3.10.07

A "chefa"...

Entra na sala do nada. Olhando o setor inteiro começa a falar. De voz baixa, porém extremamente autoritária:
"Preciso disso, daquilo e daquilo outro pra fazer um pagamento hoje. Me arrumem essa informação e levem à minha mesa, no terceiro andar. Obrigado."
Todos se entreolham estranhamente. O silêncio toma conta da sala. Ela sai.
Não demora muito volta. Com outra cara. A testa franzida, a sombrancelha fina levantada e a voz um pouco mais alta.
"Eu preciso do número dessa conta pra fazer o pagamento." O infeliz do "gerente" não está no setor. Saiu pra uma reunião. Claro que a informação que ela precisa está numa das máquinas deles. Mas não há quem consiga acessá-la e procurar o maldito número da conta. Anda de um lado pro outro ao celular. Fica mais irritada ainda quando vê que a informação estava centralizada a uma pessoa que não está ali na hora que ela precisa.
"Ou vocês me arrumam ersse número aqui ou vão atrás do 'gerente' onde ele estiver". Cala-se, vira-se e desce. Logo volta. Pega um funcionário e leva junto. Logo ele volta. Ela não.

Via-se no rosto, na expressão, que a cidadã deveria ter saído daqui (empresa onde trabalhamos) depois das 22h. Acabada, coitada. Uma vida inteira num escritório, anos e mais anos no mesmo ramo, pulando de empresa em empresa até pegar a empreitada que pegou no último ano. Tarefa realmente difícil.

Eu não teria a mesma coragem. Jamais! Dedicar uma vida inteira ao stress, aos problemas, ao escritório, aos funcionários... é de dom mesmo. Já nasce com a pessoa... bem que eu queria ser um executivo bem sucedido. Além de chique, é muito bem visto. Mas sei lá... minha vida como blogueiro-roqueiro-boêmio-fulêro é interessante demais compara a deles.

E não é de se espantar: acharam o gerente e ele já está aqui. E ela acaba de entrar de novo por aquela porta. Dá um medinho...

2 comentários:

Anônimo disse...

O homem dos cadernos grampeados diz: Como vc me achou?

http://cadernosgrampeados.zip.net

Felippe disse...

reinabarriga