e ela liga quase na hora de ir embora. e joga um verde...
- que horas você vai sair?
- daqui a uns 10, se alguém chegar pra me cobrir...
- ah... é que eu precisava ir até ali no metrô, trocar meu bilhete e... é meio perigoso ir até a Brigadeiro sozinha...
- vai até o Paraíso. é mais perto.
- daqui a uns 10, se alguém chegar pra me cobrir...
- ah... é que eu precisava ir até ali no metrô, trocar meu bilhete e... é meio perigoso ir até a Brigadeiro sozinha...
- vai até o Paraíso. é mais perto.
- ah... tá... nossa...
desliga o telefone. mas você, macho idiota, mesmo sabendo que não deveria, pega, disca de novo e tenta se explicar.
- olha... não foi isso que eu quis dizer... na real, só quero ir embora no meu horário...
- tá. vai.
- tá. vai.
bate o telefone de novo. você simplesmente se concentra, pega um papel e lembra de uma frase qualquer pra ficar rabiscando como um mantra.
"eu te amo. eu te amo. eu te amo. eu te amo. eu te amo"
e aí o telefone toca. e ela de novo...
- ó... não fiz por mal. desculpa.
- tá desculpada. a filha da puta que ia entrar as 21h não chegou e já são 21h50. de repente a gente pode ir junto lá no metrô...
- ah... tá. passa aqui quando tiver saindo.
- passo.
- tá desculpada. a filha da puta que ia entrar as 21h não chegou e já são 21h50. de repente a gente pode ir junto lá no metrô...
- ah... tá. passa aqui quando tiver saindo.
- passo.
e a história terá continuidade sempre. mesmo que só lado a lado corporalmente. já tá mais que provado que a distância máxima pemitida entre a gente é até onde os olhos conseguem ver. mesmo que, ao alcance das mãos, o desejo grite, o que ela quer e o que eu preciso é saber, sabe Deus porquê, que um está ali para o outro.
Um comentário:
Muito legal o blog. Abraço. Sérgio
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