O ritmo dos pensamentos é frenético. Eletrizante. Sensações em cima de sensações.
A cidade ainda é clara. Todos conseguem olhar pra ele e saber o que está fazendo, embora não entendam (e jamais entenderiam) o que aquilo significa.
- Eu, você, nós dois... outra vez. Perdidos...
- Acho que é sentimento demais. A gente não devia se entregar a isso assim...
- Jura? E eu faço o quê? Minto pra mim mesmo? Finjo que você não faz diferença? Finjo que você não me chama atenção, não mexe comigo?
- Para com isso, vai.
- Não tem que parar, linda... não tem e não pode parar. Acho estupidez a gente negar - ou fingir que nega - essa coisa toda. É tudo maior, muito maior que a gente...
- Tem tanta gente envolvida. Tenho medo de pensar no que isso vai dar... - ele interrompe.
- Peraí. Não tem essa. Não tem essa mesmo. Ou é pra partir pro arrebento, pra cima de tudo, ou é pra deixar no gelo.
- Ficar cozinhando isso só me desgasta mais.
- Com certeza.
- Ao mesmo tempo tenho medo de me dar à você por completo. É tão bom assim...
- É. É bom, mas é canalhice. Minha e sua.
- Eu sei. E talvez seja esse o tempero...
- Ah! Faça-me o favor...
- Juro. De repente, se institucionalizarmos nossa relação, tudo vem abaixo. Tudo acaba de uma vez... perderíamos o tesão da coisa...
- Jesus! Me sinto sujo ouvindo e participando disso. Mas, sei lá, sujeira por sujeira, você tem razão. Ninguém presta...
- Você presta. Mesmo achando que ninguém presta...
Beijos estalados de olhos fechados e um silêncio copioso envolve a atmosfera naquela tarde.
- Sujeira... sujeira demais. E, não vou negar, linda...
- Quê?
- Eu adoro tudo isso!
Risos, mãos dadas, goles no refrigerante e um pôr-do-sol que parecia entender completamente o que era aquilo ali.
2 comentários:
Hummmm, qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência, é? Sei, sei... ;)
Como vai terminar essa novela, hein? Aguardamos cenas dos próximos capítulos, hehehe.
Sim, nós aguardamos cenas dos próximos capítulos. To gostando disso...
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