8.1.11

É assim que as pessoas crescem

Passei a semana feicebucando. É, agora isso é verbo e faz parte do dicionário da língua portuguesa. Pelo menos do meu, faz. Enfim... fui remexendo a parada, caçando daqui e de lá e comecei a garimpar velhos amigos, velhas pessoas, velhos amores (platônicos talvez) e velhas pessoas especias. Vaguei madrugas e mais madrugadas debruçado no computador caçando gente. Eu, o verdadeiro head hunter do facebook.

Eu não sabia bem o motivo desse garimpo. Não via motivo algum, pelo menos assim, de cara, pra estar atrás de gente. Conheço uma porrada de gente e uma porrada de gente me conhece. Mas não é só isso...

Reencontrei amigos da escola. Gente que andava lado a lado, sabia dos segredos, dos medos, dos desesperos, das verdades. Gente que compartilhava os momentos como um celebração sacra, como um ritual. As festas, as bebedeiras, as discussões... e tinham ideais, lutas (pessoais e sociais), história pra contar, inteligência pra argumentar e possuíam o dom divino de fazer amigos. Eram grandes amigos e faziam grandes amigos. Foi uma galera da qual até hoje eu me orgulho de ter feito parte, manja? E foi aí que a coisa bateu estridente no meu peito...

Vi uma porrada de fotos. Muitas fotos de muita gente que antes eu via todo dia. E as coisas mudaram pra caralho! Vi garotas casadas, caras carecas e barrigudos, uns derrubados, outras destruídas, outras mais gostosas... vi nas fotos deles uma vida inteira que passou. Fatos, relatos, depoimentos... tudo o que já tinha rolado em todas aquelas preciosas cabeças... Acabei me sentindo oco, vazio e completamente arrependido. Não por ser culpa minha. Porra, o tempo passa, a vida muda, a gente muda, mas... sei lá! Sinto que se eu tivesse dado um pouco mais de mim àquele bando extraordinário com o qual vivi tanto tempo, muita coisa teria sido positivamente alterada na minha vida. Deu pra sacar? Teria me dado melhor ao lado deles. Eu acho... não precisa ser uma convicção.

Fato é que o tempo passou e essa semana eu senti que ainda tenho muito amor por eles todos. Muito amor por cada um deles. Lógico, uns mais outros menos... sempre tem aquele que tá mais do teu lado o tempo todo... mas todos eles, TODOS, fizeram parte de mim e hoje eu sei que ainda fazem. Uma saudade filha da puta me invadiu essa tarde. Passei em frente ao velho colégio e, como uma faca na garganta, as lembranças voaram na minha cabeça. Não chorei porque tinha gente vendo... mas deixo aqui minhas lágrimas digitadas. Lágrimas, sim.

Tava tocando Morrissey e o nome da música diz muito sobre isso tudo. A música era “That’s how people grow up”. Guardadas devidas proporções (a letra do Morrissey é muito pesada pra situação), era o que passou pela minha cabeça. A gente se afasta de quem a gente gosta, se perde por aí, erra, acerta... anos depois, por causa de uma porra de um computador, a gente reencontra uma porrada de gente importante, se sente um merda por ter se afastado delas e descobre que ainda há muito o que ser “vivido” ao lado de tanta gente espcial. Se “é assim que as pessoas crescem”, descobrindo só depois de muito tempo o que fez de errado, eu devo ter crescido. E aos amigos que eu fiquei tanto tempo sem ver, que eu também sei que muitos de vocês devem se sentir assim também, ficam os meus votos de sucesso e aquele convite-lenda pra gente se encontrar, sentar, tomar brejas e dar risada pra matar as saudades.

To aceitando sugestões pra uma reunião desde já, ok?

2 comentários:

Um brasileiro disse...

Olá. Tudo blz? É verdade. Todos crescemos. A vida é isso também. Apareça por lá. Abraços.

Marcos Bernardo disse...

Aeeee Cãooo!!
Boa Garoto...