Uma profusão de sentimentos estranhos invade,
de repente a tarde acaba.
Não há brilho.
Nem há sol.
Não há barulho.
Silêncio tenso de cortar com faca.
Sempre tem dois gumes.
Faltam poucas horas pro seu aniversário.
Me lembro do nosso abraço ano passado.
Quente. Foi bonito. Uma porção de sentimento
todos esses ditos, gritados, em silêncio.
Eu não abri a boca, você ouviu tudo.
Sempre tem dois gumes.
Esse ano, aposto, não terá abraço.
Esse ano não tem "a gente". Não existe "nós".
EXISTE VOCÊ. Sem mim. Sem eu. Sem você.
Sem eu sou eu sem você. ENTENDEU?
Dois e dois: quatro. Mas você não sabe disso.
Ou finge que não sabe?
É insanidade, é desconfiança...
É DESCASO. DESAMOR. DESALMADA.
DESEJADA.
E eu não sei, sequer, ordenar
a confusão de coisas na minha cabeça.
Elas descem ao coração e envolvem-no...
é um pano escuro.
Súbito ele se aperta, com medo, tenta forçar a barra
Te vê ali, beijando e abraçando outrém (palavra velha!)
Ora eu, ora você, agora... alguém - rima barata...
Quem vai descobrir meu coração?
Descobri-lo e descobrir-me junto?
Dá medo de ficar mais tarde.
Dá medo de não ter tempo.
MEDO QUE VOCÊ SE ARREPENDA
ao perceber, quando EU JÁ ESTIVER longe do SUFOCO,
que talvez não haja mais luz.
que talvez não haja mais tempo.
que talvez não haja mais eu.
2 comentários:
BRAVO!
E ae meu? Abandonou o mSN?
falows.
Jean F.
http://legitimando.blogspot.com
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