25.5.09

Pro silêncio...

 

a tarde já se desfez

rosada, se afogou no mar

trocou de cor, brincou de Deus

e me isolou, sem dar adeus

 

de repente se fez noite

esfriou, escureceu

aonde você estava

por andava eu

 

fosse esse o fim

desencontro

caminhaste até mim

desconforto

fosse esse o desfecho ruim

eu, você, sempre nós...

sempre sós

 

um raio de sol vazou a cortina

fez-se um feixe de luz

entre a cama e a mobília

nos lençóis da cama, sozinha

 

lá amanheceu chovendo

garoa fina, dia cinza

os olhos fixos, ainda lembro

jogado no quarto, fazia frio...

 

 

22.5.09

...

 

eu quero você, mas quero você agora, não quando você quiser.

quero você quando eu gritar seu nome.

quando sentir seu gosto.

quando meu corpo desejar seu corpo.

quero você do modo como me interessar, não como você quer se entregar.

quero você no momento em que eu precisar de colo, sem precisar pedir.

quero você comigo antes que eu sinta saudade.

antes que eu te chame.

antes que termine.

-- só assim pra eu saber se você se entrega como eu me entrego.

 

18.5.09

Segunda...

 

Poema de Fauzi Arap que eu ouvi na voz de Maria Bethânia, numa interpretação medonha, terrivelmente assustadora – ela é realmente irreal. Não existe. Foda ao cubo...

 

Eu vou te contar que você não me conhece.
E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve.
A sedução me escraviza à você. Ao fim de tudo você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não a mim.
E quanto mais falo sobre uma verdade inteira, um abismo maior nos separa.
Você não tem um nome, eu tenho. Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções. Mas a mentira da aparência do que eu sou e a mentira da aparência do que você é.
Por que eu, eu não sou o meu nome e você não é ninguém.
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível de aproximação. través da aceitação da distância e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia. Eu me dispo da notícia e a minha nudez parada te denuncia e espelha. Eu me delato, tu te relatas, eu nos acuso e confesso por nós.
Só assim me livro das palavras com as quais você me veste.

 

E como se não bastasse, num arremate, emenda a belíssima “Um jeito estúpido de amar”:

 

Eu sei que eu tenho um jeito

Meio estúpido de ser

E de dizer

Coisas que podem magoar e te ofender

Mas cada um tem o seu jeito

Todo próprio de amar e de se defender

Você me abusa e só me preocupa

Agrava mais e mais a minha culpa

Eu faço e desfaço contrafeito

O meu defeito é te amar demais

Palavras são palavras

E a gente nem percebe o que disse sem querer

E o que deixou pra depois

Mas o importante é perceber

Que a nossa vida em comum

Depende só e unicamente de nós dois

Eu tento achar um jeito de explicar

Você bem que podia me aceitar

Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser

Mas é assim que eu sei te amar

 

Fantástico!

 

Como é difícil esse processo de aceitação, não!?

E como eu ando filosofando raso ultimamente.

 

... nada impactante.

 

7.5.09

Dentre as paixões...

Existem várias, eu sei. Sabemos todos.
É impossível amar ou se apaixonar por uma ou duas coisas na vida. Muita coisa entra e cativa o lugar dentro do coração. Umas durante a vida. Outras desde muito antes de você pensar em chegar ao mundo.
Eu tenho três grandes paixões na vida: a música (onde incluo nossos mestres da MPB como Chico, Caetano, Bethânia e muitos outros, além, claro do santo Heavy Metal, como Ozzy, Sabbath e Iron Maiden), os livros (muitos, mas com muita ênfase nos poemas - Neruda e Vinícius - e nos beatniks) e o futebol. Futebol só não, mas o CORINTHIANS.
Não vou discutir, opinar, defender porque sou TORCEDOR e estou falando como TORCEDOR. Minha missão aqui não é ser "imparcial", é demonstrar o que sinto - mesmo sem saber explicar - pelo meu time de coração.
Não sei de onde veio. Meu pai é corintiano sim, mas depois descobri que isso pouco influenciaria na minha decisão. A gente já nasce corintiano. Já nasce fiel, torcedor e fanático. Aconteça o que acontecer, os corintianos sempre lotarão os estádios, sempre participarão das mudanças no clube, sempre cobrarão melhores resultados e sempre, sempre, estarão de pé, vibrando, cantando, motivando e, acima de tudo, demonstrando o amor que sentem por esse que é, sem dúvida, o maior time brasileiro.
A boa fase que vem atravessando, a contratação do Ronaldo - tido por muitos como "ex-jogador" (chupa Leco!), hoje ídolo já imortalizado pela FIEL, a queda e a ascenção e a estrela que brilha em nós hoje é só um mero detalhe. Amamos e amaremos esse time pelo que ele é, foi e será. Sempre. Na 1ª ou na 2ª, ganhando ou perdendo, nos fazendo rir ou chorar. Ser corintiano é ser religioso. É ter fé e superar-se sempre acreditando na mudança e no crescimento.
O Corinthians, sempre altaneiro, brilhará sempre em nossos corações e emoções como essas, do jogo de ontem, estão e estarão sempre nos rostos dos milhares de apaixonados e fanáticos por esse time que amamos tanto.
És do Brasil o clube mais brasileiro, tens os melhores torcedores, os maiores ídolos e sempre, sempre, sempre o lugar mais alto da história do futebol mundial dentro dos corações de todos nós CORINTIANOS, acima de tudo.
 
Isso aí sou eu. Sofrendo, tremendo, com a gastrite massacrando, arrancando a manga da camisa com os dentes, enquanto nosso FIELNÔMENO não nos agraciava novamente com seus gols.
 
 
E não adianta estudar o comportamento do torcedor: paixão é paixão. Não tem explicação e nem vale a pena tentar explicar.
 
"... vamos, vamos meu Timão
Vamos meu Timão
Não para de lutar"
 
Jamais. Sempre Corinthians. Sempre altaneiro.