano da empresa no blog do Medina e, apesar de concordar em parte com o que ele disse no post, fiquei meio assim com os exageros. Mas descobri sábado que não eram exageros.

Já participei, ou melhor, participo de festas de fim de ano de empresas há sete anos, ou seja, desde quando comecei a trabalhar... e estou até hoje na mesma empresa. Sempre existem os casos inusitados: um supervisor cuidando da churrasqueira e tomando whisky, fica bêbado, capota embaixo da ducha da piscina, os funcionários ameaçam e o gerente oferece cobertura a quem for lá e abrir a ducha. Graças aos deuses executivos o bom-senso prevaleceu e, mesmo com a cobertura do chefe, ninguém molhou o indefeso supervisor alcoolizado - embora vontade não faltasse.

Diferente das demais festas de "pós-expediente", a festa desse ano foi num sábado, saímos da sede da empresa às 7h, chegamos ao sítio do dono da empresa às 9h30 (em Itú, SP), tomamos café, participamos de uma mega-gingana-corrida-de-interação e, depois do cansaço, o merecido descanso: churrasco, buffet e MUITA cerveja. Quando digo MUITA é muita mesmo. E cerveja boa. Nada de segunda linha...

Quando a festa começou, dois ou três se atiraram na piscina, o resto, ainda tímido, abria cuidadosamente as primeiras latas de cerveja. Por volta da uma da tarde, a coisa já estava mais anárquica: o DJ tocava um axé ensurdecedor que me fazia lembrar da Bahia, as meninas rebolavam de biquínis, shorts e sainhas, os homens rebolavam sem jeito em volta delas segurando, já meio tortos, as latinhas de cerveja.

Todos viam e ouviam fotos, vídeos e, mesmo assim, poucos davam atenção. Ao invés de se comportarem frente às diabólicas máquinas digitais, riam, rebolavam mais, mostravam a língua, faziam careta... o resultado, quem está aqui sabe, ninguém merece!

Vídeos e mais vídeos de pura falta de noção do ridículo. Risos e mais risos, tombos e até forró com a chefe (confesso, fui eu...). Teve gente que acreditou ser um nordestino "retado" e, de tanto tentar dar nó na mulher, caiu, rolou e inaugurou a UTI móvel da Golden Cross que, sabiamente, o Sr. Vice-Presidente Financeiro colocou lá de cobertura. Volto a dizer: só tinha cerveja. Se tivesse qualquer outro tipo de destilado, sabe Deus se a festa já teria acabado.

Enfim... em meio a risos, violão, tombos, falta de bom-senso, gritaria, arriscaria dizer até uma "putariazinha" de leve, rolou mais uma festa de fim de ano. Essa, sem dúvida, inesquecível. Não posso tecer comentários públicos a respeito de tudo que vi por lá, mas deixo a mente de vocês voar um pouco... faz bem.

Hoje é terça. Amanhã é quarta e tem a confraternização da empresa toda... regada a open bar e show do Paralamas do Sucesso. Quinta tem o tradicional amigo secreto e sexta, a festa da saidera pré-natal, no bar aqui debaixo, com presença garantida de todos os cachaceiros de crachá.

Em um outro post eu vou falar sobre a febre alcóolica que assola a sociedade assalariada nessa época do ano. É incrível o aumento abusivo do consumo de álcool... mas eu gosto!

13.12.07

Da insatisfação com a tarde chuvosa...

Nada combina mais que uma tarde como essa (cinza, fria e chuvosa) que The Smiths e licor de cacau com conhaque, porém, pra fugir da mesmice, resolvi mudar a coisa toda.

Hoje, vou de vinho tinto do Porto, licoroso e doce, e um clássico, esplendoroso, "Nessun Dorma", na voz do maior tenor de todos os tempos. O favorito desse blogueiro "paga pau".

Acho que não é segredo pra ninguém a minha admiração profunda e cansativa por ele. Infelizmente ele nos deixou esse ano, mas o Youtube e suas grandes surpresas revelaram um momento histórico: a última apresentação do tenor em Turin, nos Jogos de Inverno do ano passado.

Confesso: assim que abri o vídeo e comecei a assistir, fiquei com medo. Pensei que ele não aguentaria. Entrou meio cansado, curvado, num frio intenso. Quando abriu a boca foi notável que nada ali tinha mudado por dentro. A carcaça estava mesmo um pouco cansada, mas lá de dentro ainda soava a voz mais admirada do mundo.

O cara é um ícone! Uma inveja! Responsável direto pela desnatação do mercado de música clássica no mundo. Conseguiu se juntar com Bryan Adams pra cantar "O sole mio", que também o fez com o Roberto Carlos (assunto pra outro post), com Liza Minelli na belíssima interpretação de "New York, New York", com os outros dois tenores, Plácido Domingo e Jose Carreras, com quem cantou até "Aquarela do Brasil" na apresentação que deu origem ao concerto, na festa de encerramento da Copa do Mundo de 1994, nos EUA.

Enfim... ladies and gentleman, Sir Luciano Pavarotti!

12.12.07

Da conformação do brasileiro


Sei lá se é herança cultural ou se a gente foi adquirindo esse dom de se conformar com o tempo. O brasileiro tem um senso de "ah, tá bom" que é invejável. Tem uma capacidade sagaz de fingir que não viu e passar o resto do dia pensando no futebol, no carnaval, na mulherada...
Poderia tomar milhões de situações cotidianas como exemplo, mas vou usar uma que conheço bem, que enfrento todos os dias: o transporte público de São Paulo. Meu Deus!
Saio de casa e tomo um ônibus pro Metrô Barra Funda. São 3 pontos, coisa de dez minutos e eu só uso o ônibus porque tem que atravessar a ponte do Limão - não fosse isso, juro, iria a pé... Por estar perto do ponto final, o Jd. dos Francos - Barra Funda - 9784, passa em casa com gente na porta. Nas duas. É difícil entrar tanto quanto é difícil sair. O pessoal se aloja na porta do ônibus. Pouco importa se ele vai ou não descer. Se alojam ali e ali ficam, parasitando e ocupando um espaço que deveria ficar livre, afinal, foi feito pra quem precisa DESCER do ônibus.
No trem a coisa piora. Educação não existe! E se a sua mãe te deu educação, não ouse usá-la numa estação de trem da CPTM: é perder tempo e correr o risco de não entrar e nem sair do vagão. O primeiro trecho é mais tranqüilo - Barra Funda/Presidente Altino, no trem que vai pra Itapevi. Já pra embarcar em Presidente Altino sentido Jurubatuba, pra descer na Vila Olímpia, haja paciência.
O trem já chega lotado. A porta, pra variar, é a parte mais disputada do vagão. Cheio! Braços, pernas, cabeças, bolsas mochilas, empurrões, nêgo gritando, e MUITA GENTE RINDO. Rindo! Como se aquilo tudo fosse engraçado! Como se fosse dever nosso pegar um trem daquele jeito pagando R$2,30! É a filosofia da hiena: come merda e dá risada.
Ontem, na volta, sentido Osasco, o trem estava de um jeito que eu não via há muito tempo. Tinha passado do "lotado" para o "não cabe mais ninguém", mas a porta abria. E, claro, se a porta abre, o povo entra. Empurra, espreme, xinga, bufa, cola a cara no vidro da porta, mas entra. Parece que quanto mais cheio mais divertido.
O brasileiro se conforma. Acostuma-se a pegar o trem daquele jeito e passa a achar graça de tudo aquilo. Acha legal contar para os amigos que enfrenta um trem lotado todo dia e se diverte com as histórias que conta. Acha normal ter qe pagar pra ir espremido, chegar suado e fendendo ao destino. Camisa passada? Esquece! Não chega mesmo, de jeito algum! Sem comentários!
Assim como o que acontece com o trem, acontece com muitas outras coisas. Coisas que pagamos para poder usufruir com dignidade e respeito, mas, mesmo sendo tudo inverso ao que esperávamos, a gente se acostuma, tolera e ri. Ri da nossa situação, da nossa desgraça, da nossa miséria.
A gente comemora dia após dia a nossa capacidade de não cobrar e se dar satisfeito. A gente celebra nossa falta de bom senso, nossa falta de educação, nossa falta de senso de justiça e de convívio em sociedade. Ignoramos o fato que DEVEMOS cobrar de quem nos fornece COBRANDO por um serviço que esse serviço seja bem prestado. A gente esquece e ri.

Observação importante: li no blog da Soninha, que vai sair candidata à prefeita em São Paulo no ano que vem, um monte de elogios ao tal "trem espanhol". Ela contou que foi assistir a F1 em Interlagos e usou o trem que, "além de ar condicionado, tem música clássica". Elogiou a limpeza, o conforto, mas esqueceu que usou o trem num DOMINGO! DOMINGO! De domingo a muvuca que usa o trem está em casa se preparando para encará-lo na segunda-feira!
Deixei comentário, escrevi, mas não obtive resposta. Não sei porquê... talvez porque ela tenha me ignorado ou talvez porque pensou ser nada a ver o que eu estava dizendo. Legal!

A gente se conforma...

10.12.07

Nas graças da audiência

É engraçado como as coisas acontecem. Assim como eu, milhões de outros brasileiros tem uma banda, um grupo ou sonham com o estrelato. Cada qual com seu motivo: realização, reconhecimento, dinheiro, fama, mulheres, limozines ou seja lá o que for.
Há quem diga que não, que jamais se tornaria uma pessoa "pública". Eu, particularmente, duvido: não existe um ego que não se infle com a possibilidade de o mundo saber que ele existe.
Quando comecei a entender o que era uma banda, meu objetivo, além da diversão, era ficar rico, famoso e ser reconhecido na rua. Isso seria a realização de um sonho: sonho que os quatro integrantes da minha primeira banda tinham em comum... isso nos idos de 99. Faz tempo...
A coisa era mais, muito mais, orgânica. Eu tinha cabelos verdes ou azuis ou vermelhos. Me vestia com jeans rasgado, usava um all star baleado (até hoje uso), óculos escuros enormes e de diferentes cores e fazia de tudo pra chamar atenção dos que estavam a minha volta. E conseguia.
Muito do que tenho hoje, falando de musicalidade e amizade, devo ao meu tempo de "fanático pela fama". Meu jeito de me vestir, pentear e "colorir" os cabelos tornou-se moda! Sim! Ao menos durante um ou dois anos, eu vi MUITA gente usando cabelos de outra cor na escola, no condomínio... na cidade de minha avó, onde passava as férias, tornei-me ponto de referência. Todos sabiam quem era o "menino do cabelo azul". Um dia entrei numa farmácia lá e a atendente sorriu e me perguntou onde eu comprei a tinta. "Não é tinta, nasci assim", respondi. Ela riu e eu saí sem responder que era azul de metileno, remédio pra garganta. Segunda a simpática atendente, metade da cidade tinha perguntado na farmácia qual era a tinta que o "menino do cabelo azul" usava. Eu achei MUITO bom.
Talvez essa tenha sido a experiência mais próxima da fama que eu tive. Ninguém sabia meu nome, mas sabiam quem eu era. Durante um curto espaço de tempo meu cabelo ditou moda numa cidade do interior. Isso realmente me fez feliz.
Hoje os tempos são outros. Minha visão de fama não é mais a mesma... mesmo porqe agora eu nem sei se quero mesmo ser "famoso". Queria era poder tocar o que eu toco no ensaio para o maior número de pessoas possível; queria que elas comprassem meu disco e gostassem do que eu faço; queria poder viver fazendo o que mais gosto de fazer. Não quero mais ditar moda. Não quero mais ser referência, ser "símbolo de uma geração" ou tentar salvar o país. A gente fica velho, tudo muda.
É necessário que eu diga que o fato de não pensar mais na fama como eu pensava aos 16 anos não quer dizer que estou lavando as mãos, empurrando com a barriga ou coisa que valha. Nada na vida acontece sem empenho e eu continuo empenhado a fazer da minha banda (ou "das minhas bandas) uma banda profissional, com shows, empresário, fã-clube, roadie (que beleza!), camarim... é... o sonho mudou mas não foi tanto assim.

5.12.07

Absurdo!

Além da decepção do rebaixamento, ainda somos obrigados a escutar uma dessas... AQUI.


Corinthians. Minha vida, minha história, meu amor... partidos ao meio.


4.12.07

Exigências da vida moderna

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.

Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).

Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.

Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.

E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.

As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.

Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.

Ah! E o sexo.
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.

Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.

Na minha conta são 29 horas por dia.

A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!

Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos e seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher.

Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésia.

Agora tenho que ir.

É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.

E já que vou, levo um jornal...

Tchau....

Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.

Luís Fernando Veríssimo