12.9.08

EDIÇÃO EXTRA

Acho que não podemos silenciar quanto a um ato tão indecente como esse. Creio que não se trata de uma questão preferência e sim de dignidade. Acho que qualquer um que leia esse blog e preze pela democracia e pela liberdade expressão e, mais ainda, pela limpeza da polícita nacional, deveria assinar o manifesto.
 
Mais do que nunca estou com a Soninha.
 
 
MANIFESTO DE SOLIDARIEDADE A SONINHA FRANCINE, CANDIDATA DO PPS À PREFEITURA DE SÃO PAULO

 

"Nós, cidadãos e cidadãs que ainda acreditamos que a ética e a transparência são essenciais à política e à democracia, repudiamos veementemente os atos de hostilidade contra a vereadora e candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, e consideramos inadimissível qualquer tentativa de intimidação ou ameaça de punição pelo simples fato de manifestar o seu pensamento e as suas opiniões.

Estamos todos solidários à vereadora Soninha neste momento, pela coragem de jogar luz sobre a obscuridade da Câmara Municipal de São Paulo - e pelo desprendimento de abrir mão de uma possível reeeleição como vereadora para entrar em uma campanha majoritária e influenciar decisivamente nos rumos do debate político e programático da cidade.

Quando Soninha afirmou na sabatina do jornal "O Estado de S. Paulo" que os vereadores paulistanos fazem acertos de todos os tipos e diferentes nuances, mais ou menos republicanas, para a aprovação de projetos na Câmara, foi como se riscasse um fósforo sobre um barril de pólvora.

A grande maioria dos vereadores simplesmente não admite que algum de seus pares questione as práticas e métodos próprios do parlamento paulistano. Quase como o "código de honra" da máfia, que manda exterminar quem se opõe às regras do crime organizado, alguns vereadores pedem a cabeça de quem ousa questionar o modus operandi das negociações realizadas na Câmara Municipal.

Não é segredo para ninguém que os projetos de lei - seja de iniciativa do Executivo ou dos vereadores - só entram em pauta após acordo entre os líderes partidários. Como se chega a esses acordos é o grande tabu - que a imprensa não aprofunda e que Soninha vem apontando desde o seu primeiro ano de mandato, sem grande repercussão.

Agora que é candidata à Prefeitura, as mesmas declarações ganham um enfoque diferenciado. Mas a nossa indignação é a mesma de Soninha contra essa prática dos vereadores paulistanos - que, em vez de pedirem a apuração das acusações e o esclarecimento das suspeitas, querem a punição da acusadora. Muito singular este senso de justiça e transparência.

Porém, São Paulo reivindica um novo parâmetro ético para qualificar o debate e dignificar a nossa representação política. Assim, a postura de Soninha deixa de ter apenas um caráter partidário para se transformar em um clamor de todos aqueles que amam esta cidade e desejam resgatar os sonhos e a esperança de uma sociedade mais digna, justa e humana."


Roberto Freire, presidente nacional do PPS

Fernando Gabeira, deputado federal pelo PV-RJ e candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro

Manuela D'Ávila, deputada federal pelo PC do B-RS e candidata à Prefeitura de Porto Alegre

João Batista de Andrade, cineasta e ex-secretário estadual da Cultura

Paulo Baia, professor do Departamento de Economia da PUC

Sérgio Salomão Shecaira, professor titular de Direito Penal da USP

Alberto Aggio, historiador e professor livre-docente da Unesp

Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos

Clarice Herzog, publicitária

Arrigo Barnabé, músico

Cláudio Kahns, cineasta

Ana de Hollanda, cantora e compositora

Gunnar Carioba, administrador

Tereza Vitale, coordenadora nacional de Mulheres do PPS

Hercídia Mara Facuri Coelho, pró-reitora acadêmica da Universidade de Franca

Luís Mir, historiador

Dina Lida Kinoshita, doutora em física da USP e membro da Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância

Giovanni Menegoz, tradutor

Tibério Canuto, jornalista

Eliete Negreiros, cantora e pesquisadora de música popular brasileira

Silvano Tarantelli, jornalista

Wanderlei Silva, diretor do Polo de Cinema e Video do DF

Diógenes Botelho, jornalista

Arnaldo Jardim, deputado federal

Davi Zaia, deputado e presidente estadual do PPS de São Paulo

Carlos Fernandes, presidente municipal do PPS de São Paulo

Nelson Teixeira, secretário-geral do PPS de São Paulo

Moacir Longo, presidente de honra do PPS

Maurício Huertas, jornalista e coordenador do Movimento Vergonha Nunca Mais, pela Ética na Política

Fábio Matos, jornalista, filiado ao PPS, são-paulino, noveleiro e blogueiro nas horas vagas.
Aldo de Oliveira Junior, cidadão normal e amante da democracia e da justiça.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hahahaha! Muito bom, cara! Estamos em ótima companhia nessa lista, não acha?

Independentemente de preferência partidária ou do voto em outubro, é reconhecidamente um absurdo o que fizeram com a Soninha.

Se bobear, ainda cassam o mandato dela, é mole? A sociedade precisa mesmo reagir.