28.2.10

Madruga...

Portishead é portishead. E literatura é literatura. Mas Fante, insônia e vodka dá nisso aí...
 

As vezes a noite cai de repente
As vezes você se olha e está sozinho
E vêm os pensamentos
E vêm os desejos
E eu ouço aquela música
E eu lembro de você

Nua. A luz da TV refletindo sua pele
O resto da roupa caindo sobre meus pés
O seu olhar
O seu cheiro
A sua respiração em meu ouvido
As vezes a noite cai de repente.

Olho em volta
Sinto seu cheiro.
Seu respirar atrás da orelha me desperta
Sinto seus seios nas minhas costas
Não escondo mais desejo algum.

Você sentada sobre mim
Meus olhos fechados
Você me dominando com força
E, ao aproximar do ápice,
Suas mãos frias apertando meu pescoço
O travesseiro
Seu gemido
O úmido escorrendo pelas minhas pernas
Minha última lembrança.

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo e delicado como tudo q ja li que saiu de suas mãos...