15.8.07

"É um gordo fodido com cara de botox que usa peruca"

Essas palavras aí em cima são de Scott Weiland, ex-Stone Temple Pilots, atual Velvet Revolver, que é o resto do Guns 'n Roses com mais um guitarrista "sem fama", se referindo ao Axl Rose.

Alguém disse que o Slash tinha ido na casa do Axl para propor uma volta do Guns. O guitarrista negou o caso e Axl saiu por aí dizendo que Slash tinha xingado e desmerecido todos os integrantes de sua atual banda. Matt Sorum, o baterista, disse que Axl tem inveja do Velvet. Slash disse que só foi até a casa de Axl pra resolver umas pendências judiciais referentes ao Guns 'n Roses.

Não é minha intenção contar a história do Guns, do STP, nem do Velvet, nem dizer quem é bom ou não, o que deveriam fazer, se deveriam voltar ou o que seja. Minha intenção nesse post dessa quarta ensolarada ao som de Rolling Stones ao vivo em Tókio, é comentar a fragilidade de uma banda. Onde é que o fio desencapado encosta e dá choque.

A importância de cada um dentro de uma banda é imprescindível. Cada um tem seu lugar e todos devem ter o mesmo peso. É preciso uma relação de irmandade, de amizade real e sólida. Não se faz uma banda com bons acordes, boas idéias e pessoas bonitinhas. Definitivamente isso não existe.

Se sua intenção, leitor, é formar uma banda, tenha paciência, muita paciência. Procure com calma, dedique-se, arrisque-se e, sempre, deixe a banda andar sozinha. Não é a imagem de um vocalista, as mãos-de-fogo de um guitarrista ou um baterista polvo que o farão feliz pra sempre. Geralmente, quanto mais a estrela individual brilha, mais a banda se apaga.

É preciso lidar com todos esses aspectos deixando que uma coisa dentro de cada um esteja viva: "sou seu amigo". Isso deve estar implícito em cada um dos integrantes, em cada roda de cerveja, em cada bate-papo e até mesmo no momento do arranca-rabo. Você acaba criando uma liberdade para tratar aquele vocalista, aquele guitarrista como membro de sua própria família. Você se sente no direito de repreendê-lo, se for o caso, e, claro, dá o direito de ser repreendido quando for necessário.

Essa troca de "afagos" que faz a banda andar. É esse momento do "chamar atenção", do falar na lata, que criam uma relação sólida e duradoura.

Se eu usasse o Reverstereo para exemplificar o caso, não precisaria me estender muito. Apenas diria das vezes em que nos reunimos, dos puxões de orelha que demos um ao outro, das idéias que cada um tem e da maneira que as colocamos em prática, das conversas em off um com o outro a respeito de alguma coisa que está errada, do debater incessante do que é bom ou não para a banda.

Viram? A BANDA. E essa á principal diferença. O que Axl não teve, o que o Ozzy deixou passar, o que o Max e o Igor colocaram de lado, o que o Rodolfo esqueceu de dizer à Deus, enfim... o que muitos aí esqueceram de lembrar: A BANDA.

O que cada um é pra si, pouco importa. Existe uma instituição (no nosso caso sem fins lucrativos, hehehe) por trás de cada um de nós. Existe uma vida. Um ser que, mesmo sem alma, tem atitudes próprias. Nós não fazemos o Reverstereo andar. O Reverstereo nos motiva a ir pra frente. Sabemos que, se um dia acontecer de um dos integrantes não falar com algum outro, a vida do Reverstereo correrá grande risco: seria impossível fazê-lo vivo sem que uma das peças não estivessem em ordem.

Parece maluquisse, mas não é. Nós cinco sabemos que é exatamente isso o que acontece e é exatamente por isso que, acima de tudo, somos irmãos. Pelo bem do Reverstereo, pelo nosso bem e pelo bem dos futuros fãs.

Ao que depender de mim, o Reverstereo terá vida longa. Mesmo com meus porres, creio que durarei tempo suficiente para lucrar aí dois discos de platina de carinho dos fãs. E prometo retribuir com o mesmo amor que tenho à minha banda e seus integrantes - definitivamente grandes amigos.

Um comentário:

Felippe disse...

Definitivamente... me sinto como um "membro" (leteralmente) do Reverstereo, como se fosse uma mão, um pé, sei lá.

Acredito que se um de nós sairmos não seria mais o Reverstereo.

Isso é prazer em fazer música, se dedicar à música, se doar à música, sem pretensões megalomaniacas, sem estereótipos, sem apelação, sem necessidade de auto-afirmação no cenário... música por música e só.

Fim de papo.