se existe algo que eu nunca exigi na vida, esse algo foi ser amado. nunca, jamais, obriguei alguém a gostar de mim. diferente do que faço comigo mesmo. uns dizem que é carência. eu acho que é necessidade. não é uma muleta, onde eu me escoro pra seguir em frente, mas é algo que, se eu não tiver, não existo. tipo cocaína pro junkie, sabe?! então...
nunca quis que me amassem porque eu amei. ou vice-e-versa. sempre estive na minha e sempre dei o melhor de mim pra amar alguém. ouvi na música do Djavan uma vez "se eu tivesse mais alma pra dar, eu daria. isso pra mim é viver". e essa é a puta da verdade.
eu caio de cabeça. quebro a cara, concordo, mas vivo intensamente. eu não nasci pra ensinar alguém a me amar. não nasci pra fazer as pessoas gostarem de mim. gosta de mim quem quer e, se isso tem alguma valia, essas pessoas sabem bem qual é.
acontece que aparece alguém. você gosta da pessoa. ela te cativa, vocês dão boas risadas, conversam, bebem e se beijam e se abrançam. mas, a maior parte do tempo, o assunto é outro. são duas vidas extremamente distintas, que não se misturam quase nunca. como eu tenho alma pra dar (ainda), sigo em frente. me entrego e vou levando.
coisas que eu percebo, sempre, é que quando o momento chega, quando dá a vontade da pessoa se manifestar, dizer que me adora ou me dar um abraço, um beijo, um carinho, eu recebo, como demonstração de todo esse afeto, um soco no ombro ou uma mordida no queixo.
peraê! o que é isso? soco no ombro? nem meus melhores amigos demonstram amor por mim me dando um soco no ombro? morder meu queixo? porra... vá lá. numa cama, em meio a lençóis brancos, uma música legal e três garrafas de Lambrusco Sorella vazias. mas na escada rolante do shopping é foda. foda mesmo!
sei lá. eu não sei ensinar ninguém a me agradar. quem me conhece sabe o quão carnal eu sou. e sempre fui. tenho necessidade de pegar, de abraçar, de beijar, de apertar, manja? não essa coisa superficial e vazia que a pessoa deixa pra manifestar em mensagem SMS às três da manhã depois que eu ameacei sumir de uma vez por todas.
Um comentário:
Na dúvida, também acabo sempre me entregando. Nem que seja ao menos para não ficar com aquele gostinho arrependido depois.
E Djavan é mestre. Sabe das coisas!
Postar um comentário