27.8.08

Tá bom, mas cansa...

Nós somos diferentes demais, só isso. Se é desculpa ou não, não sei. Não sinto mais a mesma coisa que sentia antes... antes de descobrir seus segredos e deixar que descobrisse os meus. Seu toque é outro, sua pele é outra e até o perfume que eu tanto admirava passou a me enjoar.
Sua voz no telefone, fazendo manha, me irrita. Todo esse mimo, esse grude, esse chiclete, essa dependência quase vital que você tem por mim me dá medo.
Eu disse e repeti zilhões de vezes que não era pra se envolver assim. Pedi que me entendesse e não confundisse as coisas. Implorei para que não nos rotulasse como "namorados" porque não estava nenhum pouco interessado ou afim de assumir compromisso nenhum. Você concordou. Disse que entendia e que nossa relação não precisava mesmo de rótulos. Mas mentiu... ou mentiu ou agiu de má fé, pensando que com o tempo um "namoro" se instituiria e que pra sempre eu ficaria preso à você.
Minha liberdade hoje tem outro preço. Minha liberdade hoje é a única coisa de que preciso no momento. Consegui me livrar de sentimentos, de paradigamas, de dogmas, porque não, que antes me mantinham preso a algum lugar no passado. Consegui me livrar de tudo isso, e aí encontrei você.
Deixei rolar. É legal... ótima companhia, divertida, inteligente. Realmente é bom sair com você. SAIR com você. Esse papo de ligar pra acordar, de receber 16 ligações das 7h da manhã ao meio-dia, mais 12 das 13h às 22h passou a me sufocar. Me sinto cobrado por algo que não existe. Pelo menos na minha cabeça, já que na sua houve essa fantasia toda.
Não estou preparado para assumir nada. Tenho medo de te magoar e te iludir. Sinto que o quê você sente por mim é muito maior ao que sinto por você e isso me enoja. Não gosto de enganar nem de iludir ninguém - não se brinca com sentimento alheio. Porém, por mais que eu tente esclarecer tudo isso, você, em atitudes cegas e desmedidas, contorna a situação, faz as coisas do meu jeito num desespero infindável que, creio e temo eu, seja simplesmente pra não me perder.
Ninguém perde ninguém. Só se perde algo que é seu e eu, definitivamente, não sou de ninguém. Pelo menos por enquanto...
Todo aquele papo, pérolas e mais pérolas aos porcos. Triste fim...
Tenho medo de dizer que não estou mais afim de você. Mas creio ser essa a única verdade na minha cabeça agora - na cabeça e no coração. Acho que bons amigos, bons beijos, boas baladas, risadas, enfim... sim pra tudo isso. Mas não, NÃO, para essa prisão, esse sufoco em que você me enfiou sem meu consentimento. Assim se perde qualquer um mesmo.

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