Já me flagrei várias vezes reclamando de não escrever porque não tinha nada na cabeça. Hoje eu sei que isso é injusto. Tem uma porrada de coisa na minha cabeça e, exatamente por isso, não consigo tirar nada dela. É complicado... Mas a gente rabisca. E eu tenho descoberto poesia em escrever de lápis apontado no estilete num bloco de papel reciclado. Tem qualquer coisa de romântico nisso. Sei que as coisas fluem bem... talvez não o suficiente...
Deve haver qualquer poesia enfiada
No blend de um scotch sem gelo
Deve haver qualquer alegria embutida
No último gole de conhaque
Deve haver qualquer resquício de esperança
No raio de sol que te desperta na calçada
Deve haver qualquer compaixão
No primeiro gole de café amargo na ressaca
Deve haver solidão e mais nada
Pra que as noites sejam simplesmente regadas
E os dias meramente vividos.
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