30.11.09

A vida sagaz de Jhonny Putão

Então você é que é o cara?
Eu mesmo. Nasci pra foder. Nasci pra fazer mulher gozar.
E quem garante que você SABE fazer mulheres gozarem?
Elas. Pergunta pra qualquer uma que passou por essa rola aqui. TODAS gozaram como malucas, muitas ficaram até inconscientes depois de meia hora de trepa.
Que beleza... Então, Mr. Putão garante o serviço?
Sempre. A satisfação da mulher é minha maior satisfação. Adoro ver mulher gozar. Ouvir mulher gemendo, tremendo a buceta no meu pau, de quatro, enquanto eu bombo com força, deixando-as malucas.
Dá pra acreditar... com todo esse porte físico...

Jhonny Putão devia ter uns 50. Os cabelos grisalhos, compridos, um óculos redondo. Ela era uma espécie de John Lennon vivo. Mas bêbado. Sempre bêbado. Tomava gin como se fosse água e cheirava a fumaça de cachimbo. Os dentes eram amarelados e os olhos, quando ele aparecia sem óculos, eram espremidos e vermelhos. Um legítimo beberrão de quinta contador de histórias.

Mas então... continua na atividade?
Sempre. Enquanto tiver buceta, tem Jhonny.
E você ainda arruma buceta?
Ah... às vezes. A gente passa a não ter muita restrição. Antes eu escolhia à dedo. Não tinha essa pança, não era rosado, não tinha os olhos espremidos e os dentes dessa cor de banana.
De fato...
Mas, voltando... elas me procuravam. Sempre. Todos os dias. Eu trepava, em dias movimentados, com 4 mulheres diferentes. E várias vezes tinha sorteio entre elas pra saber quem passaria a noite comigo. Quando não tinha acordo, eu dormia com todas elas pra não ter discussão.

Ele dizia isso e ria. Uma risada sufocada, cheia de pigarro. Notava-se que ele estava nas últimas. Mas ele não se dava conta disso. Apoiava o braço na barriga e bebia gin sem parar.

Isso aí. Jhonny Putão.
Eu mesmo.
Tenho uma surpresa pra você.
Pra mim? Sério?
É. E, pelo que você me disse, você vai gostar.
Vou?
É sim. Chega aí, Dani!

Ela veio. Num vestido de veludo lilás, colado. A cara esburacada pela acne da adolescência, bafo de cerveja, batom meio vermelho, mas nos lábios escuros ficava roxo. Os peitos desciam quase até o umbigo. As auréolas eram maiores que fatias de mortadela. Tinha uma bunda imensa que com certeza não cabia em privada alguma. Reza a lenda que Dani Dinossauro cagava no tanque. Realmente monstruosa.

Jhonny, essa é Dani Dinossauro.
Mas que delícia!
Né?! Aposto que ela é capaz de te fazer pedir arrego sem precisar sentar esse traseiro scania na sua cara. Né, Dani?
Ah... esse bebezinho não dá nem pro começo.

Ela disse isso, se ajoelhou aos pés dele, abriu o zíper da bermuda bege e enfiou aquele resto de pau na boca. Jhonny se assutou, deixou cair um pouco da gin na camiseta velha do Doors, mas logo se ajeitou na cadeira e relaxou nos imensos lábios de Dani.

Que tesão, baby!

Ela o olhou com a rola na boca. A cena era grotesca. Ele enfiou as mãos nos peitos gigantescos dela e ficou apertando os mamilos. Ela chupava e gemia. Sem jamais tirar a rola da boca. Levantou, subiu o vestido até onde terminavam os peitos (no meio da barriga) e sentou aquela xota escondida num monte de sebo no pau do Putão. Ele gemeu. E ela começou a pular.

Os dois gemiam sem parar e aumentavam o ritmo. Eu tava realmente acreditando que Jhonny faria Dani Dinossauro gozar como louca. Foi quando a cadeira do bar abriu as pernas. Os dois caíram no chão, mas o pau não saiu de dentro daquela imensidão de carne mijada.

No chão, a coisa foi mais voraz. Era violento. Fazia um barulho ensurdecedor, como se dois hipopótamos estivessem cantando Pavarotti e batendo a barriga um contra o outro sem parar. Eu vi Dani fechar os olhos e começar a esfregar a xota nele. Um atrito digno de arear panela. Só faltava sair faísca. Ela gemia mais alto e ele concentrava-se pra não esvair-se em porra antes da hora. Foi quando ela soltou...

Caralho! Que rola maravilhosa, bebezinho! Tu vai me fazer gozar, neném, vai!? Vai?! VAI!!!!
Isso, sua putona! Sua deliciosa! Goza nesse pau e me faz explodir dentro de você!!!
Isso, isso, isso... CARAAAAAAAAAAALHO!
PUTA QUE PARIU!!!!

Eu pensei que fosse um alien. Juro. A negra tremia, virava os olhos. Era um misto de grito de gol com convulsão. Alguma coisa espirrou na camisa de Jhonny. Ela LITERALMENTE gozava feito louca. E ele não resistiu e despejou porra naquela xota gordurosa. Terrível.

Ela deitou em cima dele, com aquele traseiro do tamanho de um conteiner olhando o balcão. Respiravam ofegantes. Pareciam suspensão de busão do centro. Medonho.

Meia hora depois, com a ajuda de muita gente, Dani Dinossauro saiu de cima de Jhonny Putão. Ele se levantou com dificuldade, pediu outra gin, arrumou outra cadeira e se reestabeleceu.

E então, rapaz?
Realmente impressionante, Jhonny. Você conseguiu até foder com a Dino.
Eu te disse que daqui ainda saia MUITA porra, meu filho... e você tem muito o que aprender.
Ah, sim... se a aula for entre bizarrice e mal gosto, você será meu mestre pra sempre.

Ele riu, pigarreando novamente, entornou meio copo de gin e pegou o cachimbo. Olhou em volta, todos estarrecidos. Ele ajeitou o membro na bermuda. Jhonny Putão ainda reinava no bar.

23.11.09

Noites de trago e dias de cão

É simples assim: a gente finge que esquece e não deixa de lembrar.

Às vezes eu paro pra pensar no que acontece a minha volta. Ou ao redor de todo mundo. É incrível mesmo a capacidade que o ser humano que vive em sociedade – eis o grande erro – tem de saber o cheiro que tem o rabo alheio e não ter a menor idéia do cheiro do próprio rabo. E sabe por quê? Porque é mais fácil enfiar o dedo no rabo alheio.

Eu nunca fiz questão de acreditar na sorte. E ratifiquei isso tudo lendo o velho safado. Segundo ele, a gente tem é talento pra se safar do azar, pois esse sim existe.

As coisas podem dar certo e podem dar errado. Não é o que anda acontecendo comigo. E eu posso até me dar ao luxo de dizer por aí que ando fazendo tudo direito! Tirando as noites de trago, os dias de cão eu ando levando na mais alta classe, na categoria, cheio de paciência e anti-ácido. Mas porque é que comigo não dá certo? Todo mundo, gente que, perante a sociedade, é muito PIOR que eu, consegue escapar e pular a corda quando ela passa embaixo dos pés e eu me enrosco todo nessa merda e caiu com o cu no asfalto? Cansa!

O Chico disse na música que Deus era gozador e adorava brincadeira. E eu ando achando que é fato! Chego a ponto de olhar pro céu e perguntar, indignado: agora você tá me zoando, né?

É dar um passo pra frente e as coisas todas andarem junto, ou seja, você parece estar sempre no mesmo lugar. Deve ser coisa mandada! É por essas e outras que não há jeito: sem trago a noite, sem força pra dia de cão de manhã. É fato!

Já perdi o fio da meada. Tinha um monte de coisa na minha cabeça, mas eu cheguei em casa, tomei um banho e parece que toda a inhaca urbana que me emputece durante o dia vai pro ralo, aí as idéias desaparecem. Me resta o trago. Vou ver qual é ali com o copo e amanhã, quando a cuca fervilhar, eu volto pra expor a bagunça que tá aqui dentro.

Ah, sim! Uma coisa andou! Nem parece verdade...

10.11.09

Minha incrível capacidade de despertar a inveja alheia.

Eu devo mesmo pagar de comedor. Ou, de fato, sou um comedor NATO. E isso deve intrigar muita gente. Ou as que eu deixei porque não atingiram o desempenho necessário, ou as que eu deixei indiretamente, roubando, por assim dizer, o bem alheio. Fazer o quê se a rola aqui fricciona muito mais que a daí? Problema de quem não pode. Né, não?
 
Há um tempo atrás aconteceu. Vieram me dizer, de novo, que eu era uma bicha enrustida, que catava caras à torto e a direito por aí, que me escondia em motéis de quinta em bairros sujos pra comer "cu de macho" enquanto deixava a mulher e o filho em casa. Eu ignorei, ele retornou. Ignorei de novo e dessa vez ele (ou seja lá o que for) voltou chutando o balde. Disse que eu era corno, que comeu a minha "ex" e que continua comendo. Realmente intrigante.
 
Pensei um pouco... desisti. No mínimo é algum frustrado que teve sua xota tomada pelo poder do meu pau. Pau que, segundo o anônimo, eu dou pras bichas chuparem na Barra Funda. Onde é que ele quer chegar, hein?! Se o cara sabe quem é minha "ex" e tá afim de causar intriga, fosse até ela e espalhasse o burburinho. Vir chiar aqui no blog, escondido pela máscara do anonimato é tão fácil quanto retrucar que eu comi o rabo grande e perebento da mãe dele. Viu?! E mesmo assim, isso aqui ainda vai com o MEU NOME, é MEU TEXTO.
 
Criei o blog a muito tempo atrás pra postar minhas ideias. A coisa evoluiu. Dizem até que meu texto é bom e elogiam meu modo de escrever. Ótimo! Assim como eu não acharia ruim alguém postar comentários criticando meu texto, expondo erros... muito pelo contrário, seria muito bom ter alguém pra debater essas coisas comigo. Mas entrar sem nome, dizer o que quiser e sair ileso, não. Lamento muito.
 
A liberdade de expressão continua aqui. 100%. Digam o que quiserem, passará tudo pelo meu crivo - desde que tenha NOME, tudo é possível: falar mal do meu texto, dos meus erros de português, até suspeitar da veracidade dos fatos aqui narrados - eu NUNCA linquei nenhum conto meu com algo que de fato tenha acontecido.
 
E se eu comi sua mina ou, pior que isso, a roubei de você, desculpe, fracassado. Só que desse jeito você não resolverá seu problema. MUITO MENOS TERÁ ALGUÉM DE VOLTA. Uma vez do Aldo Jr., sempre do Aldo Jr.
 
Me igualando a você e expondo todo o escracho que passa pela minha mente poluída (e que me desculpem as pessoas decentes que acessam essa droga!), vou no mesmo nível:
 
ENFIE SUAS PALAVRAS BEM NO FUNDO DA BUCETA GONOCÓCICA DA SUA MÃE E DEPOIS CHEIRE. MAS CHEIRE BEM FUNDO, DO MESMO MODO QUE SE ASPIRA COCAÍNA. SINTA O CHEIRO DAS ENTRANHAS DA PUTA QUE TE ESCARROU NO MUNDO E, NA PRÓXIMA VEZ, TENHA AO MENOS A HOMBRIDADE (OU NÃO) DE HONRAR O NOME QUE ESSES INFELIZES DE SEUS PAIS TE DERAM.
 
Antes que eu me esqueça: passo na Barra Funda todos os dias pra voltar pra casa. Se tiver algo a resolver comigo, me encontra lá. Mas ressalto: se é meu pau que você quer pra chupar, esquece. A sua mina já faz isso pra mim.

5.11.09

As rosas não falam...

aquele dia saí da pensão para ir ao novo emprego. eu nunca tive muitas ambições, nunca quis ser rico, pensava simplesmente numa casa de dois quartos, quintal para fazer um churrasco de domingo, minha mulher, dois filhos e um cachorro. eu batalhava por isso. estudei, me formei, troquei de cidade e, agora, tinha o emprego que me pagaria o que eu julgava justo. eu estava feliz e com o coração em paz até entrar no escritório novo.

ela sentava na mesa do fundo, tinha longos cabelos dourados, olhos penetrantes e um sorriso simpático, espontâneo e bonito o suficiente pra enganar um babaca com o coração em paz. eu, por exemplo.

na segunda semana no escritório nós saímos. bebemos, conversamos e tudo acabou numa cama redonda, com um colchão velho forrado com courinho marrom num motel de quinta.

no dia seguinte mantivemos as aparências de sempre. não almoçamos juntos, mas saímos à noite. e essa rotina se repetiu excitantemente por três longos meses. era uma paixão fervorosa, quente, sincera, bonita. eu cheguei a pensar que frutificaria, mas ela tirou férias, não deu sinal de vida e quando voltou, me chamou pra conversar.

contou que estava noiva, que iria se casar e que queria manter o juízo, ter uma relação saudável e uma família feliz. sorte a dela. eu passei três dias sem dormir.

tentei manter o controle, mas sentia raiva dela. todos os sorrisos que ela me dava me irritavam. seus olhares me feriam, sua voz me ensurdecia e eu sequer conseguia responder o "bom dia" que ela me dava.

antes de surtar completamente, a chamei pra conversar.

"não me olhe mais", eu disse.

"eu tento evitar, mas não consigo."

"consegue. você evitou tantas outras coisas, me olhar é muito mais simples."

"eu te fiz muito mal, me sinto mal por isso..."

"sente sim... por isso saíamos todas às vezes sem culpa alguma..."

"não fala assim... se tivesse algo que eu pudesse fazer pra reparar meu erro eu..."

"tem algo sim", interrompi. "mesmo quarto, mesmo motel, hoje às onze."

"eu... ok, eu passo."

antes de me preparar psicologicamente para o encontro, comprei uma garrafa de vodca, energéticos, cigarros, dois CD's do Chico, incenso e aquele veneno pra rato. passei na floricultura, comprei rosas colombianas vermelhas e fui pro nosso quarto.

arrumei tudo como queria, acendi o incenso, me servi um copo grande com muita vodca e um pouco de energético, coloquei o CD do Chico e escrevi numa folha em branco:

"se há algo que pode te salvar, é a honestidade. se amas a outro não deverias vir. veio, traíste e pagarás para que eu a esqueça."

ela veio. falou, falou, falou e bebeu, bebeu, bebeu e trepou, trepou, trepou e dormiu.

eu acordei mais cedo e pedi o café da manhã: suco de laranja, torradas e salada de frutas - o que ela gostava. tomei um banho me troquei e antes de sair despejei o tal do veneno na jarra de suco. deixei as rosas com o cartão na recepção e a recomendação ao velho recepcionista que entregasse a ela quando ela passasse por lá. ele sorriu, disse que eu era romântico, eu disfarcei minha vontade de mandá-lo à merda, paguei a conta e saí.

parei na padaria do outro lado para tomar o meu café: uma lata de guaraná antártica, um pedaço de torta de frango, café preto e marlboro. duas longas horas mais tarde, a vi saindo.

os cabelos molhados, seios perfeitos soltos na blusa de seda vermelha, sardas espalhadas pelos ombros, aquele rabo escultural numa saia branca, os pés num salto alto, o buquê de rosas numa mão e o papel na outra.

senti o cheiro de desespero do outro lado da rua. paguei minha conta e a vi estendendo a mão pra dar sinal pra um táxi. atravessei a tempo de vê-la cair. as rosas na calçada, o papel amassado numa mão, a outra apertando a garganta. a olhei nos olhos. olhos arregalados, gritando algo que não saia de jeito nenhum. fechei os meus e quando abri, os dela já não brilhavam mais.

"não houve salvação", disseram no trabalho. os colegas se reuniram e foram ao velório, depois ao enterro. eu disse que ia, mas mudei de idéia e fui pro quarto do motel de sempre. pelas minhas contas, eles devem estar baixando o caixão agora.