16.12.09

Entrega...

eu sei que vou querer de novo
que vou fazer de novo
que não vou conseguir parar
e que mesmo que quisesse
não faria diferente...
 
faço questão de não controlar
de precisar cada vez mais
de me entregar sem pensar
e, mesmo podendo, jamais
nunca, nenhum dia da minha vida
hei de deixar te amar

30.11.09

A vida sagaz de Jhonny Putão

Então você é que é o cara?
Eu mesmo. Nasci pra foder. Nasci pra fazer mulher gozar.
E quem garante que você SABE fazer mulheres gozarem?
Elas. Pergunta pra qualquer uma que passou por essa rola aqui. TODAS gozaram como malucas, muitas ficaram até inconscientes depois de meia hora de trepa.
Que beleza... Então, Mr. Putão garante o serviço?
Sempre. A satisfação da mulher é minha maior satisfação. Adoro ver mulher gozar. Ouvir mulher gemendo, tremendo a buceta no meu pau, de quatro, enquanto eu bombo com força, deixando-as malucas.
Dá pra acreditar... com todo esse porte físico...

Jhonny Putão devia ter uns 50. Os cabelos grisalhos, compridos, um óculos redondo. Ela era uma espécie de John Lennon vivo. Mas bêbado. Sempre bêbado. Tomava gin como se fosse água e cheirava a fumaça de cachimbo. Os dentes eram amarelados e os olhos, quando ele aparecia sem óculos, eram espremidos e vermelhos. Um legítimo beberrão de quinta contador de histórias.

Mas então... continua na atividade?
Sempre. Enquanto tiver buceta, tem Jhonny.
E você ainda arruma buceta?
Ah... às vezes. A gente passa a não ter muita restrição. Antes eu escolhia à dedo. Não tinha essa pança, não era rosado, não tinha os olhos espremidos e os dentes dessa cor de banana.
De fato...
Mas, voltando... elas me procuravam. Sempre. Todos os dias. Eu trepava, em dias movimentados, com 4 mulheres diferentes. E várias vezes tinha sorteio entre elas pra saber quem passaria a noite comigo. Quando não tinha acordo, eu dormia com todas elas pra não ter discussão.

Ele dizia isso e ria. Uma risada sufocada, cheia de pigarro. Notava-se que ele estava nas últimas. Mas ele não se dava conta disso. Apoiava o braço na barriga e bebia gin sem parar.

Isso aí. Jhonny Putão.
Eu mesmo.
Tenho uma surpresa pra você.
Pra mim? Sério?
É. E, pelo que você me disse, você vai gostar.
Vou?
É sim. Chega aí, Dani!

Ela veio. Num vestido de veludo lilás, colado. A cara esburacada pela acne da adolescência, bafo de cerveja, batom meio vermelho, mas nos lábios escuros ficava roxo. Os peitos desciam quase até o umbigo. As auréolas eram maiores que fatias de mortadela. Tinha uma bunda imensa que com certeza não cabia em privada alguma. Reza a lenda que Dani Dinossauro cagava no tanque. Realmente monstruosa.

Jhonny, essa é Dani Dinossauro.
Mas que delícia!
Né?! Aposto que ela é capaz de te fazer pedir arrego sem precisar sentar esse traseiro scania na sua cara. Né, Dani?
Ah... esse bebezinho não dá nem pro começo.

Ela disse isso, se ajoelhou aos pés dele, abriu o zíper da bermuda bege e enfiou aquele resto de pau na boca. Jhonny se assutou, deixou cair um pouco da gin na camiseta velha do Doors, mas logo se ajeitou na cadeira e relaxou nos imensos lábios de Dani.

Que tesão, baby!

Ela o olhou com a rola na boca. A cena era grotesca. Ele enfiou as mãos nos peitos gigantescos dela e ficou apertando os mamilos. Ela chupava e gemia. Sem jamais tirar a rola da boca. Levantou, subiu o vestido até onde terminavam os peitos (no meio da barriga) e sentou aquela xota escondida num monte de sebo no pau do Putão. Ele gemeu. E ela começou a pular.

Os dois gemiam sem parar e aumentavam o ritmo. Eu tava realmente acreditando que Jhonny faria Dani Dinossauro gozar como louca. Foi quando a cadeira do bar abriu as pernas. Os dois caíram no chão, mas o pau não saiu de dentro daquela imensidão de carne mijada.

No chão, a coisa foi mais voraz. Era violento. Fazia um barulho ensurdecedor, como se dois hipopótamos estivessem cantando Pavarotti e batendo a barriga um contra o outro sem parar. Eu vi Dani fechar os olhos e começar a esfregar a xota nele. Um atrito digno de arear panela. Só faltava sair faísca. Ela gemia mais alto e ele concentrava-se pra não esvair-se em porra antes da hora. Foi quando ela soltou...

Caralho! Que rola maravilhosa, bebezinho! Tu vai me fazer gozar, neném, vai!? Vai?! VAI!!!!
Isso, sua putona! Sua deliciosa! Goza nesse pau e me faz explodir dentro de você!!!
Isso, isso, isso... CARAAAAAAAAAAALHO!
PUTA QUE PARIU!!!!

Eu pensei que fosse um alien. Juro. A negra tremia, virava os olhos. Era um misto de grito de gol com convulsão. Alguma coisa espirrou na camisa de Jhonny. Ela LITERALMENTE gozava feito louca. E ele não resistiu e despejou porra naquela xota gordurosa. Terrível.

Ela deitou em cima dele, com aquele traseiro do tamanho de um conteiner olhando o balcão. Respiravam ofegantes. Pareciam suspensão de busão do centro. Medonho.

Meia hora depois, com a ajuda de muita gente, Dani Dinossauro saiu de cima de Jhonny Putão. Ele se levantou com dificuldade, pediu outra gin, arrumou outra cadeira e se reestabeleceu.

E então, rapaz?
Realmente impressionante, Jhonny. Você conseguiu até foder com a Dino.
Eu te disse que daqui ainda saia MUITA porra, meu filho... e você tem muito o que aprender.
Ah, sim... se a aula for entre bizarrice e mal gosto, você será meu mestre pra sempre.

Ele riu, pigarreando novamente, entornou meio copo de gin e pegou o cachimbo. Olhou em volta, todos estarrecidos. Ele ajeitou o membro na bermuda. Jhonny Putão ainda reinava no bar.

23.11.09

Noites de trago e dias de cão

É simples assim: a gente finge que esquece e não deixa de lembrar.

Às vezes eu paro pra pensar no que acontece a minha volta. Ou ao redor de todo mundo. É incrível mesmo a capacidade que o ser humano que vive em sociedade – eis o grande erro – tem de saber o cheiro que tem o rabo alheio e não ter a menor idéia do cheiro do próprio rabo. E sabe por quê? Porque é mais fácil enfiar o dedo no rabo alheio.

Eu nunca fiz questão de acreditar na sorte. E ratifiquei isso tudo lendo o velho safado. Segundo ele, a gente tem é talento pra se safar do azar, pois esse sim existe.

As coisas podem dar certo e podem dar errado. Não é o que anda acontecendo comigo. E eu posso até me dar ao luxo de dizer por aí que ando fazendo tudo direito! Tirando as noites de trago, os dias de cão eu ando levando na mais alta classe, na categoria, cheio de paciência e anti-ácido. Mas porque é que comigo não dá certo? Todo mundo, gente que, perante a sociedade, é muito PIOR que eu, consegue escapar e pular a corda quando ela passa embaixo dos pés e eu me enrosco todo nessa merda e caiu com o cu no asfalto? Cansa!

O Chico disse na música que Deus era gozador e adorava brincadeira. E eu ando achando que é fato! Chego a ponto de olhar pro céu e perguntar, indignado: agora você tá me zoando, né?

É dar um passo pra frente e as coisas todas andarem junto, ou seja, você parece estar sempre no mesmo lugar. Deve ser coisa mandada! É por essas e outras que não há jeito: sem trago a noite, sem força pra dia de cão de manhã. É fato!

Já perdi o fio da meada. Tinha um monte de coisa na minha cabeça, mas eu cheguei em casa, tomei um banho e parece que toda a inhaca urbana que me emputece durante o dia vai pro ralo, aí as idéias desaparecem. Me resta o trago. Vou ver qual é ali com o copo e amanhã, quando a cuca fervilhar, eu volto pra expor a bagunça que tá aqui dentro.

Ah, sim! Uma coisa andou! Nem parece verdade...

10.11.09

Minha incrível capacidade de despertar a inveja alheia.

Eu devo mesmo pagar de comedor. Ou, de fato, sou um comedor NATO. E isso deve intrigar muita gente. Ou as que eu deixei porque não atingiram o desempenho necessário, ou as que eu deixei indiretamente, roubando, por assim dizer, o bem alheio. Fazer o quê se a rola aqui fricciona muito mais que a daí? Problema de quem não pode. Né, não?
 
Há um tempo atrás aconteceu. Vieram me dizer, de novo, que eu era uma bicha enrustida, que catava caras à torto e a direito por aí, que me escondia em motéis de quinta em bairros sujos pra comer "cu de macho" enquanto deixava a mulher e o filho em casa. Eu ignorei, ele retornou. Ignorei de novo e dessa vez ele (ou seja lá o que for) voltou chutando o balde. Disse que eu era corno, que comeu a minha "ex" e que continua comendo. Realmente intrigante.
 
Pensei um pouco... desisti. No mínimo é algum frustrado que teve sua xota tomada pelo poder do meu pau. Pau que, segundo o anônimo, eu dou pras bichas chuparem na Barra Funda. Onde é que ele quer chegar, hein?! Se o cara sabe quem é minha "ex" e tá afim de causar intriga, fosse até ela e espalhasse o burburinho. Vir chiar aqui no blog, escondido pela máscara do anonimato é tão fácil quanto retrucar que eu comi o rabo grande e perebento da mãe dele. Viu?! E mesmo assim, isso aqui ainda vai com o MEU NOME, é MEU TEXTO.
 
Criei o blog a muito tempo atrás pra postar minhas ideias. A coisa evoluiu. Dizem até que meu texto é bom e elogiam meu modo de escrever. Ótimo! Assim como eu não acharia ruim alguém postar comentários criticando meu texto, expondo erros... muito pelo contrário, seria muito bom ter alguém pra debater essas coisas comigo. Mas entrar sem nome, dizer o que quiser e sair ileso, não. Lamento muito.
 
A liberdade de expressão continua aqui. 100%. Digam o que quiserem, passará tudo pelo meu crivo - desde que tenha NOME, tudo é possível: falar mal do meu texto, dos meus erros de português, até suspeitar da veracidade dos fatos aqui narrados - eu NUNCA linquei nenhum conto meu com algo que de fato tenha acontecido.
 
E se eu comi sua mina ou, pior que isso, a roubei de você, desculpe, fracassado. Só que desse jeito você não resolverá seu problema. MUITO MENOS TERÁ ALGUÉM DE VOLTA. Uma vez do Aldo Jr., sempre do Aldo Jr.
 
Me igualando a você e expondo todo o escracho que passa pela minha mente poluída (e que me desculpem as pessoas decentes que acessam essa droga!), vou no mesmo nível:
 
ENFIE SUAS PALAVRAS BEM NO FUNDO DA BUCETA GONOCÓCICA DA SUA MÃE E DEPOIS CHEIRE. MAS CHEIRE BEM FUNDO, DO MESMO MODO QUE SE ASPIRA COCAÍNA. SINTA O CHEIRO DAS ENTRANHAS DA PUTA QUE TE ESCARROU NO MUNDO E, NA PRÓXIMA VEZ, TENHA AO MENOS A HOMBRIDADE (OU NÃO) DE HONRAR O NOME QUE ESSES INFELIZES DE SEUS PAIS TE DERAM.
 
Antes que eu me esqueça: passo na Barra Funda todos os dias pra voltar pra casa. Se tiver algo a resolver comigo, me encontra lá. Mas ressalto: se é meu pau que você quer pra chupar, esquece. A sua mina já faz isso pra mim.

5.11.09

As rosas não falam...

aquele dia saí da pensão para ir ao novo emprego. eu nunca tive muitas ambições, nunca quis ser rico, pensava simplesmente numa casa de dois quartos, quintal para fazer um churrasco de domingo, minha mulher, dois filhos e um cachorro. eu batalhava por isso. estudei, me formei, troquei de cidade e, agora, tinha o emprego que me pagaria o que eu julgava justo. eu estava feliz e com o coração em paz até entrar no escritório novo.

ela sentava na mesa do fundo, tinha longos cabelos dourados, olhos penetrantes e um sorriso simpático, espontâneo e bonito o suficiente pra enganar um babaca com o coração em paz. eu, por exemplo.

na segunda semana no escritório nós saímos. bebemos, conversamos e tudo acabou numa cama redonda, com um colchão velho forrado com courinho marrom num motel de quinta.

no dia seguinte mantivemos as aparências de sempre. não almoçamos juntos, mas saímos à noite. e essa rotina se repetiu excitantemente por três longos meses. era uma paixão fervorosa, quente, sincera, bonita. eu cheguei a pensar que frutificaria, mas ela tirou férias, não deu sinal de vida e quando voltou, me chamou pra conversar.

contou que estava noiva, que iria se casar e que queria manter o juízo, ter uma relação saudável e uma família feliz. sorte a dela. eu passei três dias sem dormir.

tentei manter o controle, mas sentia raiva dela. todos os sorrisos que ela me dava me irritavam. seus olhares me feriam, sua voz me ensurdecia e eu sequer conseguia responder o "bom dia" que ela me dava.

antes de surtar completamente, a chamei pra conversar.

"não me olhe mais", eu disse.

"eu tento evitar, mas não consigo."

"consegue. você evitou tantas outras coisas, me olhar é muito mais simples."

"eu te fiz muito mal, me sinto mal por isso..."

"sente sim... por isso saíamos todas às vezes sem culpa alguma..."

"não fala assim... se tivesse algo que eu pudesse fazer pra reparar meu erro eu..."

"tem algo sim", interrompi. "mesmo quarto, mesmo motel, hoje às onze."

"eu... ok, eu passo."

antes de me preparar psicologicamente para o encontro, comprei uma garrafa de vodca, energéticos, cigarros, dois CD's do Chico, incenso e aquele veneno pra rato. passei na floricultura, comprei rosas colombianas vermelhas e fui pro nosso quarto.

arrumei tudo como queria, acendi o incenso, me servi um copo grande com muita vodca e um pouco de energético, coloquei o CD do Chico e escrevi numa folha em branco:

"se há algo que pode te salvar, é a honestidade. se amas a outro não deverias vir. veio, traíste e pagarás para que eu a esqueça."

ela veio. falou, falou, falou e bebeu, bebeu, bebeu e trepou, trepou, trepou e dormiu.

eu acordei mais cedo e pedi o café da manhã: suco de laranja, torradas e salada de frutas - o que ela gostava. tomei um banho me troquei e antes de sair despejei o tal do veneno na jarra de suco. deixei as rosas com o cartão na recepção e a recomendação ao velho recepcionista que entregasse a ela quando ela passasse por lá. ele sorriu, disse que eu era romântico, eu disfarcei minha vontade de mandá-lo à merda, paguei a conta e saí.

parei na padaria do outro lado para tomar o meu café: uma lata de guaraná antártica, um pedaço de torta de frango, café preto e marlboro. duas longas horas mais tarde, a vi saindo.

os cabelos molhados, seios perfeitos soltos na blusa de seda vermelha, sardas espalhadas pelos ombros, aquele rabo escultural numa saia branca, os pés num salto alto, o buquê de rosas numa mão e o papel na outra.

senti o cheiro de desespero do outro lado da rua. paguei minha conta e a vi estendendo a mão pra dar sinal pra um táxi. atravessei a tempo de vê-la cair. as rosas na calçada, o papel amassado numa mão, a outra apertando a garganta. a olhei nos olhos. olhos arregalados, gritando algo que não saia de jeito nenhum. fechei os meus e quando abri, os dela já não brilhavam mais.

"não houve salvação", disseram no trabalho. os colegas se reuniram e foram ao velório, depois ao enterro. eu disse que ia, mas mudei de idéia e fui pro quarto do motel de sempre. pelas minhas contas, eles devem estar baixando o caixão agora.

21.10.09

A blusa

um homem não pode amar duas mulheres ao mesmo tempo. ele pode amar uma e gostar da outra, querer ter por perto ou coisa assim. falo isso por mim. eu saia com três mulheres desde que me separei a última vez. gostava das três, mas cada uma de um jeito diferente... uma porque era mais gostosa, outra porque me acompanhava nos bares da vida a outra porque era linda e trepava como ninguém, enfim. cada uma com sua peculiaridade, cada uma com seu cheiro, seus modos, seu sexo, seu jeito de gostar de mim. e tudo corria as mil maravilhas, tudo ia muito bem até que um dia minha ex-mulher me ligou. eu senti na voz dela que o tempo que tínhamos dado um ao outro chegava ao fim e que realmente precisávamos muito um do outro agora. percebi que ela tinha vontade de reatar e de tomar novos rumos, traçar novos planos, olhar as coisas com outros olhos. não posso negar em momento algum que amei loucamente aquela mulher. e não posso negar que estava muito fácil ceder a todos esses encantos novamente e retomar um amor que eu jurava estar morto. ou pelo menos morrendo. e foi o que eu fiz. mas fiz do meu jeito: na canalhice.
saia com as quatro garotas, comia as quatro garotas, inventava quatro desculpas, quatro declarações, quatro apelidinhos carinhosos e quatro maneiras de trepar. revezava os dias da semana e reservava um tempo pra cada uma a cada fim de semana. nos outros, eu sempre tinha o que fazer. mas tudo na vida passa e essa febre de fornicação barata passou.
eu comecei a não ver mais graça em todas as meninas, descobri umas trapaças aqui, outras acolá, me senti traído (mesmo traindo todas ao mesmo tempo), me tornei um pouco mais amargo e fui riscando a minha lista. claro, dei prioridade a minha ex-mulher. ela era o que eu queria. pelo menos parecia ser.
tirei a que me traiu primeiro e resisti às investidas dela. a segunda, por ser meio fresca demais e imatura o suficiente pra não entender a minha situação - eu não sou egoísta, só costumo pensar primeiro em mim. a terceira... bem... a terceira eu não consegui riscar de lista. ela me fazia bem, de um jeito ou de outro. estava sempre ali, me queria o tempo todo com ela, me enchia com os problemas que ela criava e não existiam, me pedia solução, não dava um passo sem mim e isso me cativava. sempre gostei da idéia de ter alguém que precisasse muito de mim. mesmo sendo só pro meu prazer e meu deleite - só pra poder jogar na cara de alguém que esse alguém não viveria se eu não estivesse perto.
eu amava de fato minha ex-mulher, mas nutria algo por essa terceira. um carinho, um cuidado. talvez só o fato de precisar dela por mera vaidade, confesso. fiquei com as duas. e estava tudo bem até eu começar a sentir que só o fato de pensar na tarceira já me fazia um filho da puta ainda maior. pior que isso: eu comecei a me sentir errado. mas superei tudo isso num primeiro momento, insisti na idéia e continuei saindo. mas as coisas entraram no eixo do outro lado e eu comecei a fugir da garota sempre. ela percebeu, eu menti. disse um monte de baboseira pra que ela fosse cativada novamente e deu certo. e eu fugi mais. e ela sofreu um bocado e mesmo assim saiu comigo no meu aniversário, me encheu de presentes, me chupou, me fez gozar três vezes, disse que me amava e que queria viver comigo pra sempre. eu não disse nada. e acabou que sumi de novo.
esses dias a encontrei. precisava acabar com aquilo de algum jeito. disse o que tinha pra dizer, a deixei no ponto e ia saindo quando ela me chamou de volta. me disse, olhando nos meus olhos, com os olhos marejados, a boca meio trêmula, "eu me decepcionei muito com você". "você teve sua chance", eu disse, "talvez não tenha aproveitado tão bem quanto deveria" - egoísmo, talvez eu entenda mesmo disso. ela se calou como que engolindo qualquer "vai tomar no cu" que pudesse escapar. "minha maior frustração é não te ver com a blusa que eu te dei". eu silenciei, a beijei no rosto, ela subiu no lotação e seguiu. eu fui em frente, pensando, triste e meio perdido. até que caiu a ficha.
voltei correndo no mesmo ponto, peguei o lotação que vinha atrás, acompanhando a outra apavorado, com pressa, torcendo pra que desse tempo. a vi descer no ponto, dei sinal ainda olhando pra onde ela iria. corri o máximo que pude, me coloquei na frente dela. notei que ela chorava desamparadamente. eu não disse nada. abri a mochila, coloquei a blusa, fechei o zíper, a beijei na boca com todo o sentimento que ainda restava em mim, pedi desculpas por tudo e saí.

17.9.09

X

Parecia um fetiche. Uma coisa louca.
Você gemia descontroladamente e me mordia com raiva. Tentava arrancar minha camiseta. Me apertava. Me deixava te encoxando de propósito, se aproveitando e me deixando louco, com cara de idiota.
Eu nunca sonhei tão alto na vida. Nunca fui tão longe com pensamentos em espaços tão curtos de tempo. A cada vez que você me tocava e gemia no meu ouvido, eu ia ao céu e ao inferno ao mesmo tempo. Pensava em qualquer sentimento puro por frações de segundo e logo depois me enchia de desejos sujos, devassos, insanos.
Aquela mesa, aquela cadeira, o chão, o sofá, os outros olhos vendo. Tudo aquilo poluía minha mente e sujava minha carne de indecência. E você gemia mais alto. Eu me descontrolava cada vez um pouco mais.
Te apertei contra meu pau duro na bermuda, apertado, latejando, te desejando ardentemente. Você sentiu, mordeu meu pescoço, gemeu na minha orelha, me beijou e mordeu minha boca. Te peguei o rosto, apertei as bochechas com força enquanto seus olhos olhavam os meus bem no fundo, como que desejando saber onde eu queria chegar com aquilo. Onde eu queria e não podia. Te beijei de novo. Você se soltou, ficou me olhando de longe, ofegante, quase babando de desejo ou qualquer coisa asssim. Uma mistura insana de ódio e desejo, de repulsa e paixão, de vontade e necessidade. A fome e a vontade de comer.
Tudo isso ali, calado, amordaçado. Puro desejo reprimido. Tesão recolhido. Tudo mais puro e mais profano.Eu imaginava a temperatura da sua carne úmida, cheirando a cio, gritando meu nome.
E mesmo assim voltei pra casa sozinho, enquanto te olhava de longe na despedida.

14.9.09

O de hoje...

enquanto eu leio um monte de merda pra ocupar a cabeça e única coisa que não sai de mim é você. fico o tempo todo pesando e pensando a respeito, até onde vai, se é que vai, porque vai. analisando todas as coisas, ponderando, somando pontos como se resolver minha vida afetiva fosse estudar a probabilidade de algum time ganhar um campeonato de pontos corridos. o grande problema é que eu sou péssimo em matemática.

eu encontro falhas. e vem alguém e me dá soluções. quem eu substituí no último jogo por causa do baixo rendimento, surpreende no treino, passa à frente e, por algum motivo desconhecido nessa matemática toda, não consegue a vaga de titular do meu time. que não está ganhando pra eu não querer mexer e nem perdendo pra eu ter que mudar tudo.

é uma sinuca de bico. a parada toda vai ser decidida na estratégia. quem largou com mais combustível agüentará algumas voltas a mais e pode ter a chance de passar à frente quando os outros tiverem que abastecer. daí em diante, quem ganha é a experiência. não basta assumir a ponta, tem que saber guiar pra chegar ao final primeiro que os outros.

coisa de louco. é meio frio demais pensar nisso dessa maneira, mas, ao mesmo tempo, não tenho muito o que fazer. é um jogo mesmo, uma corrida, uma partida de futebol. eu to treinando meus sentimentos e condicionando o coração para que ele siga para o melhor lado, com a melhor companhia. ao mesmo tempo organizando as estratégias para os boxes, quem para primeiro, quem sai na frente podendo andar mais, enfim... só me vejo mais perdido. não sou o Brawn, nem o Briatore. mas tá tudo bem... passo-a-passo. tudo se encaixa. enquanto isso eu convivo com as surpresas, administro as novas contratações e treino o time pra montar o elenco adequado.

 

4.9.09

Faço suas as minhas palavras...

Melhor que ficar calado é ter alguma coisa pra dizer. Quando nossas palavras não são suficientemente decentes a ponto de serem publicadas, a gente apela. Claro que não é a mesma coisa, mas é um meio  de expressar o que se sente sem precisar falar demais. É simples e curto assim... e é exatamente tão confuso quanto o que há dias eu tento traduzir em palavras...
 
Belchior - A divina comédia humana.
 
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou viver satisfeito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que uma transa sensual
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
Fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando na filosofia
Eu quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno
Viver a divina comédia humana onde nada é eterno
Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
Eu vos direi no entanto:
Enquanto houver espaço, corpo e tempo e algum modo de dizer não
Eu canto

19.8.09

Poeminha...

poema de fim da vida

de dia que não nasce

de noite que não brilha

 

poema de mentira

de amor que não acaba

de paixão que não combina

 

poema de avessos

fogo que não arde

liberdade que sufoca

medo que não intimida

 

poema de brinquedo

se cair quebra

se puxar rasga

se doer termina

14.8.09

Desespero...

... e é isso mesmo! se você quer saber, eu nunca fui feliz em te amar! eu nunca acreditei nessa baboseira. e pra falar a verdade, quero mais é que você se foda! nunca precisei de você, dos seus favores, das suas noites mal dormidas, do seu mau humor, a merda da sua TPM, seu mau hálito todos os dias de manhã na minha nuca, o seu dedão do pé roçando a batata da minha perna, o seu cheiro inesquecível de banho tomado, cabelo lavado, creme hidratante e o amaciante do pijama, o modo como você beijava meu pescoço, apertava meu braço, arranhava minhas costas e gemia no meu ouvido pra eu te chamar de "minha putinha" enquanto montava o meu pau num ritmo que eu jamais esquecerei... foda-se! já nem sei mais o que sou eu ou é você.

12.8.09

... não quer calar...

Se os “fiéis” não se importam em doar grana pra IURD pra salvá-los, porque se importariam de doar pra mim?

Fé por fé, eu também falo com Deus. Posso pedir pra Ele perdoar essas almas lameadas de pecado.

 

Ou não?

 

 

11.8.09

Todo homem que vacila a mulher passa trás?

Qual é a do mundo!? Tenho ouvido cada coisa...

 

" - Aldão, aquela mina lá, nem te falei... é casada!"

 

Ou pior:

 

" - Eu sou noiva!

 - Tá fazendo o que aqui comigo?

 - Ah... mas eu gosto dele..."

 

Gosta o caralho! Gosta é do que ele te dá, filha da mãe! Tudo interesse. Esse papo de "mulher quer estabilidade", é fato. Eu não sei qual é. Nunca passou pela minha cabeça ser cafajeste à ponto de precisar me relacionar com alguém pra fazê-lo de besta e tirar proveito disso tudo como se não fosse nada. Elas iludem o idiota!

Quanto mais dinheiro o cara tem, pior fica. Ele banca a guria, que logo se estabelece. Sempre é uma gostosinha, bem gata, fina, elegante. Dessas que dá vontade mesmo de desfilar de mão dada. O que o manso não sabe, é que só ele não basta! O que ela quer de verdade tá guardado na zorba encardida de um proletário qualquer, sem frescuras, que cai de boca e come ela inteirinha num motel de R$25 na Lapa, perto do Terminal.

Eu sempre me mantive reto em relação as minhas escolhas. É fato que, assim como todo mundo, eu também corri o risco de ser corno. Porém, era uma escolha minha levar adiante o que eu sentia, do modo mais sincero, mais junto e mais honesto possível. Pra mim, só desse jeito se faz um relacionamento decente. E nem foi suficiente, já que não tenho mais relacionamento nenhum. Por outros motivos, meu "casamento" também acabou e a única coisa que eu tenho em mente agora, é que não caso nunca mais!

Isso tá uma putaria sem fim! Eu sei que posso estar parecendo contraditório em relação ao post anterior, mas vale ressaltar que ali embaixo estava falando de gente sem compromisso, como eu e como algumas outras que conheci. Agora, a porcentagem de mulher compromissada que anda curtindo a pica alheia é assombrosa! Desesperadora, pra falar a verdade!

Eu tinha a idéia, agora é ideal de vida. Não caso mais! A única mulher por quem ainda ponho a mão no fogo é minha mãe. E ela já casou, não casa mais. Não dá pra se sentir seguro, não... fala sério.

7.8.09

...

Mais uma dose! É claro que eu to afim...

A noite nunca tem fim. Porque é que a gente é assim???

 

A vida sem limites. Tudo ao extremo. Sempre um pouco a mais, sempre um pouco acima, sempre mais um copo, mais uma lata, mais uma garrafa, outro cigarro, para ali pra fazer a saideira... voltar pra casa é uma saga heróica.

A noite vai ficando cada vez mais agradável. Quanto menos consciência a gente põe na mesa, mais gostosa fica a coisa. O papo fica mais atirado, mais sincero. Os desejos se afloram, gritam. Hormônios à flor da pele, a cabeça inundada de sacanagem. Todo mundo aumenta a dose e fala de sexo... porquê?! Porque todo mundo gosta! O mundo é puto! O ser humano é estômago e sexo. Graças a Deus!

A vida podia ser um eterno orgasmo. Uma foda sem fim!

Álcool, aditivos, música, beijo, abraço, banho e... foda! Claro! Sempre foda...

Gozar é bom. Trepar é bom. Gemer é bom. A vida é feita disso! A gente tá aqui porque nossos pais foderam um dia. E eles estão porque nossos avós foderam também. A vida é uma foda! Passar por aqui sem foder, é não estar vivo. Foda é instinto, é desejo, é animal, é HUMANO.

 

Sexo só faz bem. E eu estou bem por fazer sexo e estar fazendo sexo como nunca fiz na vida. Obrigado meu Senhor por não nos privar desses prezeres mundanos! Obrigado por nos dar a oportunidade de sentir prazer e amar mais a vida!

 

Cuidem-se, crianças! Encapem o mordomo e "senta a pua"!!! Isso aqui é nosso!

 

Vou ali... quem sabe foder de novo...!

 

29.7.09

De hoje...

Já há muito tempo não escrevo sobre amor. Nem sobre amar alguém. Deve ser porque não amo mais. Ou porque só se ama uma vez na vida e eu já o fiz dessa vez. Terei de voltar pra amar novamente... e tentar, claro, passar a vida ao lado desse alguém.

Há um vazio estranho. Algo que não consigo preencher de jeito algum. As paixões aparecem, vão, voltam, surpreendem até algumas vezes, mas logo esfriam. Não me ocupam. Não são o que eu preciso que sejam. Não estão lá quando eu quero, quando eu preciso. Estão quando eu procuro, mas o diferencial seria estar antes que eu precisasse procurar. Nunca mais tive isso. Dessa maneira paixão nenhuma me surpreendeu.

É estranho... não ter mais esse apego a ninguém, mesmo sentido que alguém se apega a mim. Às vezes me vejo pensando o quanto andei sendo canalha. Embora não tenha machucado nem magoado ninguém, me vejo indiferente demais. Talvez como tenham sido comigo quando os papéis estavam trocados. E por mais que eu me policie, não é algo fácil de controlar. Escapa. E quando eu dou por mim, já disse, já não fui, já mudei de programa... Me preocupo sim por não estar dando, talvez, a atenção que a pessoa mereça, mas ao mesmo tempo me desmistifico, me explico e tento me fazer entender. Deixo que me cobrem e cobro também, assim parece mais saudável. Ou não.

Todo esse silêncio aqui deve vir disso. Ando muito mais eu comigo mesmo. As coisas acontecem e talvez pelas primeiras vezes na vida toda, eu me calo pra observar tudo antes de pronunciar qualquer coisa. Ando muito mais observação que palavreado. Tenho poupado as palavras exatamente por não saber quais escolher e como organizá-las. Meu escudo tem sido meu silêncio. Não me machuco, nem machuco ninguém. E isso não me faz mal...

A verdade é que o olhar sobre todas as coisas mudou. A ótica, o ponto de vista... tudo é diferente, mais adulto, mais coeso, menos prepotente, menos infantil... eu acho. As mudanças acontecem e eu acompanho mais de perto, cada curva, cada tom, cada cor, cada gosto, muito mais intensamente justamente por estar calado quando certamente estaria falando. A filosofia íntima é muito útil.

Às vezes tenho medo do que penso. Mas logo o medo passa porque esse silêncio me traz mais respostas. Mais explicações.

Não é tristeza. Nem melancolia. Só um pouco mais de atenção a mim.
O asfalto, o álcool, São Paulo, o underground, não serão úteis agora. O silêncio se estabeleceu aqui porque era a vez dele. E aqui vai ficar. Se eu pressionar pra que ele saia, talvez esteja errando, afinal, não tenho a menor vontade de abrir a boca pra falar qualquer coisa.

Deixa estar. Assim me conheço melhor e conheço os outros melhor.

21.7.09

"O AMOR É UM CÃO DOS DIABOS"
 
Eu mal sei o que tá acontecendo. Não faço idéia do que seja. Não sei mesmo o que tá rolando.
Alguém entra na minha sala, passa a mão na minha cabeça, crava os dentes na minha nuca, sai olhando pra trás e rindo da minha cara de espanto, como se fosse normal, e diz que só veio dar um "oi".
 
Tá todo mundo sem parâmetro. Eu quero só ver a hora que eu perder os meus.

18.7.09

...

To esperando alguma coisa acontecer. Nunca mais escrevi nada.
Não tenho mais idéia boa... meus contos pararam todos na metade. Eu preciso de alguma coisa que me faça voltar a respirar cidade, poluição, vodka e underground.
Espero melhorar... que será que eu faço???

6.7.09

Na cidade D'Oxum


Cheguei quarta passada e por mais que prometesse estar sempre, não dá. É muita coisa pra ver, pra sentir, pra comer, pra visitar...

Contemplamos na quinta uma das mais belas paisagens de Salvador... e por agora é o que posso colocar no blog. Tem muita coisa pra pensar, mas não tem tempo pra escrever.

Espero que uma imagem resuma uma parte do que é descansar na Bahia.


23.6.09

Faz tempo...

Ando muito distante do meu blog. E não é de propósito.

 

As coisas andam muito corridas, até teria algumas novidades pra contar, mas não consigo escrever como gosto de escrever, sobre essas novidades. As coisas ainda ficam vagando na minha cabeça sem uma ordem lógica... pra não manchar o meu querido blog, eu esqueço dele um pouquinho. Sabe como é... a sabedoria também está em saber ficar quieto. E essa é minha hora de estar quieto. Pelo menos até a próxima quarta-feira, quando este que vos fala sai de férias rumo a primeira capital tupiniquim, sol, axé e muita coisa boa. De lá, juro que posto novidades com mais assiduidade. Enfim...

 

Só pra deixar registrada minha indignidade...

 

Esses dias o elevador do prédio em que estou trabalhando atualmente deu pau. No prédio são 4 andares da empresa em que eu trabalho e o resto é telemarketing. Imaginem vocês, queridos, a quantidade de gente estranha que eu vejo todos os dias... pois bem... O elevador parou no 12º andar, abriu a porta no meio dos andares e foi descendo, devagar, com a porta abrindo e fechando.

Antes de todo mundo entrar em pânico, uma das meninas, inconformada com a situação, soltou um sonoro:

 

- Vai estourar minha pausa.

 

Nesse dia voltei pra casa repensando todos os valores da raça humana. Incrível.

7.6.09

VAZIO...

E eis que me deparo com João Cabral de Melo Neto. Perfeito...

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

25.5.09

Pro silêncio...

 

a tarde já se desfez

rosada, se afogou no mar

trocou de cor, brincou de Deus

e me isolou, sem dar adeus

 

de repente se fez noite

esfriou, escureceu

aonde você estava

por andava eu

 

fosse esse o fim

desencontro

caminhaste até mim

desconforto

fosse esse o desfecho ruim

eu, você, sempre nós...

sempre sós

 

um raio de sol vazou a cortina

fez-se um feixe de luz

entre a cama e a mobília

nos lençóis da cama, sozinha

 

lá amanheceu chovendo

garoa fina, dia cinza

os olhos fixos, ainda lembro

jogado no quarto, fazia frio...

 

 

22.5.09

...

 

eu quero você, mas quero você agora, não quando você quiser.

quero você quando eu gritar seu nome.

quando sentir seu gosto.

quando meu corpo desejar seu corpo.

quero você do modo como me interessar, não como você quer se entregar.

quero você no momento em que eu precisar de colo, sem precisar pedir.

quero você comigo antes que eu sinta saudade.

antes que eu te chame.

antes que termine.

-- só assim pra eu saber se você se entrega como eu me entrego.

 

18.5.09

Segunda...

 

Poema de Fauzi Arap que eu ouvi na voz de Maria Bethânia, numa interpretação medonha, terrivelmente assustadora – ela é realmente irreal. Não existe. Foda ao cubo...

 

Eu vou te contar que você não me conhece.
E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve.
A sedução me escraviza à você. Ao fim de tudo você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não a mim.
E quanto mais falo sobre uma verdade inteira, um abismo maior nos separa.
Você não tem um nome, eu tenho. Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções. Mas a mentira da aparência do que eu sou e a mentira da aparência do que você é.
Por que eu, eu não sou o meu nome e você não é ninguém.
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível de aproximação. través da aceitação da distância e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia. Eu me dispo da notícia e a minha nudez parada te denuncia e espelha. Eu me delato, tu te relatas, eu nos acuso e confesso por nós.
Só assim me livro das palavras com as quais você me veste.

 

E como se não bastasse, num arremate, emenda a belíssima “Um jeito estúpido de amar”:

 

Eu sei que eu tenho um jeito

Meio estúpido de ser

E de dizer

Coisas que podem magoar e te ofender

Mas cada um tem o seu jeito

Todo próprio de amar e de se defender

Você me abusa e só me preocupa

Agrava mais e mais a minha culpa

Eu faço e desfaço contrafeito

O meu defeito é te amar demais

Palavras são palavras

E a gente nem percebe o que disse sem querer

E o que deixou pra depois

Mas o importante é perceber

Que a nossa vida em comum

Depende só e unicamente de nós dois

Eu tento achar um jeito de explicar

Você bem que podia me aceitar

Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser

Mas é assim que eu sei te amar

 

Fantástico!

 

Como é difícil esse processo de aceitação, não!?

E como eu ando filosofando raso ultimamente.

 

... nada impactante.

 

7.5.09

Dentre as paixões...

Existem várias, eu sei. Sabemos todos.
É impossível amar ou se apaixonar por uma ou duas coisas na vida. Muita coisa entra e cativa o lugar dentro do coração. Umas durante a vida. Outras desde muito antes de você pensar em chegar ao mundo.
Eu tenho três grandes paixões na vida: a música (onde incluo nossos mestres da MPB como Chico, Caetano, Bethânia e muitos outros, além, claro do santo Heavy Metal, como Ozzy, Sabbath e Iron Maiden), os livros (muitos, mas com muita ênfase nos poemas - Neruda e Vinícius - e nos beatniks) e o futebol. Futebol só não, mas o CORINTHIANS.
Não vou discutir, opinar, defender porque sou TORCEDOR e estou falando como TORCEDOR. Minha missão aqui não é ser "imparcial", é demonstrar o que sinto - mesmo sem saber explicar - pelo meu time de coração.
Não sei de onde veio. Meu pai é corintiano sim, mas depois descobri que isso pouco influenciaria na minha decisão. A gente já nasce corintiano. Já nasce fiel, torcedor e fanático. Aconteça o que acontecer, os corintianos sempre lotarão os estádios, sempre participarão das mudanças no clube, sempre cobrarão melhores resultados e sempre, sempre, estarão de pé, vibrando, cantando, motivando e, acima de tudo, demonstrando o amor que sentem por esse que é, sem dúvida, o maior time brasileiro.
A boa fase que vem atravessando, a contratação do Ronaldo - tido por muitos como "ex-jogador" (chupa Leco!), hoje ídolo já imortalizado pela FIEL, a queda e a ascenção e a estrela que brilha em nós hoje é só um mero detalhe. Amamos e amaremos esse time pelo que ele é, foi e será. Sempre. Na 1ª ou na 2ª, ganhando ou perdendo, nos fazendo rir ou chorar. Ser corintiano é ser religioso. É ter fé e superar-se sempre acreditando na mudança e no crescimento.
O Corinthians, sempre altaneiro, brilhará sempre em nossos corações e emoções como essas, do jogo de ontem, estão e estarão sempre nos rostos dos milhares de apaixonados e fanáticos por esse time que amamos tanto.
És do Brasil o clube mais brasileiro, tens os melhores torcedores, os maiores ídolos e sempre, sempre, sempre o lugar mais alto da história do futebol mundial dentro dos corações de todos nós CORINTIANOS, acima de tudo.
 
Isso aí sou eu. Sofrendo, tremendo, com a gastrite massacrando, arrancando a manga da camisa com os dentes, enquanto nosso FIELNÔMENO não nos agraciava novamente com seus gols.
 
 
E não adianta estudar o comportamento do torcedor: paixão é paixão. Não tem explicação e nem vale a pena tentar explicar.
 
"... vamos, vamos meu Timão
Vamos meu Timão
Não para de lutar"
 
Jamais. Sempre Corinthians. Sempre altaneiro.

22.4.09

em algum lugar deve haver algo de você.
um pedaço qualquer, qualquer migalha que me alimente a alma e me
preencha de seus gestos, de seu riso, de seus olhos, de seu cheiro.
qualquer coisa que me faça lembrar você.
o úmido dos lábios. o calor das pernas. o fervor de um beijo. a
devoção com que eu te adorava.
não foi só você. algo meu se perdeu. a boca se calou como se estivesse
sendo beijada... de súbito, nunca mais se abriu novamente.


Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...
Socorro!
Alguma alma
Mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...
Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate
Nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta!
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...

15.4.09

Pra agora!

Jão, meu querido, tenho o "Notas de um velho safado", o "Factótum", o
"Misto Quente" e o "Numa Fria", que não li ainda. O que quiser
emprestado me avise...

CONSTATAÇÃO
Aula de "Fundamentos da Educação", a loira idiota levanta e mão e,
instantâneamente eu recito em pensamento:

Geralmente quem mais fala tem menos a dizer.

13.4.09

Pra hoje... é o que temos...

primeiramente quero deixar um recado ao Fábio, amigo blogueiro dos
"Meus Pitacos":
queridão, eu tenho que burlar a net pra acessar seu blog. saiba que eu
leio todas as atualizações, porém, não consigo postar comentário
nenhum! é uma merda isso aqui. meio prisão... mas até que não é de
tudo ruim...
então, publicamente, manifesto meu profundo interesse pelo "Meus
Pitacos" e registro que não é de tudo culpa minha. eu acho...

depois, sem muito o que dizer...

disseram-me que sentem falta de se encaixarem em meus braços.
disseram-me que as asas que eu tenho, me foram dadas pra que eu possa
conquistar os céus e ver tudo menor que eu lá da cima.
"e enquanto arde a coragem dos desejos seus, sem véus, abra seus
poros, papilas e pupilas à luz da manhã".
é genial. genioso também. me foi dado - dito - em momento
oportuníssimo, porém, confesso não saber o que fazer dessas palavras.
meus vôos têm sido rasantes, baixos, pequenos...
desconheço o motivo. algo mais profundo e menos importante, com
certeza... todo mundo costuma dar mais atenção à quem - ou ao que -
não merece. paciência...

eu também preciso de colo. colo quente, humano. alguém que cheire,
respire, sinta, prometa, minta, conquiste e me dê raiva. alguém que
mexa com a maioria dos meus sentimentos de uma vez só e que me
desperte não só admiração, paixão, tesão, desejo... alguém HUMANO.
alguém normal. alguém alguém. simples assim.

eu não sei...

6.4.09

O CORAÇÃO QUE RI
Charles Bukowski

A tua vida é a tua vida
Não a deixes ser dividida em submissão fria.
Está atento
Há outros caminhos,
Há uma luz algures.
Pode não ser muita luz mas
vence a escuridão.
Está atento.
Os deuses oferecer-te-ão hipóteses.
Conhece-las.
Agarra-las.
Não podes vencer a morte mas
podes vencer a morte em vida, às vezes.
E quanto mais o aprendes a fazê-lo,
mais luz haverá.
A tua vida é a tua vida.
Memoriza-o enquanto a tens.
És magnífico.
Os deuses esperam por se deliciarem
em ti.

São sábias palavras. E embora eu não tenho muito o que escrever,
preciso manter viva a alma desse blog. Não posso deixá-lo em
silêncio...

Em meio a confusões mentais, trabalho, faculdade, novas descobertas e
algumas leves preocupações, é possível manter a calma. A vida vai indo
reta, o que me conforta. Dá pra olhar pra frente e ver que não há
curva, embora existam alguns buracos... é, não dá pra ser perfeito,
mas dá pra deixar perfeito.

23.3.09

De volta à ativa...

Caralho! Que saudade disso aqui...
E não é por falta de escrever não, é por falta de tempo mesmo. Na
verdade me tesouraram quase todos os acessos à internet no meu período
mais criativo (durante o expediente) e agora eu me lasco um pouco pra
acessar isso e mandar contos e mensagens ou qualquer outra coisa nova
pra quem gosta de ler...
Estou mais feliz agora! Confesso! Isso me faz bem...

Enfim... não é grande coisa, é só pra deixar claro que o "O que
silencia" não morreu, nem silenciou. Ele está em plena atividade e as
coisas aqui voltarão ao normal em breve.

Pra provar, ou não, eis um continho simpático... sei lá, to menos
ácido hoje. Espero que passe logo!

Abraço à todos!!!

======================================================

eu sempre respeitei todo mundo. jamais me engracei ou quis ousadia com
alguém sem que esse alguém me desse respaldo pra isso. modéstia à
parte, isso até acontecia com certa freqüência...
a verdade é que eu cheguei no novo emprego com cara de mané e fui
tratado como mané nos três primeiros dias. logo comecei a colocar
minhas asas pra fora. afinal, quem não chora não mama.
na primeira semana criei laços fundamentais com o pessoal que sentava
próximo à mim. descobrimos coisas em comum e eu explorava essas
coincidências sem graça da vida pra me aproximar mais. funcionava! com
o tempo fomos entrando em assuntos mais interessantes: bebidas,
baladas, extrapolagens, histórias e mais histórias...
havia uma moreninha que me intrigava. linda, cheirosa, cheia de
charme, mas com um ar sério e inocente. pelo menos o ar era... as
piadinhas começaram cedo. "sentiu minha falta?" sempre que tinha folga
e "um ótimo final de semana sem mim... se for possível...". e ela
falava essas todas e ria da minha cara. eu sabia que ela tinha
namorado, ou marido, sei lá. por isso me mantinha na defensiva. mas o
dia sempre chega.
íamos fazer plantão no final de semana. e eu e ela ficaríamos no pior
horário (dependendo do ponto de vista). entraríamos às 12h e sairíamos
às 22h. a parte boa é que das 20h30, quando saíam os outros
funcionários, às 22h, nós estaríamos sozinhos.
um dia antes, ela foi embora, como sempre um pouco mais cedo que eu,
me desejou uma sonoro "até amanhã, querido...", me alisou o pescoço
por baixo do queixo e me deu um beijo estalado na bochecha. foi mais
que o suficiente.
passei a noite com a pulga atrás da orelha. pensei e repensei o que
faria. quebrei a cabeça e, lembrando de um pagode, lá pelas tantas da
madrugada, resolvi deixar acontecer naturalmente.
no outro dia, lá estávamos nós. chegamos juntos, pegamos o mesmo
elevador e viemos conversando trivialidades, superficilidades, nada
demais. demos bom dia aos que já estavam na labuta e, cada um no seu
canto, sentamos pra trabalhar. veio a hora do almoço e, pela primeira
vez, ficamos sozinhos. ela passou, cheirosa e delicada como sempre,
colocou a mão nos meus ombros e me fez uma massagem, contando sobre
como tinha sido na faculdade e tudo o mais. foi pegar água e levou
minha garrafa. eu fiquei na mesa, escondendo o volume nas calças pra
não dar na cara. e ela voltou. repetiu o processo. com certo receio
coloquei minha mão sobre a mão dela e afaguei delicadamente. ela
abaixou um pouco, com a boca na minha orelha e respirou fundo, fazendo
com que eu me erguesse ainda mais dentro do jeans. virei e beijei. sem
pudores, ela também me beijou, empurrando-me contra ela pela nuca. uma
delícia.
nos refizemos e sentamos cada um no seu lugar, para continuar
trabalhando e não dar na cara quando os outros voltassem. saímos
juntos pra almoçar e a pegação foi forte. eu sabia que dali não sairia
uma noite em branco.
foi difícil trabalhar o período em que ficamos sozinhos. a pegação era
forte demais e o tesão e a cara de pau nos empurraram pra dentro do
banheiro. ela agachou, abriu meu zíper e trabalhou um bocado aquela
boca linda no meu pau. quase gozei, mas pensei no buda e me detive.
ela levantou, limpou o canto da boca com um ar sacana e falou no meu
ouvido que eu não sairia de lá sozinho. e foi o que aconteceu.
às 22h descemos juntos, como se nada tivesse acontecido, dobramos a
primeira esquina, nos pegamos mais e sentamos num bar qualquer pra
algumas doses. ela não bebia, o que me excitou ainda mais, já que
então ela estava mesmo era afim de mim e não de uma curtição qualquer.
eu tomei umas três ou quatro doses de Macieira enquanto conversávamos.
percebi as evasivas dela quando tocava no assunto do marido ou
namorado. resolvi que aquilo nada tinha a ver comigo e não toquei mais
em nada parecido. descemos a rua até um singelo hotel nas imediações
do prédio do trampo. e lá ficamos.
a noite foi fantástica. ela me surpreendia a cada movimento de
quadril. sabia como fazer as coisas. começou a me chupar e virou o
rabo pra mim. vi tudo no melhor ângulo possível, enquanto me ajeitava
pra chupar toda aquela preciosidade. ela gemia e engolia meu pau cada
vez mais. rebolava a xota na minha cara, esfregava e gemia alto, com
vontade. se virou pra mim, me lambeu a boca, foi descendo me encarando
e desenrolou a camisinha no meu pau com a boca. montou em cima e, sem
o menor esforço, gozou e me fez gozar. quatro vezes. uma foda
realmente inesquecível.
o melhor lance rolou na segunda, quando nos viríamos pela primeira vez
depois da sacanagem. eu já estava no meu lugar. ela passou por mim e,
natural como tudo o que houve entre a gente, me alisou o pescoço por
baixo do queixo, me deu um beijo estalado na bochecha e me desejou,
sonoramente, um bom dia.

13.2.09

12.2.09

Coisas da vida

Bate-papo no chatmail ontem, fim de expediente...
 
 
MLM - Amanhã, às 19h! Vai estar todo mundo lá e eu quero que você vá também.
 
AJR - Não sei, não, honey... amanhã tem aula...
 
MLM - Mas é primeira semana! Não tem nada demais, não vai perder matéria importante demais... e vai pra me ver, né!?
 
AJR - Vou ver e se der eu passo lá sim.
Se vc insistir muito eu vou...

MLM - Vamos! Vamos! Vamos! Vamos! Vamos!

AJR - AhauhAUhuHauhUahUahuHauhUHA
Vou lá! Como diria a TIMBALADA, "meia hora só pra te ver". E porque lá é caro pra caraio!!!

MLM - Ebaaaaaaaaaaaaaaa! Nem fala, eu to ferrada...

AJR - Vou buscar umas coisas ali em Heliópolis pra vender e fazer um extra!
AhUAhuahUhauhauhuHauuahuHuHUah

MLM - Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Eu vou vender meu corpo!

AJR - (?!)
Preciso mesmo de dinheiro...
 
MLM - Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Você me ajudaria?

AJR - Faz fiado!?
 

- sem mais resposta.

5.2.09

Keilinha sumiu...

 
Keilinha desapareceu!
Escafedeu-se!
Sumiu!
Casou, mudou e o endereço não deixou... Será?
Teria Keilinha casado sem me avisar?
 
Sem mais notícias,
Sem mais novas,
Sem mais nada - nem mais, nem menos
Só assim: PLIN!
E se foi...
 
Saudades de Keilinha
Dos cabelos cor-de-fogo
Dos goles festejantes
Dos olhos concentrados
Da sinceridade desconcertante...
 
Reapareça, Keilinha!
Se essa carta receber,
Mande qualquer notícia
Qualquer nova
Outra bossa...
 
Meus copos nunca mais foram tão cheios...
 

4.2.09

De lá...

alguma coisa me mandou de volta pra Salvador essa manhã.

lembrei perfeitamente da bermuda vermelha, a camiseta branca, o all star desamarrado, o sorriso da Mãe Isabel, o cheiro do terreiro, o primeiro banho de folha, as cachaças pra exú, a guia verde que comprei (sem saber que isso não podia, ou melhor, não devia ser feito) no Pelô e que Mãe Bel lavou e a deixou com um cheiro sem igual, o peso que ela fez no meu pescoço nos primeiros dias, a boa sorte que me deu dias depois, quando perdi a carteira, enfim...

saudade do terreiro, da Mãe Bel, da Bahia, dos amigos - grandes amigos - baianos, do sol, do Porto da Barra, do cravinho, do Pelô, da macumba, do dique, de Itapuã, do Farol, do vento que bate na cara lá em cima e traz tanta coisa boa, da sensação de ter visto a Mãe D'água me olhando, dos arrepios, de todo aquele axé que eu carreguei pra cá, da volta, da tristeza de encontrar São Paulo cinza de novo, da música que não toca mais, da igreja do Senhor do Bonfim, casa de Oxalá, da imponência daquilo tudo, das lembranças que eu não me lembro...

Bahia, Bahia...

26.1.09

Doce Su...

 
sempre foi meio precoce. dizem que aos onze anos fazia e desfazia com os primos mais velhos. e ensinava os mais novos. aos treze já fumava e tomava cerveja na mercearia do seu Morel, no interior, onde nasceu, sem pagar com dinheiro pelo consumo. e o velho, irmão da igreja, estudando pra ser pastor, não relutava.

quando completou 17, milagrosamente sem filhos, com cara de moça tímida e jeitinho de caipira, veio estudar na capital. nunca foi gostosíssima, mas tinha uma bunda redonda, dura e sem marcas. peitos na medida, em total harmonia com o resto do corpo, cabelos longos e escuros, lisos e olhos pretos imensos e penetrantes. estudar era uma das coisas que ela menos gostava de fazer. mas fazia - sua mesada paga pelos pais era de acordo com as notas do colégio. virou-se como pode e hoje, aos 24 anos, Suellen é formada em comunicação, tem cursos de fotografia e de roteirista no currículo, fala inglês fluentemente, mas jamais deixou de pagar seus favores do modo que sempre pagou. gostava de sexo e o fazia sem restrições. feliz em gozar e por fazer gozar.

eram quase sete da manhã quando ela saiu da balada e foi para o metrô. da consolação para o paraíso, do paraíso para a sé e da sé para a barra funda. morava na Pompéia. tinha condições de levar uma vida de alto padrão. trabalhava bastante e no trabalho JAMAIS pareceu fazer o que fazia. sabia que valorizar o passe.

no metrô, cheia de desejo, olhava os caras e encarava seus paus com os olhos por cima da lente escura dos óculos. ela deixava que os caras percebessem que ela estava olhando. ficava ainda mais excitada com a sensação de cobiça que os outros lançavam sobre ela. numa noite, entre porres e tirinhos em seu apartamento com uma amiga, teve uma idéia. colocaria em prática assim que fosse possível: no próximo final de semana.

saiu de casa dando o último gole no copão de vodka com energético. na mochila, arrumou cuidadosamente um all star, um boné, uma camiseta do Vasco da gama e um bermudão de tactel amarelo. a intenção era exatamente essa: parecer um homem. foi pra balada, se acabou bebendo e dançando, se divertindo com os amigos. arrumou inclusive carona, mas dispensou. tinha seus objetivos claros em sua mente.

pegou o metrô, fez as baldeações e chegou à barra funda. entrou no banheiro feminino e saiu de lá como um homem. sentou num dos bancos e esperou pelo movimento no banheiro. olhava os caras de cima a baixo, examinava o volume nas calças, encarava pra ver se dava um caldo. o primeiro entrou e ela entrou atrás.

no mictório, encarava o pau do cara sem disfarçar. primeiro ele escondeu, pensando se tratar de um homem. mas ela abriu o velcro da bermuda e mostrou. depiladinha, linda e rosada, escorrendo um melado que indicava que ela estava realmente afim de alguma coisa.

com a cabeça fez um gesto para o cara ir até as cabines. mandou-o entrar e subir no vaso sanitário para que os pés não aparecessem por debaixo da porta. ele o fez. ela sacou o pau dele pra fora e começou a mamar cheia de gosto. engolia tudo, lambia as bolas, passava a língua na cabeça e deixava que ele se refestelasse roçando a pica em seus peitos. fez com que ele gozasse em sua boca, encarou-o com a boca cheia e engoliu tudo, beijou a cabecinha e guardou-o na cueca. virou-se sem cerimônias, saiu da cabine, lavou as mãos, deu uma enxaguada na boca e saiu do banheiro. sentia-se feliz, embora ainda ardesse de tesão.

sentou no mesmo banco e esperou pelo próximo. estava disposta a fazer ao menos três caras gozarem.

o outro era mais moleque. devia ter uns 21 anos, usava uma calça de moletom que marcava um pau enorme. ela suspirou quando o viu entrar no banheiro.

foi atrás, porém, esse não estava nos mictórios e sim esperando uma cabine. talvez por vergonha, pensou. olhou bem pra ele, abriu o velcro e mostrou a buceta. ele olhou e não acreditou. ela abriu novamente, enfiou o dedo médio lá dentro, tirou e lambeu. apontou a mesma cabine para ele com a cabeça. ele entrou e ela foi atrás. ele a beijava enlouquecidamente, parecia apaixonado. ela pediu que ele subisse no vaso, ele relutou, queria comê-la ali mesmo. ela explicou que não, ele subiu e colocou o pau pra fora. era realmente grande. ela sorriu, olhou-o nos olhos e começou a mamar furiosamente. engolia tudo e babava muito. o garoto gemia baixinho e ela, com a rola na boca, o olhava e sorria de canto, deixando-o ainda mais apaixonado.

ele tremia de tesão. ela não perdoava: mamava e batia uma pro cara querendo que ele jorrasse muito e rápido. ele tentava se controlar, mas a boca de Suellen era impiedosa. ele a encheu de porra, ela engoliu tudo, deixou o pau dele limpo como estava antes e, de quebra, ganhou outro beijo pra selar o compromisso. antes de ir, ele enfiou a mão em sua bermuda, tocou sua buceta, sentiu que pingava, que estava no ponto. ela tirou a mão dele, lambeu seus dedos, segurou o pau dele com força, olhando-o nos olhos, e saiu da cabine. repetiu o processo: lavou as mãos, lavou a boca, saiu e sentou-se no banco.

pensava no próximo e olhava o relógio. seria, de fato, o último. precisava ir e, mesmo ardendo de tesão, mesmo sentindo sua buceta latejando e querendo demais ser devorada por um pau faminto, estava cansada e queria sua cama. seus pensamentos foram interrompidos quando a última vítima de sua boca entrou no banheiro.

devia ter uns trinta anos. estava de bermuda jeans e camiseta branca, óculos escuros e uma mochila grande. parecia que ia viajar ou então que estava chegando de viagem. tinha a barba por fazer e assoviava "three little birds", do Bob Marley enquanto mijava. ela chegou do lado, olhou o pau, gemeu e ele, pensando se tratar de um homem, virou-se meio de lado, escondendo o membro e apressou-se em sair dali. ela o perseguiu até a pia, olhou-o nos olhos, abriu o velcro e mostrou. ele olhou. pareceu confuso, ajeitou o pau querendo mostrar interesse. ela sorriu e apontou as cabines com a cabeça. ele foi.

repetiu-se o processo. ela o mandou subir no vaso, sacou a pica pra fora, lambeu a cabeça, sorriu, olhou-o nos olhos e engoliu tudo. ele gemia. ela mamava com gosto. sabia que seria o último e queria que fosse bem feito. caprichava nas engolidas, nas lambidas, na punheta. passava o pau pela cara inteira, esfregava nos peitos, deixava que ele apertasse seus mamilos. ele avisou que ia gozar. ela enfiou a rola toda na boca e fez que sim com a cabeça. sentiu ele segurando o pau e gemendo. encheu a boca de porra, abriu, mostrou e engoliu. ele sorriu. ela pediu que ele descesse e subiu no vaso. abriu a bermuda, mostrou a buceta pingando e disse, com tesão exalando pelos poros:

- me chupa e me faz gozar.

ele caiu de boca. chupava, mordia o grelo, enfiava a língua buceta a dentro. ela se contorcia de tesão e gemia baixinho. pegou em sua bunda e a puxou pra frente, engolindo metade daquela preciosidade rósea. enfiou-lhe um dedo no cu, aproveitando a lubrificação daquele suco que escorria. ela gemeu mais forte. pegou em seus cabelos e forçou-lhe contra sua buceta enquanto subia e descia sem parar em sua boca. começou a tremer, afastou a cabeça dele e, esfregando histericamente o clitóris, deixou que seu sumo sagrado jorrasse um pouquinho e escorresse, deixando sua buceta ainda mais brilhante.

desceu, arrumou a bermuda e ficou olhando pra ele.

- de onde você saiu? - ele disse.

- de um lugar onde você jamais irá.

sorriu, empurrou de lado, repetiu o processo na pia e saiu do banheiro. checou o relógio. 07h17. desceu para o terminal, pegou o ônibus e foi pra casa.

tomou um belo banho. masturbou-se uma última vez antes de sair da ducha, colocou uma calcinha de algodão branca, sem costura, encheu um belo copo d'água e deixou o corpo cair na king size com lençóis de seda dourados. abraçou o travesseiro e contemplou a luz do sol que vasava pela veneziana. colocou a mão na buceta por cima da calcinha e subiu, passando pelos mamilos até parar na boca. mordeu a ponta do indicador e sorriu, virando e fechando os olhos.

- satisfeita. obrigado, meu Deus.

suspirou e dormiu.